Navegando por Palavras-chave "Nefrite lúpica"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Are serum cystatin C levels influenced by steroid doses in lupus nephritis patients?(Sociedade Brasileira de Nefrologia, 2011-09-01) Madureira E Silva, Marcus Vinicius [UNIFESP]; Moscoso Solorzano, Grace [UNIFESP]; Nishida, Sonia Kiyomi [UNIFESP]; Mastroianni Kirsztajn, Gianna [UNIFESP]; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)INTRODUCTION: Cystatin C is considered a promising test to evaluate glomerular filtration rate, since it has characteristics of an ideal endogenous marker, being similar or even superior to serum creatinine according to some studies. However, it is possible that some factors (as corticotherapy) could have an influence on serum cystatin C levels regardless of the glomerular filtration rate. The aim of this study was to investigate if different doses of glucocorticoid could have an influence on serum cystatin C levels in lupus nephritis patients. METHODS: We evaluated 42 patients with lupus nephritis that performed 109 different blood collections; their mean age was 37.7 ± 13.1 years old, and 88% were female; the mean estimated glomerular filtration rate was of 61.9 ± 20.0 mL/min. Patients were divided according to their glucocorticoid dose in two groups: A - high (pulse therapy with methylprednisolone and prednisone > 0.5 mg/kg/d, n = 14) versus B - low doses (prednisone ≤ 0.5 mg/kg/d, n = 28). Serum creatinine levels were used as parameters for renal function comparison. Cystatin C was determined by an in-house methodology, using Luminex system flow citometry. RESULTS: Considering these groups, cystatin C levels were different only in the second visit (p = 0.106). But, when the serum creatinine levels were considered in the same groups, a marginally significant difference among them (p = 0.070) was observed, which suggested that the difference in cystatin C levels between the groups was caused by their respective glomerular filtration rate. There was not any difference between those groups that received or did not receive pulse therapy. CONCLUSION: Although some previous studies have shown that glucocorticoid has an influence on serum cystatin C levels, we have not observed such interference in the lupus nephritis patients submitted to corticotherapy.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Coorte de validação de instrumento preditor de classe histológica proliferativa em pacientes com nefrite lúpica: estudo LUCAS (Lupus Nephritis Class Assessment System)(Universidade Federal de São Paulo, 2024-09-12) Araújo Júnior, Antônio Silaide de [UNIFESP]; Reis Neto, Edgard Torres dos [UNIFESP]; Sato, Emilia Inoue [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3499771191085824; http://lattes.cnpq.br/0609475627779236; http://lattes.cnpq.br/7066315505869744Introdução: A nefrite lúpica (NL) é uma das principais causas de morbimortalidade em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES), sendo a biópsia renal o padrão ouro para o diagnóstico e para guiar o tratamento. Estudos apontam discordância entre parâmetros clínicos e laboratoriais e classe histológica da NL. Assim, o desenvolvimento e validação de instrumentos de predição de classe histológica são importantes, especialmente quando a biópsia renal não estiver disponível ou houver alguma contraindicação ao procedimento. Objetivos: Validação de instrumento de predição de classe histológica da NL classe III ou IV(±V) versus classe V, baseado em parâmetros clínicos e laboratoriais, previamente desenvolvido. Secundários: Avaliar a sensibilidade, especificidade, acurácia e valores preditivos positivo e negativo do instrumento, com diferentes pontos de corte para a contagem de hemácias na urina; em primeiro episódio versus recidiva de NL; e, em classes III ou IV sem classe V associada versus classe V; correlacionar os parâmetros clínicos e laboratoriais com índices de atividade (IA) e cronicidade (IC) na biópsia renal. Pacientes e métodos: Estudo retrospectivo, transversal, com análise de prontuário de 196 pacientes com LES submetidos a biópsia renal entre janeiro de 2010 e janeiro de 2024. A validação do instrumento foi realizada através da análise da sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivo e negativo, acurácia, razão de verossimilhança positiva e negativa. Análise estatística: associações entre duas variáveis categóricas através dos testes de Qui-Quadrado ou exato de Fisher; normalidade dos dados pelo