Navegando por Palavras-chave "Parede celular"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Avaliação do papel da hipóxia na modulação da parede celular do fungo Paracoccidioides brasiliensis(Universidade Federal de São Paulo, 2021-09-24) Barros, Yasmin Nascimento de [UNIFESP]; Batista, Wagner Luiz [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4373797404389169; http://lattes.cnpq.br/6980283990020398Fungos termodimórficos do gênero Paracoccidioides são os agentes etiológicos da paracoccidioidomicose (PCM), uma micose sistêmica com ocorrência na América Latina. A interação entre Paracoccidioides spp. e seu ambiente extracelular, são de grande importância para o sucesso do estabelecimento do fungo no hospedeiro. Embora os fungos patogênicos respondam a diferentes estresses, tais como: altas temperaturas, ROS/RNS, alterações de pH e limitação de macro e micronutrientes, pouco se conhece sobre como os fungos patogênicos humanos respondem à limitação de oxigênio, particularmente quando condições hipóxicas são encontradas no tecido hospedeiro. Neste sentido, o objetivo do trabalho é avaliar a modulação dos componentes da parede celular de Paracoccidioides brasiliensis em respostaa ambientes com baixas concentrações de oxigênio. Os resultados demonstram um aumento viabilidade do P. brasilienses quando incubado a baixas concentrações de oxigênio. Além disso, genes envolvidos na síntese de α-glucana aumentaram ao mesmo tempo que genes relacionados a síntese de β-glucana reduzem sua expressão relativa em resposta a hipóxia. Ensaio de interação entre β-glucana e Dectina-1 por citometria de fluxo demonstrou que em baixas concentrações de oxigênio, há uma redução da interação entre β-glucana e seu receptor. Além disso, Leveduras de P. brasiliensis apresentam uma resistência à fagocitose quando submetido à hipóxia. Em adição, a via de cAMP-PKA não parece estar envolvida na modulação dos componentes de parede celular de leveduras de P. brasiliensis sob baixas concentrações de oxigênio. Por fim, as leveduras submetidas a hipóxia apresentaram uma menor suscetibilidade ao antifúngico fluconazol. Em conjunto, os resultados encontrados nesse trabalho sugerem uma modulação da parede celular do fungo patogênico P. brasiliensis em resposta à hipóxia.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Avaliação do papel do óxido nítrico endógeno no crescimento do fungo Paracoccidioides brasiliensis(Universidade Federal de São Paulo, 2024-04-21) Castro, Beatriz Furue de [UNIFESP]; Batista, Wagner Luiz [UNIFESP]; Batista, Patricia Xander [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3620553457348403; http://lattes.cnpq.br/4373797404389169; http://lattes.cnpq.br/9753268295410593Fungos do gênero Paracoccidioides são responsáveis pela paracoccidioidomicose (PCM), uma infecção fúngica sistêmica prevalente na América Latina, especialmente no Brasil. No ambiente, eles assumem uma forma de crescimento conhecida como micélio, típica dos fungos. Porém, ao serem inalados por mamíferos hospedeiros, esses fungos se transformam em sua forma patogênica, chamada levedura, aproveitando a temperatura corporal (37°C). Essa alternância entre micélio e levedura é crucial para o desenvolvimento da PCM. Seu desenvolvimento depende de fatores do hospedeiro, bem como das estratégias de adaptação do fungo, conhecidas como fatores de virulência. Estes incluem o termodimorfismo, produção de adesinas, proteases e mecanismos de detoxificação contra as espécies reativas geradas pelo sistema imunológico do hospedeiro. O óxido nítrico (NO) desempenha um papel ambíguo e essencial na relação parasita-hospedeiro. Ele atua como parte do ambiente hostil gerado pelo sistema imunológico do hospedeiro, mas também é produzido endogenamente pelos fungos, com funções fisiológicas relacionadas à proliferação celular, desenvolvimento, patogenicidade e virulência. Portanto, este estudo investigou o papel da produção endógena de NO em P. brasiliensis. Para tanto, nós utilizamos um inibidor farmacológico L-NAME (um inibidor seletivo da óxido nítrico sintase) e c-PTIO (sequestrador de NO). Os mecanismos de produção de NO em fungos ainda não foram totalmente esclarecidos, mas duas vias metabólicas são destacadas na literatura: a via dependente de arginina e a via dependente de nitrato. Embora os fungos do gênero Paracoccidiodes não apresentem genes ortólogos às NOS em seu genoma, eles possuem genes relacionados às nitrito e nitrato redutases. A ausência de genes semelhantes às NOS não implica que não haja proteínas com funções semelhantes no fungo, como evidenciado neste estudo, após exposição das células de P. brasiliensis