Navegando por Palavras-chave "Circunferência do pescoço"
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- ItemRestritoAssociação entre circunferência do pescoço na gestação com diabetes gestacional e grau de tolerância à glicose entre 2 e 6 meses pós-parto em mulheres com sobrepeso ou obesidade(Universidade Federal de São Paulo, 2021) Carvalho, Camila, Rodrigues de Souza [UNIFESP]; Almeida-Pititto, Bianca [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8433932854107690; http://lattes.cnpq.br/3108201569146471Introdução: O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e o diabetes gestacional (DMG) são problemas de saúde prevalentes no mundo e no Brasil. O excesso de peso é um fator de risco devido a sua função na fisiopatologia da resistência à insulina. É importante identificar, dentre mulheres com excesso de peso, as que cursam com DMG, bem como aquelas com maior risco de progredir para alterações do metabolismo da glicose no pós-parto no intuito de direcionar medidas de prevenção do diabetes. A circunferência do pescoço (CP) tem ganhado atenção como uma boa medida antropométrica para predição de risco cardiometabólico. O objetivo deste estudo foi avaliar a associação da CP medida durante primeiro e terceiro trimestres da gestação com diagnóstico de DMG (Artigo1) e grau de tolerância à glicose entre 2 e 6 meses no pós-parto (Artigo 2) em mulheres com com sobrepeso ou obesidade, acompanhadas nos ambulatórios do Centro de Diabetes e da Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. Métodos: Para o estudo atual, foram incluídas todas as mulheres que aceitaram participar provenientes dos 2 ambulatórios assim que ingressaram no sistema de atendimento entre dezembro de 2018 e dezembro de 2019. Foi realizado questionário para obtenção de dados demográficos, socioeconômicos e inquérito alimentar durante a gestação. Essa coleta de dados também foi realizada entre 2 e 6 meses pós-parto quando foram feitas avaliação bioquímica das participantes por coleta de sangue. As pacientes que aceitaram participar do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A análise foi realizada tendo como variável de exposição a circunferência do pescoço durante a gestação e a de desfecho a presença de DMG e perfil glicêmico e de resistência à insulina entre 2 e 6 meses pós-parto (glicemia de jejum, glicemia de 2 horas, HbA1c, insulina de jejum e de 2 horas, HOMA-IR e TyG). Peso pré-gestacional, paridade, ganho de peso durante a gestação, realização de atividade física, história familiar de diabetes, dieta, uso de medicação hipoglicemiante durante a gestação foram utilizadas como covariáveis. Resultados: (Artigo 1) - Mulheres com e sem DMG apresentaram média (DP) de IMC pré-gestacional semelhante [30,3 (4,0) vs 29,4 (3,5) Kg / m2, p = 0,16]. Mulheres com DMG eram mais velhas [32 (6) vs 28 (6) anos, p <0,001] e tinham maior CP [36,0 (2,7) vs 34,5 (1,8) cm, p <0,001]. CP foi semelhante em mulheres com DMG no primeiro ou terceiro trimestre [p = 0,4] e foi ix correlacionado com glicemia de jejum [r0,29, p = 0,01] e com pressão arterial sistólica [r0,28, p = 0,001] e diastólica [r0,25, p = 0,004]. CP foi associada com diagnóstico de DMG [OR 1,25, IC 95% 1,03-1,52] ajustado para idade, atividade física, escolaridade e histórico familiar de diabetes. Na análise ROC, a área sob a curva foi de 0,655 e o valor de corte de 34,5cm teve 0,70 de sensibilidade e 0,51 de especificidade para a presença de DMG. Mulheres que tiveram CP ≥ 34,5 vs < 34,5 cm tiveram frequências mais altas de hipertensão na gravidez [32,3 vs 4,2%, p = 0,01]. (Artigo 2) –Para as análises do artigo 2, a CP foi dividida em tercis (tercil 1: CP ≤33,3 cm, tercil 2: 33,4 a 36,3 cm e tercil 3: ≥36,4 cm). Encontramos diferenças no IMC pós-parto (27,4 ± 3,1 vs. 29,4 ± 3,7 vs. 32,1 ± 3,6 kg / m², p <0,001) e CP pós parto (33,16 ± 1,32 vs. 34,8 ± 2,0 vs. 37,4 ± 2,6 cm, p < 0,001) de acordo com o primeiro, segundo e terceiro tercis, respectivamente. Em relação ao metabolismo glicêmico no pós-parto, os níveis de HbA1c (5,3 ± 0,2 vs. 5,4 ± 0,3 vs. 5,6 ± 0,4 %, p = 0,006), insulina em jejum (9,5 ± 4,9 vs. 11,1 ± 5,8 vs. 13,2 ± 6,6 µUI/mL, p = 0,035), HOMA-IR (9,5 ± 4,9 vs. 2,5 ± 1,3 vs. 3,1 ± 1,7, p = 0,035) e índice TyG (4,5 ± 0,3 vs. 4,5 ± 0,2 vs. 4,6 ± 0,2, p = 0,010) foram menores no primeiro e segundo tercis do que no terceiro, respectivamente. Na análise de regressão linear bruta, a CP durante a gravidez teve associação estatisticamente significativa com os níveis de glicose plasmática de jejum, glicose de 2 