Navegando por Palavras-chave "Erro de predição"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Em busca da reconsolidação da memória de preferência por local induzido por etanol(Universidade Federal de São Paulo, 2023-04-05) Boos, Flávia Zacouteguy [UNIFESP]; Quadros, Isabel Marian Hartmann de [UNIFESP]; Cruz, Fábio Cardoso [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4804337113083801; http://lattes.cnpq.br/3982014468609862; http://lattes.cnpq.br/3010389136027623A formação de memórias associativas entre os efeitos reforçadores das drogas de abuso (estímulo incondicionado, EI) e os estímulos ambientais é um importante componente no desenvolvimento e manutenção da dependência de drogas. Pistas ambientais (estímulo condicionado, EC) associadas às drogas predizem a disponibilidade e localização da substância, contribuem para induzir fissura e facilitar recaídas. Uma vez consolidadas, as memórias podem ser evocadas e atualizadas através de um processo de reconsolidação, que se inicia pela desestabilização do traço de memória e se completa com sua reestabilização. Tratamentos amnésticos administrados durante essa fase podem enfraquecer a memória, atenuando a associação EC-EI, uma possível estratégia terapêutica para transtornos como a dependência de drogas e o transtorno de estresse pós-traumático. A ocorrência de um erro de predição durante a evocação se mostra importante para desestabilizar diferentes tipos de memória, sendo aquele sinalizado por mudanças nos transientes de dopamina e ativação dos receptores dopaminérgicos do tipo D1. No entanto, muitos trabalhos mostram que induzir a reconsolidação da memória pode ser um desafio. Neste trabalho, utilizou-se o Condicionamento de Preferência por Local (CPL) como modelo para estudar memórias que associam um contexto aos efeitos de uma droga de abuso. Embora o CPL ao etanol esteja bem estabelecido e validado na literatura, poucos estudos investigaram a reconsolidação nesse paradigma com etanol. O objetivo deste estudo foi investigar a reconsolidação da memória no CPL induzido por etanol e avaliar o efeito da modulação dos receptores D1 sobre a desestabilização da memória de preferência condicionada pelo etanol. Para isso, camundongos Swiss machos adultos foram condicionados no CPL com etanol (8 sessões de condicionamento, alternando 2 g/kg de etanol ou salina, i.p.) e 24 h depois foram submetidos a uma sessão de Reativação, seguido de administração de solução veículo (VEI i.p.) ou do inibidor de síntese proteica cicloheximida (CHX 100 mg/kg i.p.). A retenção da memória foi avaliada em uma sessão de Teste (24 h depois) e em uma sessão de Reinstalação (48 h depois), com administração prévia de uma dose priming de etanol (1 g/kg i.p.). Em diferentes estudos e experimentos, foram testadas cinco condições para a reativação contextual: Reativação de livre exploração ao aparato (Reativação-Teste) por 10 min, 5 min e 3 min; Reativação restrita ao contexto pareado com etanol (Reativação-Contexto EtOH) por 10 min e 5 min. Com o objetivo de aumentar o erro de predição durante a evocação da memória, testamos ainda outros dois tipos de Reativação. Primeiro, uma novidade foi introduzida no contexto pareado com etanol (troca do piso) durante uma Reativação-Teste (3 min). Em outro experimento, conduzimos uma Reativação-Contexto EtOH (10 min), com administração de uma baixa dose de etanol (1 g/kg i.p.). No entanto, nenhuma das condições utilizadas para a reativação da memória foi capaz de desestabilizá-la, já que o tratamento com CHX não reduziu a preferência condicionada ao etanol. Ainda, não encontramos evidências de que a ativação ou a inativação de receptores do tipo D1, por meio de agonista e antagonista administrados i.p. antes de uma Reativação-Teste (10 min), tenha facilitado a desestabilização. Por último, testamos uma estratégia sem uso de tratamento amnéstico, com objetivo de reduzir a saliência/valência motivacional pelo contexto pareado com etanol no CPL a partir da atualização dessa memória, procedimento chamado de “descondicionamento” (Popik et al., 2020). Para isso, os animais foram submetidos a duas sessões de Reativação-contexto EtOH (10 min) com administração de uma dose da droga que não produz CPL (etanol 0,5 g/kg i.p.). Contudo, essa estratégia também se mostrou ineficaz para reduzir a preferência condicionada. Em conjunto, nossos resultados refletem a complexidade do processo de reconsolidação de memórias relacionadas a drogas, que requer uma compreensão dos fatores relacionados à natureza da memória e aos parâmetros da sessão de reativação que favorecem sua desestabilização. Ainda, aponta para a necessidade de que se amplie as investigações desse processo no CPL induzido por etanol.