ao L-NAME, pela redução significativa do NO endógeno, inibição do crescimento celular e da transição termodimórfica para a forma patogênica, além da modulações nos principais componentes da parede cellular (β-glucanas, quitina e mananas). Adicionalmente, foi obsevado aumento da expressão gênica do gene CSP37, relacionado à capacidade de adesão do patógeno, e interferência no crescimento celular. O c-PTIO, utilizado como sequestrador de NO, também demonstrou a importância do NO endógeno para o fungo, interferindo no crescimento celular, modulação dos componentes da parede celular e aumento da expressão gênica do gene arginase. Isso reforça a presença de mais de uma via de produção de NO no fungo. Em resumo, este estudo destaca a relevância da produção endógena de NO para a proliferação celular e modulação dos componentes da parede celular do fungo, e possivelmente na patogenicidade e virulência de P. brasiliensis.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Efeito paradoxal da caspofungina em Candida spp(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2010) Bizerra, Fernando César [UNIFESP]; Colombo, Arnaldo Lopes [UNIFESP]; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)O efeito paradoxal (EP) é caracterizado pelo crescimento celular em concentrações de equinocandinas acima da concentração inibitória mínima (CIM). Apesar da resistência a esta classe de drogas ser um fenômeno pouco comum em isolados de Candida spp., a ocorrência do EP é freqüentemente observada entre isolados desta levedura durante os testes de susceptibilidade às equinocandinas. O objetivo deste estudo foi analisar a freqüência do EP da caspofungina (CAS) entre isolados de Candida spp. e avaliar os aspectos morfológicos e os mecanismos moleculares relacionados a este fenômeno. Para tanto, foram utilizados 77 isolados de Candida spp., incluindo 21 isolados de C. albicans, 22 de C. tropicalis, 23 de C. parapsilosis e 11 de C. orthopsilosis. Todos isolados foram submetidos ao teste de susceptibilidade da CAS, segundo recomendações do Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI, documento M27-A3), para determinação da CIM e avaliar a presença do EP. Entre os isolados que apresentaram EP da CAS, foram selecionados dois isolados de cada espécie para aplicação dos demais testes propostos neste estudo. Os ensaios de concentração fungicida mínima (CFM), curva de morte e ensaio de viabilidade celular foram utilizados para avaliar o comportamento das células fúngicas durante o EP. Analisamos ainda as alterações ultraestruturais e bioquímicas da parede celular durante o EP e a expressão de genes relacionados à síntese da parede celular durante este fenômeno. Entre os 77 isolados de Candida spp. analisados, 42 (54,5%) apresentaram o EP da CAS em concentrações que variaram de 4,0 a 32,0 µg/mL de CAS. Os ensaios de viabilidade celular mostraram que as células do EP apresentaram-se viáveis, mesmo quando expostas a altas concentrações de CAS (16 µg/mL). Os ensaios de curva de morte provaram ser mais discriminatórios que MFC para caracterizar o EP, principalmente para isolados de C. parapsilosis e C. orthopsilosis. As quatro espécies de Candida analisadas neste estudo apresentaram um padrão semelhante de alterações ultraestruturais e bioquímicas da parede celular durante o EP. De forma geral, durante o EP houve uma diminuição de 2,7 a 7,8 vezes no conteúdo de β-1,3-glucana e um aumento de 4,0 a 6,6 vezes no conteúdo de quitina da parede celular. Sobre a análise ultraestrutural por microscopia eletrônica, as células do EP apresentaram aumento do tamanho celular, formação de aglomerados celulares, ausência de filamentação e anormalidades no septo de brotamento. Além disso, a parede celular das células do EP apresentou um predomínio da camada mais eletrodensa, indicando uma diminuição da camada de β-1,3-glucana. Por fim, os resultados da análise da expressão gênica sugerem que o aumento da síntese de quitina em células do EP de C. albicans é regulado pelas vias PKC, HOG e Calcineurina-Ca2+. Nossos resultados apresentaram detalhes sobre as alterações morfológicas e ultraestruturais durante o EP, mostrando que as diferentes espécies analisadas apresentaram resposta celular semelhante durante o EP da CAS. Podemos concluir ainda que as células do EP possuem mecanismos adaptativos responsáveis pelo aumento do conteúdo de quitina na parede celular, em resposta à inibição de β- 1,3-glucana. Esses mecanismos permitem que as células do EP sobrevivam a altas concentrações de CAS, sugerindo que a estimulação da síntese de quitina pode representar um mecanismo de escape à atividade desta droga.