Navegando por Palavras-chave "Choque térmico"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Adaptação de Candida albicans a condições físicas que mimetizam o hospedeiro - hipóxia e choque térmico na presença e ausência de bactérias comensais(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2017-11-30) Silva, Danielle do Carmo Ferreira da [UNIFESP]; Briones, Marcelo Ribeiro da Silva [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/0018992452321910 ; http://lattes.cnpq.br/1493638403776333; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Infecções por micro-organismos são frequentemente causadas por mais de uma espécie. Essas infecções polimicrobianas são comuns em ambiente hospitalar e em geral associadas a superfícies abióticas tais como cateteres. As leveduras e bactérias formam biofilmes nessas superfícies onde a tensão de oxigênio está no nível atmosférico e a temperatura em torno de 23C. Ao passar do cateter para o paciente, estes micro-organismos passam para tensão de oxigênio menor (hipóxia) e a temperatura corporal (37°C) induz resposta ao choque térmico. Os efeitos dessas alterações foram pouco estudados, uma vez que as culturas rotineiras de Candida albicans usam aeração e temperaturas de 30°C, além de serem analisadas isoladamente, sem levar em consideração as infecções polimicrobianas. Com o intuito de representarmos as condições do hospedeiro que afetam C. albicans por tempo prolongado, nós simulamos um modelo de evolução in vitro por até 48 semanas, em que duas linhagens de C. albicans, SC5314 e L757, foram cultivadas sob diferentes condições de oxigenação e temperatura na presença e ausência de bactérias. Nossos resultados mostraram que diferentes linhagens de C. albicans podem ser coisoladas com diferentes bactérias gram-positivas que podem ser constituintes da microbiota e/ou presentes em infecções, e que essas bactérias não são frequentemente identificadas devido ao meio de cultivo rotineiro de C. albicans nos laboratórios. Além disso, confirmamos a presença da mesma bactéria, Staphylococcus epidermidis, identificada pelo nosso laboratório em culturas de SC5314 e em dados brutos do sequenciamento de SC5314 depositados no GenBank, excluindo a possibilidade de contaminação do nosso laboratório. Ao longo da evolução in vitro, vimos que as células se adaptaram de modo linhagemespecífica, ao passo que a SC5314 não conseguiu sobreviver mais do que 32 semanas na condição que mimetiza o hospedeiro (GTH - meio YPG, 37°C, hipóxia) e que L757 melhorou seu tempo de duplicação nesta condição ao longo da evolução in vitro. Ainda, vimos que as bactérias influenciam em diferentes fenótipos de C. albicans como: (1) a formação de biofilmes mistos de SC5314 foi reduzida; (2) a suscetibilidade ao Voriconazol de SC5314 passou de resistente a hipersensível; (3) o aumento do volume celular das leveduras foi observado quando cultivados juntamente com bactérias. Embora L757 seja mais adaptada, também se tornou hipersensível em hipóxia ao antifúngico Voriconazol, mesmo na ausência de bactérias. Outras linhagens de C. albicans na presença de bactérias em hipóxia também mudaram de resistente a sensíveis ao Voriconazol. SC5314 e L757 também diferiram quanto à formação de biofilme, adesão celular em ágar, hidrofobicidade e comutação de células branca-cinza-opaca. As duas linhagens apresentaram uma maior capacidade de adesão em hipóxia, entretanto, foi notada uma preferência linhagem-específica, SC5314 em normóxia e L757 em hipóxia. Ainda, a evolução in vitro aparentemente promoveu um aumento gradativo da adesão celular, exceto para SC5314 em GTH. SC5314, apesar de aparentemente ser menos adaptada às condições que mimetizam o hospedeiro, apresentou uma maior capacidade de formação de biofilme em todas as condições quando comparada com L757. Ainda, diferente de SC5314 que apresentou comutação de células branca-cinza-opaca apenas a 37°C, L757 mostrou-se mating competente (células opacas e cinzas) independente da condição de crescimento. O número de mitocôndrias viáveis em SC5314 também foram influenciados positivamente pela condição que mimetiza o hospedeiro (GTH) na ausência de bactérias. Contudo nas culturas polimicrobianas as condições com dextrose foram as que apresentaram o maior número de mitocôndrias viáveis por células. Além disso, vimos que a condição GTH modifica a morfologia mitocondrial. Nossos resultados indicam que condições que mimetizam o hospedeiro, em especial em infecções polimicrobianas, podem influenciar diretamente fenótipos relacionados à virulência de C. albicans de uma maneira linhagem-específica.
