Navegando por Palavras-chave "Mental Illness"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Percepção de psiquiatras em relação ao tratamento de transtornos mentais na atenção básica(Universidade Federal de São Paulo, 2022-02-16) Haddad, Michel [UNIFESP]; Mari, Jair de Jesus [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5783141369706484; http://lattes.cnpq.br/4610613809155773Introdução: A prevalência de transtornos mentais em pessoas atendidas em serviços de atenção básica é maior do que na população geral, chegando a mais da metade dos indivíduos atendidos. O tratamento de transtornos mentais comuns em unidades de atenção básica tem sido sugerido como estratégia prioritária para garantir acesso e adesão ao tratamento. Contudo, pouco é conhecido sobre a percepção dos psiquiatras acerca do encaminhamento de pacientes com transtornos mentais comuns para serem tratados por médicos generalistas. Objetivo: Avaliar a percepção dos psiquiatras em relação aos transtornos mentais que podem ser tratados nos cuidados primários de saúde, e quais deveriam ser encaminhados à atenção especializada de acordo com especificidades regionais. Método: Trata-se de um estudo de corte transversal descritivo, nas cidades de São Paulo (Brasil), La Paz (Bolívia), Santiago (Chile) e Havana (Cuba). As condutas clínicas dos psiquiatras em relação aos transtornos mentais comuns e a acurácia diagnóstica foram investigadas por meio de vinhetas clínicas (identificação de um transtorno mental, prescrição de um medicamento, encaminhamento do paciente para um especialista ou um médico de atenção primária etc.). Modelos de análise multivariada foram desenvolvidos para verificar a associação entre características dos psiquiatras e as condutas clínicas. Resultados: 230 psiquiatras preencheram os questionários on-line (102 do Brasil, 29 da Bolívia, 29 do Chile e 70 de Cuba). Os psiquiatras do Brasil eram menos propensos a reconhecer a depressão como um transtorno mental em comparação com os profissionais de Cuba (Odds Ratio (OR) = 0,30, intervalo de confiança de 95% (IC), 0,10 a 0,91, p <0,04), as psiquiatras mulheres apresentaram menor probabilidade de aceitar que esses pacientes sejam tratados com médicos de atenção primária (MAP) em comparação com os psiquiatras homens (OR = 0,19, IC 95%, 0,04 a 0,91, p <0,02). Ao mesmo tempo, um aumento na idade dos entrevistados foi associado a uma menor possibilidade de ser tratado por um MAP (OR = 0,92, IC 95%, 0,87 a 0,97, p <0,01). Na vinheta de ansiedade, os participantes da Bolívia eram mais propensos do que os de Cuba a considerar importante que esses pacientes procurassem um psiquiatra em vez de um MAP (OR = 4,19, IC 95%, 1,22 a 14,42, p <0,02), as profissionais do sexo feminino foram associadas a uma maior probabilidade encaminharem esses pacientes para tratamento com psiquiatras quando comparados aos do sexo masculino (OR = 2,38, IC 95%, 1,10 a 5,13, p <0,01). Conclusões: A maioria dos psiquiatras entrevistados concordou que os pacientes com depressão devem ser tratados por MAPs e que os casos somatoformes e de ansiedade devem ser tratados por psiquiatras. Esses resultados mostram que os psiquiatras consideram que eles, e não os MAPs, devem tratar pacientes com transtornos mentais comuns, independentemente da evidência que mostre que os transtornos mentais comuns podem ser tratados pelos médicos da atenção básica em PC.