Navegando por Palavras-chave "Fatores Sociodemográficos"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Relação entre fatores sociodemográficos, ambientais e dietéticos na experiência de cárie em crianças do Município de Carapicuíba (SP)(Universidade Federal de São Paulo, 2022-03-28) Amato, Juliana Neide [UNIFESP]; Castelo, Paula Midori [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4525318283387445; http://lattes.cnpq.br/4242023414377621Objetivo: A cárie dentária ainda é considerada um problema de saúde pública mesmo com avanços nas medidas preventivas e curativas. O objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre a experiência de cárie dentária, aspectos sociodemográficos, ambientais e dietéticos em crianças. Métodos: Um levantamento epidemiológico de saúde bucal foi realizado entre 2014 e 2015 e incluiu 5.213 escolares de 2 a 11 anos matriculados em 38 escolas públicas municipais de Carapicuíba (SP, Brasil). Foram coletados dados primários quanto à experiência de cárie, avaliada por meio do índice de dentes cariados, perdidos/esfoliados e obturados (ceo-d/CPO-D) nas escolas por 6 examinadoras calibradas e aspectos dietéticos. A análise de aspectos ambientais e sociodemográficos das escolas foi realizada por meio de dados secundários extraídos das bases de dados do Censo Demográfico/IBGE (2010) e do Censo Escolar (2014 e 2015) para avaliar a relação entre experiência de cárie dos escolares e fatores sociodemográficos e ambientais dos setores censitários das escolas, bem como seus aspectos de infraestrutura física e de recursos humanos. O estudo também abordou a relação entre experiência de cárie e fatores dietéticos, como o consumo de alimentos açucarados, processados e ultraprocessados, além dos hábitos de higiene bucal, acesso a serviços de saúde, percepção dos pais/cuidadores em relação à saúde bucal de seus filhos e acúmulo de biofilme. Resultados: Por meio de análise de agrupamentos, foram identificados dois clusters: o “grupo mais favorecido”incluiu 33 escolas caracterizadas por maiores percentuais de crianças sem experiência de cárie, localizadas em regiões com melhores indicadores sociodemográficos e ambientais; o “grupo menos favorecido” incluiu 5 escolas com maior frequência de crianças com experiência de cárie, em regiões com domicílios sem esgotamento sanitário e abastecimento de água (consumo de água de poço não tratada e não fluoretada), maior relação moradores/domicílio e famílias vivendo com até um salário mínimo. Foi observado um aumento na chance de ter experiência de cárie para cada porcentagem adicional de casas com água de poço e de famílias que vivem com até um salário mínimo (p<0,05). O modelo logístico mostrou que o sexo feminino e a presença de biofilme associaram-se negativa e positivamente com a cárie na primeira infância, respectivamente, e esta chance aumentou 17% para cada dia adicional de ingestão de bebida açucarada. Nas crianças de 6 a 11 anos, a ausência de biofilme e maior frequência de escovação estavam relacionadas ao menor índice de cárie, enquanto o consumo de salgadinhos, bolo e biscoito foram relacionados a maior índice de cárie. Não foi encontrada concordância entre a percepção dos pais/cuidadores sobre a presença de cárie dentária e a necessidade de tratamento odontológico das crianças. Conclusão: O estudo identificou um aumento nas chancesde ter experiência de cárie em setores censitários caracterizados por casas abastecidas com água de poço, famílias com renda de até um salário mínimo, além do consumo de bebidas açucaradas, salgadinhos, bolos e biscoitos e presença de biofilme dentário. A falta de concordância entre a percepção dos pais/cuidadores e a saúde bucal de seus filhos alerta para a necessidade de ações de educação em saúde para um melhor entendimento sobre a doença cárie e a elaboração de estratégias em saúde pública.