Navegando por Palavras-chave "Hábitos de vida"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Estudo do perfil epidemiológico reprodutivo e hábitos de vida das mulheres indígenas não aldeadas do Amazonas e seu provável impacto na mortalidade por câncer de mama(Universidade Federal de São Paulo, 2023-08-01) Guimarães, Lilian Cristina de Souza [UNIFESP]; Nazário, Afonso Celso Pinto [UNIFESP]; Silva, Maria Riselda Vinhote da; http://lattes.cnpq.br/5469269879112304; http://lattes.cnpq.br/0266384667983727; http://lattes.cnpq.br/1483434244131927Introdução: A elevada e crescente incidência de câncer de mama é realidade na quase totolidade do planeta. Todavia, a baixa mortalidade por esta neoplasia entre as indígenas do Amazonas, Brasil, é fato intrigante. Apesar de terem menor esperança de vida ao nascer, a magnitude da baixa mortalidade é ainda maior. As indígenas vêm sendo inseridas na comunidade não indígena de forma gradativa e a realidade da baixa mortalidade por câncer de mama pode estar em risco de não ser verdadeira no futuro caso a justificativa esteja no seu perfil epidemiológico reprodutivo e estilo de vida Objetivo: O trabalho busca encontrar variáveis que possam justificar o fato de a indígena do Amazonas morrer menos de câncer de mama quando comparada à não indígena. Para tal, avaliar os fatores epidemiológicos reprodutivos e estilo de vida em mulheres indígenas não aldeadas e comparar com os mesmos dados em mulheres não indígenas. Métodos: Trata-se de estudo transversal, composto de amostra por conveniência em que foi oferecida participação no estudo a todas indígenas atendidas no Ambulatório de Mastologia do Hospital Universitário Getúlio Vargas da Universidade Federal do Amazonas no período de setembro de 2020 a março de 2023. Houve a participação de 126 mulheres: 39 indígenas não aldeadas que vivem em Manaus há mais de 5 anos e se encontram integradas a sociedade, 47 indígenas não aldeadas que vivem em populações ribeirinhas e interiores do Amazonas - ou em Manaus há menos de 5 anos - e 40 não indígenas. Questionário em formato de entrevista foi aplicado com objetivo de avaliar aspectos epidemiológicos e reprodutivos – idade, escolaridade, IMC, menarca, paridade, idade da primeira gestação, amamentação, uso de medicações hormonais - e estilo de vida - tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, hábitos alimentares, atividade física, uso de ervas, raízes e sementes com finalidade terapêutica e prática de hábitos devocionais religiosos. Resultados: Não houve diferença de média de idade, IMC, escolaridade, menarca e paridade entre as pacientes entrevistadas. As indígenas residentes em Manaus apresentaram menor idade de primeira gestação quando comparadas às não indígenas. A variável “tempo de amamentação” não atingiu significância estatística, mas demonstrou índice bastante próximo (p 0,058) e tendência em comprovar que indígenas, independente de local de residência, amamentam por mais tempo. As mulheres não indígenas apresentaram maior tempo de uso de medicações hormonais quando comparadas com indígenas residentes em Manaus; apresentaram maior taxa de exame físico realizado por profissional médico e maior acesso a exames de imagem mamária quando comparadas com ambos os grupos de indígenas. Não houve diferença na avaliação de hábito de consumo de leite, açúcar, frutas, verduras e legumes entre os grupos. Quanto ao hábito de consumo de carnes, as indígenas residentes em populações ribeirinhas e interiores mostraram porcentagens maiores de consumo esporádico de carne bovina (53,2% versus 20%), de consumo esporádico de animais silvestres (51,1% versus 12,5%) e de consumo diário de carnes brancas (29,8% versus 5%) comparativamente às não indígenas. Por outro lado, mulheres não indígenas apresentaram maior porcentagem de nunca ter consumido carne de animais silvestres quando comparadas às indígenas, independente do local de residência. Em mulheres indígenas de populações ribeirinhas, houve menor porcentagem de prática religiosa/espiritual (72,3%) comparativamente aos dois outros grupos (acima de 92%). O consumo de uso de ervas, raízes ou sementes com finalidade terapêutica foi mais observado em indígenas residentes em Manaus quando comparadas às não indígenas. Não houve diferença estatística em relação ao hábito do fumo, ingestão de bebidas alcoólicas ou prática de atividade física entre os grupos. Conclusão: Não foram encontradas variáveis epidemiológicas ou de estilo de vida em ambos os grupos de indígenas que justifiquem o motivo da baixa mortalidade por câncer de mama nessas mulheres. Todavia, apesar da variável “tempo de amamentação” não ter atingido significância estatística, demonstrou índice bastante próximo (p 0,058) e tendência em comprovar que indígenas, independente do local de residência, amamentam por mais tempo, que usufruem desse fator de proteção contra a neoplasia maligna da mama e que têm, nessa variável, uma das possíveis explicações para a baixa mortalidade por câncer de mama.