Navegando por Palavras-chave "Leukemia, Myeloid, Acute"
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- ItemSomente MetadadadosAvaliação dos mecanismos de ação de um alquilfosfolipídio em células de leucemia mielóide aguda(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2011) Thomé, Carolina Hassibe [UNIFESP]; Greene, Lewis Joel [UNIFESP]As leucemias mielóides agudas (LMAs) são doenças com prognóstico geralmente desfavorável. O tratamento quimioterápico e as complicações da doença causam grande morbidade aos pacientes e a sobrevida longa é incomum, exceto para a leucemia promielocítica que tem um tratamento diferenciado. Alquilfosfolipídios como edelfosine têm sido usados com promissores efeitos citotóxicos sobre diversas células neoplásicas. Fosfato de 10-(octiloxi)decil-2-(trimetilamônio)etila (ODPC), um alquilfosfolipídio similar à edelfosine, foi selecionado para o nosso estudo porque em células leucêmicas apresentam dose efetiva de 50% (DE-50) dez vezes menos do que células normais, além de apresentar efeitos adversos mais brandos. Após a síntese por nós, o ODPC foi purificado e caracterizado por ressonância magnética nuclear. Uma vez que os alquilfosfolipídios agem através de interação com membranas celulares, realizamos estudos com sistemas de lipossomos para avaliar a interação do ODPC com lipídios sintéticos, usados como modelos de membranas biológicas. Demonstramos que o ODPC tem interações com os lipossomos e que estas interações ocorrem em concentrações inferiores à concentração micelar crítica (CMC), indicando que sua ação nas membranas celulares não ocorre através de mecanismos simples de detergente. Para avaliar os efeitos mais específicos do tratamento com ODPC sobre células de LMA, realizamos um estudo proteômico quantitativo, baseado no cultivo celular da linhagem NB4 e marcação com isótopos estáveis incorporados em aminoácidos essenciais – SILAC. Estudamos principalmente a fração enriquecida com proteínas presente em rafts lipídicos obtidas pela extração com diferentes detergentes, devido às evidências de outros estudos que os alquilfosfolipídios exerçam efeitos sobre estes domínios. Proteínas como LAT2 e outras previamente descritas como integrantes de raft e envolvidas em processo de sinalização celular foram detectadas em menor concentração nas células NB4 após o tratamento pelo ODPC. Além disso, várias das proteínas reduzidas abundantemente pelo tratamento com ODPC são relatadas como contendo sítios de palmitoilação, uma modificação pós-traducional comum em proteínas presentes em rafts lipídicos. Após a validação da proteína LAT2, concluímos que esta proteína é uma das responsáveis pelo desencadeamento da apoptose em LMA, indiretamente através da via de sinalização do AKT e que o mecanismo de atuação do ODPC está possivelmente ligado a palmitoilação da LAT2, deslocando a proteína do raft lipídico e alterando sua função adaptadora de várias cascatas de sinalização intracelulares. Estes resultados, além de avançarem no entendimento do mecanismo de ação do ODPC e outros alquilfosfolipídios sobre a LMA, também reforçam o papel importante de modificações pós-traducionais, neste caso a palmitoilação, como alvo terapêutico do câncer.