Navegando por Palavras-chave "Estimulação do nervo trigêmeo"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Neuromodulação em esquizofrenia : estimulação elétrica cerebral e neurofeedback hemoencefalográfico(Universidade Federal de São Paulo, 2017-12-01) Gomes, July Silveira [UNIFESP]; Dias, Álvaro Machado [UNIFESP]; Lacerda, Acioly Luiz Tavares de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9732472446053745; http://lattes.cnpq.br/0494751833227700; http://lattes.cnpq.br/8757072838117158A esquizofrenia é um transtorno heterogêneo cujos sintomas podem ser distribuídos em 5 fatores: sintomas positivos, sintomas negativos, desorganização, déficits cognitivos e sintomas de humor. Dentre os sintomas refratários incluem-se os sintomas negativos e os déficits cognitivos, que estão associados a prejuízos na funcionalidade e a baixas taxas de superação. O lobo frontal está fortemente implicado nos prejuízos associados ao transtorno e diferenças no funcionamento em diversas regiões do cérebro são observadas entre pessoas com esquizofrenia e controles saudáveis. Até o momento nenhuma medicação é considerada efetiva para o tratamento dos sintomas negativos e déficits cognitivos, abrindo campo para investigações de técnicas não-farmacológicas, como a neuromodulação. Nessa tese, apresento 4 estudos investigando os efeitos de 3 técnicas de neuromodulação em esquizofrenia. OBJETIVOS: Estudo 1 – Analisar os efeitos da estimulação transcraniana por corrente contínua nos sintomas negativos em esquizofrenia; Estudo 2 – Analisar os efeitos da estimulação transcraniana por corrente contínua nos déficits cognitivos (desfecho primário) e sintomas negativos (desfecho secundário) em esquizofrenia; Estudo 3 – Analisar os efeitos da estimulação do nervo trigêmeo na alucinação olfativa em esquizofrenia: estudo de caso; Estudo 4: Analisar os efeitos do treinamento de autorregulação por neurofeedback hemoencefalográfico na cognição e sintomas em esquizofrenia. MÉTODO: Estudo 1: Foram realizadas 10 sessões de estimulação transcraniana por corrente contínua com os seguintes parâmetros: ânodo em F3, cátodo em F4, 2 mA, 20 minutos, eletrodos 25 cm2. Quinze pacientes foram randomizados em 2 grupos (ativo ou placebo) e os sintomas negativos foram avaliados através da PANSS antes e após a estimulação. Estudo 2: Foram usados os mesmos parâmetros de estimulação do estudo 1. Vinte e quatro pacientes foram randomizados em 2 grupos (ativo ou placebo) e avaliados antes, após a estimulação e follow-up de 3 meses utilizando-se subteste de memória de trabalho da Matrics e para sintomas negativos, através da PANSS. Outras medidas neuropsicológicas e dados clínicos foram coletados para análises exploratórias. Estudo 3 – Foram realizadas 10 sessões de estimulação do nervo trigêmeo em 01 paciente com alucinação olfatória. Dados eletroencefalográficos foram coletados antes e ao final da estimulação; Estudo 4: Foram realizadas 10 sessões de treinamento com neurofeedback hemoencefalográfico com 8 pacientes com esquizofrenia e 12 controles saudáveis, em 4 regiões separadamente: F7, Fp1, Fp2 e F8. Realizou-se avaliação cognitiva utilizando a bateria MATRICS e avaliação clínica através da PANSS. RESULTADOS: Estudo 1 – O grupo ativo apresentou redução nos sintomas negativos, com interação tempo*grupo significante (p=0.004). Estudo 2 – não foi observada interação tempo*grupo para memória de trabalho (p = 0.720) nem para as outras variáveis cognitivas (p > 0.05). Observou-se interação tempo*grupo significante para o escore negativo da PANSS (p < 0.001, d = 0.23, CI.95 = -0.59 – 1.02), escore geral (p = 0.011) e PANSS total (p<0.001). A análise exploratória dos 5 fatores da PANSS sugere efeitos para o fator negativo (p = 0.012), cognitivo (p =0.016) e depressão (p = 0.029). Estudo 3 – De acordo com a escala analógica visual, a intensidade da alucinação reduziu de 9.4 para 0.3. A potência de alfa apresentou a maior inibição em PZ, reduzindo de 19.68 µV2 para 8.22 µV2 (t=-11.41, p<0.001). Também observamos redução em beta e aumento em gama em diferentes regiões. Estudo 4 – Observou-se interação tempo*grupo para a perfusão no hemisfério esquerdo (F7 e Fp1) e quase significante na região frontotemporal à direita (F8). A maioria das funções cognitivas avaliadas apresentou melhora após o treinamento em ambos os grupos. CONCLUSÃO: Estudo 1 – O aumento na excitabilidade do córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo parece contribuir para a redução dos sintomas negativos em pessoas com esquizofrenia. Estudo 2 – Os resultados sugerem efeitos terapêuticos da estimulação transcraniana por corrente continua em esquizofrenia, com redução dos sintomas negativos. No entanto, não foi possível confirmar a superioridade da estimulação ativa sobre o placebo para melhora da memória de trabalho. Estudo 3 – A melhora clínica da paciente com alucinação olfativa pode estar relacionada com a indução da neuromodulação do nervo trigêmeo, através da regulação cortiço-subcortical, envolvendo o tálamo. Estudo 4 – Esse foi o primeiro estudo demonstrando possíveis efeitos cognitivos do treinamento por neurofeedback hemoencefalográfico em pacientes com esquizofrenia.