teste de Kolmogorov-Smirnov; e, comparação de média entre os grupos através do teste t de Student ou Mann-Whitney. P<0,05 foi considerado significante. Resultados: Entre os 196 pacientes incluídos, 81,6% eram do sexo feminino, 60,2% não caucasianos e a idade média no momento da biópsia era de 31,2±10,4 anos. Trinta pacientes apresentaram classe III, 104 classe IV, 36 classe V e 26 classes mistas (7 classe III+V e 19 classe IV+V). Os valores médios de creatinina sérica e proteinúria foram de 1,8±1,5 mg/dL (TFG 71,3±42,2 mL/1,73 m²) e de 3,4±2,7g/24horas, respectivamente, e o SLEDAI de 16,3±7,0. Sexo, idade, etnia e tempo de doença foram semelhantes nas coortes de desenvolvimento e validação. Na coorte de validação encontramos sensibilidade de 90,6%, especificidade de 66,7 %, valor preditivo positivo de 92,4 % com acurácia de 86,2%, em predizer a classe histológica III ou IV(±V) versus classe V, sendo a especificidade pouco inferior à coorte de desenvolvimento (80,0% versus 66,7%). Não houve diferença no desempenho do instrumento, quando considerados os valores de hemácias > 5.000/mL, > 10.000 /mL ou > 20.000 /mL; primeiro episódio versus recidiva de nefrite e classes III ou IV sem classe V associada. Encontramos maior IA histológica renal naqueles com presença de hemácias na urina. Houve fraca correlação negativa do IA com TFG (rS= -0,302; p=0,001) e fraca correlação positiva com creatinina (rS= 0,300; p=0,001) e uma correlação moderada positiva do IC com a creatinina (rS= 0,477; p<0,001) e correlação moderada negativa com a TFG (rS= -0,475; p<0,001). Conclusões: A validação do instrumento de predição de classe histológica proliferativa demonstrou desempenho semelhante ao encontrado na coorte de desenvolvimento, sem diferença da acurácia do instrumento com diferentes pontos de corte de hemácias na urina e na avaliação de primeiro episódio de nefrite ou recidiva. A presença de hemácias na urina se correlacionou com índices de atividade, enquanto os índices de cronicidade apresentaram correlação fraca negativa com a TFG e creatinina sérica.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Desfechos renais em nefrite lúpica(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2017) Polycarpo, Sabrina Bonvino [UNIFESP]; Kirsztajn, Gianna Mastroianni [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5744106277657588; http://lattes.cnpq.br/7752865982829941INTRODUÇÃO: A Nefrite Lúpica (NLup) é uma das manifestações mais comuns e graves do lúpus eritematoso sistêmico (LES) e afeta cerca de 60% dos adultos com a doença. É reconhecida como o preditor mais forte de pior prognóstico, influenciando tanto a morbidade quanto a mortalidade dos pacientes com LES. Apesar da evolução do tratamento ao longo dos últimos anos, são escassas as informações sobre a evolução do comprometimento renal de pacientes com LES no longo prazo. OBJETIVOS: Caracterização clínica, laboratorial e histopatológica de pacientes com NLup; definição de fatores que se associam à perda de função renal; determinação do índice de dano SLICC/ACR-DI e principais acometimentos; determinação da pontuação no domínio desse índice referente a cronicidade renal em 1, 5 e 10 anos e fatores associados. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Estudo observacional, descritivo, retrospectivo, longitudinal, em que foram avaliados 112 pacientes com seguimento mínimo de um ano e diagnóstico anatomopatológico de NLup. Foram coletados dados demográficos, clínicos e laboratoriais, assim como de biópsia renal, tratamento e infecções; determinou-se a pontuação do SLICC/ACR-DI global e renal. Para as análises inferenciais, adotou-se o nível de significância alfa igual a 5%. RESULTADOS: A maioria dos pacientes era do sexo feminino, com mediana de idade de 29 anos. As manifestações clínicas associadas à NLup predominantes foram: hematológicas (80,4%), sobretudo anemia (74,1%), consumo de complemento (68,8%) e acometimento articular (67%). Hematúria > 100.000/mm3 na apresentação da doença renal ocorreu em 52 pacientes (53,1% daqueles com hematúria) e no final do seguimento em seis pacientes (11,1% daqueles com hematúria nesta etapa). O perfil clínico-laboratorial de apresentação correspondeu a creatinina sérica elevada (média de 1,62mg/dL) e proteinúria > 3,5g/24h em 49% e, em algum momento na evolução, em 72% dos pacientes. Predominou a NLup classe IV (64,3%), de forma isolada ou combinada; essa última ocorreu em 11 pacientes, sendo a maioria (8 de 11) com a classe