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- ItemAcesso aberto (Open Access)Avaliação do papel do óxido nítrico endógeno no crescimento do fungo Paracoccidioides brasiliensis(Universidade Federal de São Paulo, 2024-04-21) Castro, Beatriz Furue de [UNIFESP]; Batista, Wagner Luiz [UNIFESP]; Batista, Patricia Xander [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3620553457348403; http://lattes.cnpq.br/4373797404389169; http://lattes.cnpq.br/9753268295410593Fungos do gênero Paracoccidioides são responsáveis pela paracoccidioidomicose (PCM), uma infecção fúngica sistêmica prevalente na América Latina, especialmente no Brasil. No ambiente, eles assumem uma forma de crescimento conhecida como micélio, típica dos fungos. Porém, ao serem inalados por mamíferos hospedeiros, esses fungos se transformam em sua forma patogênica, chamada levedura, aproveitando a temperatura corporal (37°C). Essa alternância entre micélio e levedura é crucial para o desenvolvimento da PCM. Seu desenvolvimento depende de fatores do hospedeiro, bem como das estratégias de adaptação do fungo, conhecidas como fatores de virulência. Estes incluem o termodimorfismo, produção de adesinas, proteases e mecanismos de detoxificação contra as espécies reativas geradas pelo sistema imunológico do hospedeiro. O óxido nítrico (NO) desempenha um papel ambíguo e essencial na relação parasita-hospedeiro. Ele atua como parte do ambiente hostil gerado pelo sistema imunológico do hospedeiro, mas também é produzido endogenamente pelos fungos, com funções fisiológicas relacionadas à proliferação celular, desenvolvimento, patogenicidade e virulência. Portanto, este estudo investigou o papel da produção endógena de NO em P. brasiliensis. Para tanto, nós utilizamos um inibidor farmacológico L-NAME (um inibidor seletivo da óxido nítrico sintase) e c-PTIO (sequestrador de NO). Os mecanismos de produção de NO em fungos ainda não foram totalmente esclarecidos, mas duas vias metabólicas são destacadas na literatura: a via dependente de arginina e a via dependente de nitrato. Embora os fungos do gênero Paracoccidiodes não apresentem genes ortólogos às NOS em seu genoma, eles possuem genes relacionados às nitrito e nitrato redutases. A ausência de genes semelhantes às NOS não implica que não haja proteínas com funções semelhantes no fungo, como evidenciado neste estudo, após exposição das células de P. brasiliensis ao L-NAME, pela redução significativa do NO endógeno, inibição do crescimento celular e da transição termodimórfica para a forma patogênica, além da modulações nos principais componentes da parede cellular (β-glucanas, quitina e mananas). Adicionalmente, foi obsevado aumento da expressão gênica do gene CSP37, relacionado à capacidade de adesão do patógeno, e interferência no crescimento celular. O c-PTIO, utilizado como sequestrador de NO, também demonstrou a importância do NO endógeno para o fungo, interferindo no crescimento celular, modulação dos componentes da parede celular e aumento da expressão gênica do gene arginase. Isso reforça a presença de mais de uma via de produção de NO no fungo. Em resumo, este estudo destaca a relevância da produção endógena de NO para a proliferação celular e modulação dos componentes da parede celular do fungo, e possivelmente na patogenicidade e virulência de P. brasiliensis.