- ItemAcesso aberto (Open Access)O papel da espécies reativas de oxigênio e do antioxidante astaxantina em oócitos bovinos submetidos ao estresse térmico in vitro(Universidade Federal de São Paulo, 2013-08-21) Ispada, Jessica [UNIFESP]; Lopes, Fabiola Freitas de Paula [UNIFESP]; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Condições ambientais adversas, tais como temperatura e umidade elevada, limitam a exploração do máximo potencial genético animal. Em bovinos, o estresse térmico materno compromete a fertilidade de vacas leiteiras, resultando em prejuízos econômicos para indústria de leite. Sabe-se que o oócito e o embrião no estágio pré-implantacional inicial são os principais alvos dos efeitos deletérios causados pelo estresse térmico materno, entretanto, os mecanismos celulares desencadeados pela temperatura elevada e o papel do estresse oxidativo neste contexto são pouco conhecidos. Estudos recentes indicaram que a exposição de embriões bovinos ao choque térmico aumentou a concentração de espécies reativas de oxigênio (EROs) intracelular embrionária e o uso de antioxidantes, tais como a astaxantina, reverteram estes efeitos. Com isto, o presente estudo visou avaliar os efeitos do choque térmico e do antioxidante astaxantina durante a maturação in vitro (MIV) de oocitos bovinos na (1) concentração das EROs, (2) competência oocitária, (3) atividade de enzimas antioxidantes e (4) peroxidação lipídica em complexos cumulus-oócito (CCOs) bovinos. O experimento 1 avaliou os efeitos de diferentes concentrações de astaxantina (0, 50, 100, 200 ou 500 µM) na competência oocitária à 38,5°C (etapa 1) e os efeitos de diferentes concentrações de astaxantina (0, 12,5, 25, 50, 100 ou 50 000 nM) na competência de oocitos bovinos submetidos ao choque térmico (etapa 2). As doses de 100, 200 e 500 µM de astaxantina reduziram (P< 0,05) a proporção de embriões clivados que atingiu o estágio de blastocisto. A exposição de oocitos bovinos ao choque térmico reduziu (P< 0,05) as taxas de clivagem e blastocistos. No entanto, a adição de astaxantina em oocitos submetidos ao modelo de choque térmico resgatou a clivagem embrionária (P<0,05); doses de 12,5, 25, 50, 100 e 50 000 nM de astaxantina) e o desenvolvimento a blastocisto (P< 0,05; doses de 12,5 e 25 nM de astaxantina) quando comparadas ao grupo controle-veículo 41°C. O experimento 2 visou padronizar a técnica de ressonância paramagnética eletrônica (RPE) em CCOs bovinos. Para tanto, foram realizados vários estudos preliminares a fim de estabelecer o protocolo de RPE em CCOs. No entanto, não foi possível detectar as EROs em CCOs na maioria dos procedimentos conduzidos. Quando CCOs submetidos aos tratamentos Controle (38,5°C por 14 horas) e Choque Térmico (41°C por 14 horas) foram incubados com 100 µM do pró-oxidante menadiona e 50 mM de PBN em meio MIV e PBS 10 mM 1:1 as EROs foram detectadas apenas no grupo choque térmico. Os experimentos 3 e 4 avaliaram os efeitos da astaxantina (0, 12,5 e 25 nM) e da temperatura (38,5 ou 41°C) durante as primeiras 14 horas da MIV na atividades das enzimas antioxidantes (superóxido dismutase - SOD, glutationa peroxidase - GPX e catalase - CAT) e os níveis de peroxidação lipídica no meio MIV. O choque térmico não afetou a atividade das enzimas GPX, SOD e CAT em oócitos ou células do cumulus e a taxa de peroxidação lipídica no meio MIV. Em oocitos submetidos ao choque térmico as doses de 12,5 (P=0,09) e 25 nM (P<0,05) astaxantina estimularam a atividade de GPX quando comparado aos oócitos do grupo controle veiculo 41°C. Em contraste, a dose de 25 nM de astaxantina reduziu (P<0,05) a atividade de GPX em células do cumulus independente de temperatura. A atividade da enzima SOD foi estimulada (P<0,05) em oocitos do grupo controle maturados com 25 nM de astaxantina em relação a 0 nM de astaxantina. A dose de 12,5 nM de astaxantina estimulou (P<0,05) a atividade de SOD em oocitos do grupo choque térmico em relação a mesma dose no grupo controle. O perfil de atividade da SOD em células do cumulus variou com a dose. Enquanto a dose de 12,5 nM de astaxantina inibiu a SOD,a dose de 25 nM estimulou a atividade de SOD no grupo choque térmico. Houve tendência (P=0,09) da dose de 12,5 nM de astaxantina em aumentar a atividade de CAT em oócitos apenas durante o choque térmico. Foi também observada uma tendência da dose de 12,5 nM de astaxantina em aumentar (P= 0,09) a formação do MDA/TBA no grupo estressado termicamente, quando comparado a mesma dose durante a temperatura controle. Em conclusão, o choque térmico afetou a competência oocitária e a astaxantina reverteu esse efeito resgatando a competência oocitária. É possível que este efeito da astaxantina tenha sido mediado pelo aumento na atividade de enzimas GPX, SOD e CAT em oócitos submetidos ao choque térmico. As vias pelas quais este antioxidante exerce efeito termoprotetor ainda não foram completamente compreendidas.