V. Não se identificou qualquer caso de classe I e foi incomum a classe VI. Hipertensão arterial foi diagnosticada em 76,8% dos pacientes, necessitando na maioria dos casos apenas da prescrição de uma ou duas medicações anti-hipertensivas para controle. A NLup classe IV associou-se a pior função renal no início do acompanhamento (maior creatinina sérica inicial, menor TFGe inicial pelo CKD-EPI), HAS e, no final, a mais DRCT (TFGe < 15 mL/min), assim como detecção mais frequente de critérios de atividade renal (mais hematúria inicial e na evolução > 100.000/mL) e imunológica (maior frequência de positividade para anti-DNA). Infecções ocorreram em 58% dos pacientes em algum momento no curso da doença, predominando as de pele (27%), trato urinário (23%) e pneumonia (23%); quadros infecciosos de vias áreas superiores associaram-se ao uso de ciclofosfamida. Houve aumento estatisticamente significante do escore renal do SLICC/ACR-DI entre 5 e 10 anos de seguimento; tal aumento ocorreu às custas de apenas 11,8% da população avaliada (N=34) nas duas ocasiões. No SLICC/ACR-DI, predominou o acometimento de um só órgão (70,3%), destacando-se os danos ocular, neurológico e vascular. Evoluíram com perda de função renal (definida como dobrar a creatinina sérica inicial) 13,4% dos pacientes e com DRCT 11,6%. CONCLUSÕES: Nesta população com NLup, houve predomínio da classe IV. Perda progressiva de função renal ocorreu em 13,4% dos casos e doença renal crônica estágio 5 em 11,6%. Detectou-se aumento significante de dano renal acumulado dos 5 para os 10 anos de seguimento, o qual ao final do seguimento se associou com TFGe inicial < 75 mL/min e proteinúria 24h > 3,5g na evolução.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Estudo retrospectivo de 240 biópsias de Nefrite Lúpica, avaliando doença renal dialítica e morte como desfechos(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2016-08-31) Vila-Inda, Catarina Juliana [UNIFESP]; Schor, Nestor [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8276708741672261; http://lattes.cnpq.br/4093348373831929; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Background/Purpose: Lupus nephritis (LN) affects up to 60% of SLE patients and is worse in minority communities. Traditionally proliferative LN is clinically more severe and confers worse outcomes. However, a significant number of patients with membranous and mixed LN do develop renal failure. To evaluate what factors can possibly be associated to the development of end stage renal disease (ESRD) and/or death, and to identify whether class on biopsy can be associated to ESRD and/or death we studied a cohort of African Americans and Hispanics with LN in a large academic center in New York/USA. Methods: All renal biopsies from January 1997-December 2011 were analyzed. 199 patients with ?4/11 ACR SLE criteria and biopsy proven LN classes III±V, IV±V and V were selected. Patients with a second biopsy, regardless of class type, were also selected. Baseline demographic, laboratory information, and treatment regimens were collected at the time of biopsy, 6 and 12 months after. Demographic and clinical characteristics underwent bivariate analysis. A multivariate analysis was applied on variables of interest. Kaplan-Meier curves were used to analyze the risk of developing ESRD or death based on class. Results: Of the total of 199 subjects included, 82.5% were female at median age of 33y, predominantly Black and Hispanic (47.5% and 42.5%, respectively). 120 (60.5%) had Proliferative LN (Class III or IV, P), 54 (27%) had Membranous LN (Class V, M), and 25 (12,5%) had Mixed disease (P+M) on first biopsy. Black patients were more likely to have class V (73.5%) as compared to Hispanics (24.5%). No correlations were found among groups considering age, gender or disease duration. Proliferative LN showed higher creatinine (p<0.01) and lower Glomerular Filtration Rate (GFR) (p<0.001); but there was no difference between M or P+M on both parameters. Proliferative LN also had significantly higher urine white blood cells (p<0.001) and lower Complement C3 (p<0.001) and C4 (p=0.03). Increased dsDNA was found in both P and M lesions (p<0.001) as well as median blood pressure (BP) (p=0.001). There was no difference in median protein/creatinine ratios and serum albumin among groups. Both ESRD and survival estimates were significantly worse for Proliferative LN (p=0.003 and p=0.01, respectively). Class (p<0.002), and factors related to the disease