horas, HbA1c, Log HOMA-IR e índice de Tyg, mantendo a associação após ajuste para idade, história familiar de diabetes e número de gravidezes. Quando ajustado para IMC pré-gestacional e ganho de peso gestacional, a CP persistiu independentemente associado à glicose plasmática em jejum e HbA1c. Ao ajustar pela presença de DMG as associações perderam a significância estatistica. Conclusão: Em um grupo de gestantes com sobrepeso ou obesidade, a CP medida na gestação foi capaz de identificar o diagnóstico de DMG e pior perfil metabólico da glicose no puerpério. Desta forma, a CP pode ser uma ferramenta viável para a identificação precoce de mulheres com maior risco de desenvolver DMG e DM2. Estudos prospectivos de mais longo prazo são necessários para confirmar o valor preditivo da CP para DM2.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Circunferência de pescoço e sua associação com fatores de risco cardiovascular em adolescentes(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2015-04-17) Faria, Bruno [UNIFESP]; Nogueira, Paulo Cesar Koch [UNIFESP]; Escrivão, Maria Arlete Meil Schimith [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/2103953406579796; http://lattes.cnpq.br/4980474480271642; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Introdução: O excesso de peso se tornou um problema de saúde pública em todo o mundo e sua prevalência aumentou rapidamente nas últimas décadas, atingindo cerca de 200 milhões de crianças, das quais 40 a 50 milhões são consideradas obesas. A obesidade na infância se associa com aumento da pressão arterial (PA), hipertrigliceridemia, baixo HDL-colesterol e metabolismo anormal da glicose. A adiposidade central está mais relacionada com alterações metabólicas e risco cardiovascular que a adiposidade corpórea total. A medida da circunferência do pescoço (CP) é um método de fácil realização, que pode servir como screening para identificação de adiposidade central e, consequentemente, de riscos metabólicos. Objetivos: Verificar as associações entre as medidas da CP e da circunferência abdominal (CA) com valores de PA, perfil lipídico, glicemia e insulinemia de jejum em adolescentes obesos, e verificar a reprodutibilidade da medida da CP. Métodos: 82 adolescentes entre 10 e 17 anos foram incluídos no estudo, sendo 43 (22 meninos e 21 meninas) com obesidade e 39 (20 meninos e 19 meninas) eutróficos. Foram realizados: medidas de peso, estatura, CP, CA, cálculo do índice de massa corpórea (IMC) e aferição da PA em todos os indivíduos da amostra. Perfil lipídico, HOMA-IR, glicemia e insulinemia de jejum foram avaliados no grupo dos obesos. Variáveis quantitativas foram expressas como médias e desvios padrão dos valores, enquanto as variáveis qualitativas foram expressas como frequências. Para avaliação estatística dos resultados foram feitas comparações entre os grupos, utilizando-se teste T de Student para o caso de variáveis quantitativas e teste do qui-quadrado para o caso de comparações de frequências das variáveis qualitativas. Nas análises de regressão linear, as medidas da CP e da CA foram consideradas variáveis de exposição, enquanto as medidas de risco cardiovascular como pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), perfil lipídico, glicemia, insulinemia e HOMA-IR foram consideradas variáveis de desfecho. Todos os testes foram bicaudais e em todos foi adotado o limite de 5% (p<0,05) para rejeição da hipótese de nulidade. Avaliamos a concordância entre as medidas da CP entre os diferentes observadores, pela análise de concordância entre métodos de Bland-Altman. Resultados: Foram observadas associações significantes e positivas da CP com IMC, CA, PAS e PAD, insulinemia e HOMA-IR e associação significante e negativa com o HDL colesterol. Foi encontrada discordância entre os observadores para a CP de 5,19% no total da amostra e de 10,5%, entre os obesos. DISCUSSÃO: Entre as associações encontradas com a CP, deve ser destacada a relacionada com a PA, considerando ser a hipertensão arterial um dos fatores de risco mais bem estabelecidos para os eventos cardiovasculares futuros. Tanto a CA quanto a CP se associaram com os mesmos fatores de risco, mas cabe ressaltar que a CP é uma medida muito mais fácil de ser realizada. Conclusão: Os achados desse estudo fortalecem o conhecimento atual acerca da utilização da CP como um instrumento importante para identificar indivíduos com adiposidade central e risco de hipertensão arterial sistêmica, resistência insulínica e como uma medida antropométrica adicional à CA.