Navegando por Palavras-chave "Hipertensão Pulmonar/fisiopatologia"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Contrastes entre as respostas fisiológicas ao exercício de pacientes com hipertensão arterial pulmonar (HAP) associada à esquistossomose e HAP idiopática(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2012) Valois, Fabricio Martins [UNIFESP]; Nery, Luiz Eduardo [UNIFESP]; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Introdução: A esquistossomose e potencialmente a causa mais comum de hipertensao arterial pulmonar (HAP) no mundo. Apesar de semelhancas histopatologicas com a HAP idiopatica (HAPI), a HAP associada a esquistossomose (HAP-Esq) apresenta um curso clinico mais benigno, desconhecendo-se, no entanto, os mecanismos que justificam esse disparate. Como a HAP e uma doenca que manifesta-se prioritariamente aos esforcos, a hipotese central deste trabalho foi a de que pacientes com HAP-Esq apresentem respostas fisiologicas ao exercicio incremental, avaliadas atraves de teste de exercicio cardiopulmonar (TECP) em cicloergometro, menos comprometidas que pacientes com HAPI. Objetivos: Primariamente, objetivou-se contrastar as diferencas nos ajustes fisiologicos durante o exercicio dinamico entre pacientes com HAPI e HAP-Esq; secundariamente, objetivou-se correlacionar as variaveis hemodinamicas de repouso com os parametros do TECP e, ainda, avaliar a capacidade do teste de caminhada de seis minutos (TC6M) em identificar limitacoes no desempenho aerobico dos pacientes com HAPI e HAP-Esq. Metodos: Foram analisados TECP incremental em cicloergometro e TC6M de pacientes com HAPI e HAP-Esq, realizados ate 1 mes apos a avaliacao hemodinamica diagnostica, e sem que tratamento especifico para HAP tivesse sido iniciado. Houve duas fases distintas no delineamento do estudo: i) analise retrospectiva de pacientes que realizaram TECP como parte da rotina ambulatorial ou de protocolos de pesquisa; ii) fase prospectiva, na qual individuos com diagnostico recente de HAPI ou HAP-Esq foram submetidos a TECP incremental. Resultados: Foram avaliados 8 pacientes com HAP-Esq e 9 com HAPI. O indice cardiaco (IC), a resistencia vascular pulmonar e a pressao media de arteria pulmonar foram similares entre os grupos. Nao houve diferencas na estimativa da classe funcional da New York Heart Association e na distancia caminhada no TC6M entre os grupos. No entanto, no TECP, o O2pico foi maior em pacientes com HAP-Esq (75,5 ± 21,4 vs 54,1 ± 16,1 %previsto; p=0,016), assim como a inclinacao da relacao O2-W (8,2 ± 1,0 vs 6,8 ± 1,8 mL/min/W; p=0,03). Os individuos com HAP-Esq apresentaram maiores valores de pulso de oxigenio comparativamente a HAPI, alem de menor resposta taquicardica conforme a demanda metabolica (80,1 ± 20,6 vs 123,0 ± 39,2 batimentos/L/min; p=0,02). A inclinacao da relacao E- CO2 foi menor na HAPEsq (40,3 ± 3,9 vs 55,6 ± 19,8; p= 0,04). Houve correlacao entre o IC de repouso e O2pico, O2/W e E/ CO2 apenas nos pacientes com HAPI. Nao houve correlacao do O2pico com a distancia caminhada no TC6M. Conclusoes: Pacientes com HAPEsq apresentaram respostas fisiologicas ao exercicio incremental menos comprometidas que os pacientes com HAPI, mesmo com padrao hemodinamico similar ao repouso. Houve correlacao entre variaveis do TECP e hemodinamicas de repouso apenas nos pacientes com HAPI. O TC6M nao apresentou capacidade de detectar as disparidades funcionais entre os grupos. Os achados ao TECP sugerem que os pacientes com HAP-Esq possuam melhor capacidade em ajustar o debito cardiaco conforme a demanda metabolica durante o esforco, o que pode explicar o melhor curso clinico observado comparativamente a HAPI