severity, specifically GFR (p<0.001), serum creatinine (p<0.001), and protein/creatinine ratio (p=0.01), were significantly associated with the risk of developing ESRD over time and with death. The development of ESRD (p=0.002) was solely associated with death. Forty-one patients (21%) underwent a second biopsy. Repeat biopsy appears significantly (p=0.04) associated with ESDR. Conclusion: In this specific SLE population, class was an independent factor of association with death and/or ESRD. It is most likely that the disease severity itself is what drives the prognosis. GFR and protein to creatinine ratio are associated with ESRD. Age, GFR and ESRD are associated with death. Repeat biopsy was found to be associated with less mortality. Further studies looking into early attention with patients presenting more aggressive renal disease and differences among races would be important in both treatment and DRD and/or death as outcomes in lupus patients.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Lúpus eritematoso sistêmico bolhoso associado à nefrite lúpica: relato de dois casos(Sociedade Brasileira de Dermatologia, 2007-02-01) Cato, Ellen Erie; Lima, Alciara De Sousa; Pontes, Alexandre L. Lourenço; Vannucci, Andrea Barranjard; Levites, Jacob [UNIFESP]; Sociedade Brasileira de Dermatologia; Complexo Hospitalar Heliópolis Serviço de Reumatologia; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP); Complexo Hospitalar Heliópolis Serviço de DermatologiaBullous systemic lupus erythematosus is recognized as a distinct entity related to autoimmunity to type VII collagen. In some cases, the flare of bullous disease coincides with the exacerbation of systemic lupus erythematosus, and especially lupus nephritis. Two cases of young female patients with vesiculobullous eruption on sun-exposed and non-exposed areas associated to lupus nephritis are described. Diagnosis was proved by characteristic histopathology and direct immunofluorescence. Corticosteroids and dapsone therapy may be effective.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Onicomicose em pacientes imunocomprometidos: caracterização epidemiológica, fenotípica e molecular(Universidade Federal de São Paulo, 2022-06-23) Borba, Orion Sant´Anna Motter [UNIFESP]; Tomimori, Jane [UNIFESP]; Ogawa, Marilia Marufuji [UNIFESP]; Kirsztajn, Gianna Mastroianni [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4293135287464743; http://lattes.cnpq.br/5744106277657588; http://lattes.cnpq.br/1123390691453566; http://lattes.cnpq.br/7361661106118272A onicomicomise é uma infecção fúngica comum entre os indivíduos imunossuprimidos: os receptores de transplante renal (RTR) submetidos à imunossupressão iatrogênica para a manutenção do órgão enxertado; os pacientes com nefrite lúpica (NL), submetidos à corticoterapia; e os pacientes com diabetes mellitus (DM) que apresentam imunossupressão intrínseca. O objetivo desse estudo foi caracterizar e identificar as infecções fúngicas nas unhas (pés e mãos), em pacientes imunocomprometidos: RTR, NL e DM, do ponto de vista epidemiológico, clínico e micológico. O material clínico, escamas de unha (pé e/ou mão), foi coletado de 47 RTR, 66 NL, 67 DM e 78 indivíduos imunocompetentes (grupo controle), dos quais 63,6% eram do sexo feminino, com exceção do grupo de RTR. A média de idade foi de 52 anos. O predomínio da onicomicose subungueal distal lateral (OSDL) (75,2%), afetando principalmente a unha do hálux, foi ocorrência comum nos grupos estudados. O acometimento maior das unhas dos pés por fungos dermatófitos e das unhas das mãos pelas espécies de Candida foi estatisticamente significante, confirmado por técnicas moleculares. Nos RTR, o período de tempo após o transplante variou entre 1 ano e 19 anos, com média de 7,5 anos. A principal causa da falência renal foi a associação da hipertensão arterial sistêmica (HAS) e DM. Observou-se maior frequência de acometimento das unhas das mãos nos pacientes com NL e DM, sendo que para a NL a diferença foi estatisticamente significante. Entre os pacientes com DM, 76,0% não usavam insulina, este grupo mostrou idade mais avançada entre os pacientes imunocomprometidos e as infecções por Candida spp foram mais frequentes. 