Navegando por Palavras-chave "Preferência condicionada"
Agora exibindo 1 - 2 de 2
Resultados por página
Opções de Ordenação
- ItemAcesso aberto (Open Access)Efeito de antagonista do receptor do fator liberador de corticotrofina do tipo 1 (CRFR1) sobre as fases do condicionamento de preferência por local induzido pelo álcool em camundongos machos e fêmeas(Universidade Federal de São Paulo, 2022-03-31) Sorigotto, Beatriz Déo [UNIFESP]; Quadros, Isabel Marian Hartmann de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3982014468609862; http://lattes.cnpq.br/3016164498750594O Fator Liberador de Corticotrofina (Corticotropin Releasing Factor - CRF) é classicamente conhecido por seu papel em modular respostas a estressores, principalmente através da ativação de seus receptores do tipo 1 (CRFR1). As drogas de abuso, inclusive o álcool (consumido na forma de etanol), estimulam a sinalização do sistema CRF tanto em áreas hipotalâmicas, como em regiões do sistema encefálico de recompensa. Assim, os efeitos reforçadores do álcool, bem como os comportamentos relacionados a transtornos por uso de álcool, envolvem uma sobreposição dos sistemas cerebrais de estresse e recompensa. Notase, ainda, importantes diferenças sexuais quanto aos processos que envolvem a dependência. No presente estudo, investigamos se o bloqueio de receptores CRFR1 poderia interferir na expressão e reinstalação da preferência condicionada induzida por álcool em camundongos machos e fêmeas, utilizando o modelo de Condicionamento de Preferência por Local (Conditioned Place Preference, CPP). Para isso, utilizamos camundongos suíços machos e fêmeas adultos, que receberam administração de álcool (2,0 g/kg, i.p.) ou salina durante 8 sessões de condicionamento. Então, o antagonista de CRFR1 (CP-154,526, i.p.) foi administrado antes da sessão de teste (expressão do CPP); ou antes da sessão de reinstalação induzida por priming de álcool, após a extinção da preferência condicionada. Nossos resultados sugerem que o CP-154,526 bloqueou a reinstalação da preferência condicionada induzida por priming de álcool em camundongos machos, mas não em fêmeas. A expressão do CPP ao álcool não foi afetada pela administração do antagonista em nenhum dos sexos, com uma redução moderada na atividade locomotora de machos e fêmeas. Também foi observado que as fêmeas reinstalaram a preferência condicionada ao álcool com uma dose menor de priming da droga (1,0 g/kg) em relação aos machos (1,5 g/kg). Assim, a sinalização do sistema CRF através de seus receptores CRFR1 parece mediar a reinstalação da preferência condicionada ao álcool no paradigma do CPP, de maneira dependente do sexo.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Em busca da reconsolidação da memória de preferência por local induzido por etanol(Universidade Federal de São Paulo, 2023-04-05) Boos, Flávia Zacouteguy [UNIFESP]; Quadros, Isabel Marian Hartmann de [UNIFESP]; Cruz, Fábio Cardoso [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4804337113083801; http://lattes.cnpq.br/3982014468609862; http://lattes.cnpq.br/3010389136027623A formação de memórias associativas entre os efeitos reforçadores das drogas de abuso (estímulo incondicionado, EI) e os estímulos ambientais é um importante componente no desenvolvimento e manutenção da dependência de drogas. Pistas ambientais (estímulo condicionado, EC) associadas às drogas predizem a disponibilidade e localização da substância, contribuem para induzir fissura e facilitar recaídas. Uma vez consolidadas, as memórias podem ser evocadas e atualizadas através de um processo de reconsolidação, que se inicia pela desestabilização do traço de memória e se completa com sua reestabilização. Tratamentos amnésticos administrados durante essa fase podem enfraquecer a memória, atenuando a associação EC-EI, uma possível estratégia terapêutica para transtornos como a dependência de drogas e o transtorno de estresse pós-traumático. A ocorrência de um erro de predição durante a evocação se mostra importante para desestabilizar diferentes tipos de memória, sendo aquele sinalizado por mudanças nos transientes de dopamina e ativação dos receptores dopaminérgicos do tipo D1. No entanto, muitos trabalhos mostram que induzir a reconsolidação da memória pode ser um desafio. Neste trabalho, utilizou-se o Condicionamento de Preferência por Local (CPL) como modelo para estudar memórias que associam um contexto aos efeitos de uma droga de abuso. Embora o CPL ao etanol esteja bem estabelecido e validado na literatura, poucos estudos investigaram a reconsolidação nesse paradigma com etanol. O objetivo deste estudo foi investigar a reconsolidação da memória no CPL induzido por etanol e avaliar o efeito da modulação dos receptores D1 sobre a desestabilização da memória de preferência condicionada pelo etanol. Para isso, camundongos Swiss machos adultos foram condicionados no CPL com etanol (8 sessões de condicionamento, alternando 2 g/kg de etanol ou salina, i.p.) e 24 h depois foram submetidos a uma sessão de Reativação, seguido de administração de solução veículo (VEI i.p.) ou do inibidor de síntese proteica cicloheximida (CHX 100 mg/kg i.p.). A retenção da memória foi avaliada em uma sessão de Teste (24 h depois) e em uma sessão de Reinstalação (48 h depois), com administração prévia de uma dose priming de etanol (1 g/kg i.p.). Em diferentes estudos e experimentos, foram testadas cinco condições para a reativação contextual: Reativação de livre exploração ao aparato (Reativação-Teste) por 10 min, 5 min e 3 min; Reativação restrita ao contexto pareado com etanol (Reativação-Contexto EtOH) por 10 min e 5 min. Com o objetivo de aumentar o erro de predição durante a evocação da memória, testamos ainda outros dois tipos de Reativação. Primeiro, uma novidade foi introduzida no contexto pareado com etanol (troca do piso) durante uma Reativação-Teste (3 min). Em outro experimento, conduzimos uma Reativação-Contexto EtOH (10 min), com administração de uma baixa dose de etanol (1 g/kg i.p.). No entanto, nenhuma das condições utilizadas para a reativação da memória foi capaz de desestabilizá-la, já que o tratamento com CHX não reduziu a preferência condicionada ao etanol. Ainda, não encontramos evidências de que a ativação ou a inativação de receptores do tipo D1, por meio de agonista e antagonista administrados i.p. antes de uma Reativação-Teste (10 min), tenha facilitado a desestabilização. Por último, testamos uma estratégia sem uso de tratamento amnéstico, com objetivo de reduzir a saliência/valência motivacional pelo contexto pareado com etanol no CPL a partir da atualização dessa memória, procedimento chamado de “descondicionamento” (Popik et al., 2020). Para isso, os animais foram submetidos a duas sessões de Reativação-contexto EtOH (10 min) com administração de uma dose da droga que não produz CPL (etanol 0,5 g/kg i.p.). Contudo, essa estratégia também se mostrou ineficaz para reduzir a preferência condicionada. Em conjunto, nossos resultados refletem a complexidade do processo de reconsolidação de memórias relacionadas a drogas, que requer uma compreensão dos fatores relacionados à natureza da memória e aos parâmetros da sessão de reativação que favorecem sua desestabilização. Ainda, aponta para a necessidade de que se amplie as investigações desse processo no CPL induzido por etanol.