- ItemAcesso aberto (Open Access)Reatividade cerebrovascular ao dióxido de carbono em mulheres com hipertensão arterial pulmonar e controles saudáveis: implicações nos distúrbios respiratórios do sono e na resposta ventilatória(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2014-03-31) Treptow, Erika Cristine [UNIFESP]; Neder, José Alberto [UNIFESP]; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Fundamentação: O dióxido de carbono (CO2) tem relevância crucial no controle ventilatório já que alterações nas suas pressões parciais influenciam o grau de estimulação dos quimiorreceptores - particularmente os centrais - e o tônus vascular cerebral. A hipertensão arterial pulmonar (HAP) caracteriza-se por hiperventilação alveolar e consequente hipocapnia, tanto no repouso quanto no exercício. A hipocapnia crônica tem o potencial de instabilizar o controle ventilatório via embotamento da reatividade cerebrovascular ao CO2 (RCVCO2). Neste contexto, o comprometimento da capacidade vasodilatadora permitiria excessiva estimulação ventilatória na hipercapnia e a vasoconstrição deficiente levaria a insuficiente estimulação ventilatória na hipocapnia. Tais anormalidades tendem a ser particularmente importantes quando as influências humorais tem papel preponderante no controle ventilatório, e.g., no sono e no exercício. Portanto, torna-se lícito supor que, se presente, o comprometimento da RCVCO2 seria particularmente deletério na HAP induzindo a distúrbios respiratórios do sono (DRS) e excessiva resposta ventilatória ao CO2. Objetivos: Investigar a RCVCO2 e suas possíveis interrelações com os DRS e a resposta ventilatória no repouso e no exercício em pacientes com HAP e indivíduos saudáveis de mesma idade e sexo. Hipótese: A menor RCVCO2, nas pacientes com HAP, estaria associada com maior frequência de DRS e resposta ventilatória excessiva tanto no repouso quanto no exercício comparativamente às controles. Métodos: A RCVCO2 foi medida em 25 pacientes do sexo feminino com HAP e 10 controles pareadas por idade. Um índice de fluxo sanguíneo cerebral (IFS, Mol.l-1.s-1) foi obtido pela taxa de incremento do corante indocianina verde mensurada pela espectroscopia por raios quasi-infravermelhos (NIRO 200, Hamamatsu Inc, Japan) sobre o córtex pré-frontal. A razão entre variações no IFS e na PCO2 trancutânea (PCO2tc, mmHg) estimou a RCVCO2 durante dois testes em hipercapnia (CO2 3% e 5%) e dois em hipocapnia (leve e moderada). A investigação de DRS foi realizada pela polissonografia de noite inteira e a resposta ventilatória avaliada durante o repouso e no exercício cardiorrespiratório incremental em cicloergômetro. Resultados: Como esperado, menores valores de pressão PCO2 foram encontrados nas pacientes em comparação às controles (30 ± 4 mmHg vs. 33 ± 2 mmHg; p <0,05). Embora estatisticamente significante, houve pequena variação dos valores de PCO2tc entre as duas provas de hipocapnia e as duas de hipercapnia. Portanto, as comparações foram realizadas entre os extremos de estimulação ventilatória, i.e., hipocapnia moderada (HIPO) e CO2 5% (HIPER). As pacientes apresentaram menores valores de IFS na HIPO e na HIPER, menor variação de IFS e menor RCVCO2 entre os testes (0,82 [0,26;2,83 Mol.l-1.s-1/mmHg] vs. 0 [- 0,73;1,58 Mol.l-1.s-1 /mmHg]; p<0.05). Um grupo de pacientes apresentou resposta paradoxal da RCVCO2 com valores inferiores de IFS na HIPER (21 ± 10 Mol.l-1.s-1) em relação à HIPO (25 ± 12 Mol.l-1.s-1). Em relação aos DRS, 10/25 pacientes (40%) apresentaram índice de distúrbios respiratórios maior 5 no /h, principalmente pela maior frequência de hipopneias e 9/25 (36%) tiveram dessaturação da oxi-hemoglobina noturna. Foi demonstrada resposta ventilatória excessiva na HAP em relação às controles na hipercapnia a 3% e no exercício (p<0.05). Entretanto, não houve correlação entre a menor RCVCO2 com os DRS ou a maior resposta ventilatória no repouso e no exercício (p>0,05). Conclusão: Pacientes com HAP apresentam importante comprometimento da RCVCO2. Tais anormalidades, entretanto, não parecem estar mecanisticamente relacionadas com os DRS e a excessiva resposta ventilatória no repouso e no exercício.