87,2% dos diagnósticos de onicomicose em cultura foram confirmados por meio dos métodos moleculares, identificando os agentes fúngicos em nível de espécie. Os dermatófitos, T. rubrum e T. interdigitale e as espécies de Candida, C. parapsilosis e C. albicans, foram os agentes fúngicos mais frequentes nas populações estudadas. As identificações por meio de técnicas moleculares como o sequenciamento das regiões ITS do rDNA foram aplicadas. Entretanto não houve diferença significante quanto a distribuição das espécies identificadas pelas técnicas molecular e cultura com identificação fenotípica.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Terapia com ciclofosfamida no lúpus eritematoso sistêmico: heteronegeidade no impacto sobre o sistema imunitário adaptativo(Universidade Federal de São Paulo, 2024-02-28) Agustinelli, Renan de Almeida [UNIFESP]; Andrade, Luis Eduardo Coelho [UNIFESP]; Perazzio, Sandro Felix [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6444207507484384; http://lattes.cnpq.br/3012990107397690; http://lattes.cnpq.br/2666279009499168Introdução: Pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) são frequentemente tratados com drogas imunossupressoras para diminuir o processo inflamatório lesivo. Alguns pacientes tornam-se vulneráveis a infecções enquanto outros parecem tolerar bem o uso da terapia imunossupressora. Isso sugere heterogeneidade individual do sistema imunitários de pacientes com LES aos imunossupressores. Objetivo: Avaliar se pacientes com nefrite lúpica apresentam heterogeneidade na susceptibilidade do sistema imune adaptativo ao tratamento com ciclofosfamida. Materiais e métodos: Foram incluídos sessenta pacientes com nefrite lúpica e tratamento com ciclofosfamida EV mensal. Colheu-se sangue antes (Tempo T1) e 20 dias após a 4ª pulsoterapia (Tempo T2) para imunofenotipagem de linfócitos T e B e seus subtipos, ensaio de proliferação de linfócitos T e dosagem sérica de IgA, IgM e IgG e suas subclasses. Trinta e nove pacientes completaram os 4 meses. Foram selecionados quarenta controles saudáveis pareados por sexo e idade para comparação em T1. Células mononucleares do sangue periférico foram marcadas com CFSE e cultivadas a 37ºC/5%CO2 sob estímulo com fitohemaglutinina ou anti-CD3/CD28. A proliferação foi avaliada após 72 horas por citometria de fluxo. As imunoglobulinas séricas foram quantificadas através de método imunoturbidimétrico. Trinta pacientes receberam vacina polissacarídica antipneumocócica e reforço contra o toxoide tetânico após a 4ª pulsoterapia e foi realizada nova coleta de sangue após 1 mês para a pesquisa de anticorpos contra 7 sorotipos do pneumococo e contra o toxoide tetânico por ELISA para comparação com os níveis anteriores à pulsoterapia. Resultados: Pacientes apresentaram menor frequência absoluta de linfócitos do que os controles, além de menor frequência absoluta e relativa de linfócitos T (LT) CD4+ de memória central e frequência absoluta de LT CD8+ de memória efetor e LT Th1 e Th2. Pacientes também apresentaram menor frequência absoluta de linfócitos B (LB) totais e LB imaturos, transicionais, LB com e sem switch de memória e plasmablastos, além de menor frequência relativa de LB naïve maduros. Encontramos maior capacidade proliferativa de LT estimulados com anti-CD3/CD28, além maiores níveis de IgG1 e IgG3 e menores níveis de IgG2 e IgG4 em pacientes. Na avaliação temporal, houve aumento da frequência relativa de LT CD4+, acompanhado de elevação de LT CD4+ de memória central e redução da frequência relativa de LT CD8+ de memória efetor. Também observamos redução da frequência relativa e absoluta de LB totais e absoluta de LB naïve maduros e de memória atípicos, redução da proliferação de LT estimulado com anti-CD3/CD28, dos níveis séricos de IgG, e de IgG1, IgG2 e IgG4. Após vacina contra o pneumococo houve elevação de anticorpos contra todos os sorotipos, apesar de onze pacientes não terem apresentado a resposta vacinal esperada. De forma semelhante, houve elevação dos anticorpos anti-toxóide tetânico, porém quatorze pacientes não obtiveram proteção plena. Análise hierárquica de clusters deflagrou três clusters em relação às variações temporais dos parâmetros imunológicos analisados, sendo que um desses clusters se associou com a ocorrência de infecções. A característica mais marcante desse cluster foi a redução dos níveis de imunoglobulinas após o tratamento. Conclusão: Houve flagrante heterogeneidade interindividual em relação à evolução temporal dos parâmetros imunitários estudados ao longo do tratamento com ciclofosfamida. Dentre os parâmetros analisados, a variação temporal dos níveis de imunoglobulinas parece despontar como potencial marcador para identificar risco de infecções durante o tratamento.