Navegando por Palavras-chave "Sindrome myelodysplastic"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Investigação da relação entre as células tregulatórias e expressão do gene IRF-1 com a patogênese e fenômenos autoimunes nas síndromes mielodisplásicas: avaliação prospectiva e sequencial(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2015-04-29) Perazzio, Aline dos Santos Borgo [UNIFESP]; Chauffaille, Maria de Lourdes Lopes Ferrari Chauffaille [UNIFESP]; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)NTRODUÇÃO: As síndromes mielodisplásicas (SMD) são caracterizadas pela proliferação clonal das células da medula óssea (MO), com produção ineficaz de linhagens celulares e conseqüente citopenia periférica. A patogênese precisa das SMD é ainda desconhecida. A boa resposta a terapia com globulina antitimocítica corrobora a hipótese de que sejam doenças imunomediadas e têm sido relatados que cerca de 10% desses pacientes apresentam fenômenos autoimunes. Estudos têm mostrado presença de funções imunológicas anormais e inibidores mediados por células T na hematopoese. Diante disso, há interesse em avaliar parâmetros imunes que possam relacionarse à SMD como as células Tregulatórias e o gene Fator Regulador de Interferon (IRF1). OBJETIVOS: Avaliar parâmetros que possam estar implicados no funcionamento do sistema imunitário em pacientes com SMD, tais como, células Tregulatórias (Treg) e expressão do IRF1 e FoxP3, e sua relação com caraterísticas autoimunes, de forma sequencial (tempo zero e 12 meses), em um estudo prospectivo em pacientes SMD comparados com controles negativos e controles positivos (com doenças autoimunes). MATERIAIS E MÉTODOS: foram coletadas amostras de sangue periférico (SP) e de MO de 38 pacientes com SMD. Como controles negativos, forma colhidos SP de 28 indivíduos saudáveis e como controles positivos, 17 pacientes com doenças autoimunes (DAI=Lupus e Artrite Reumatóide). Nessas amostras foram analisados: o número das células Treg identificados por citometria de fluxo, a função de supressão que as células Treg exercem na proliferação das células Tefetoras (Tefet) em cultura celular em diferentes proporções (Tefet isolada, Teft:Treg:1:1 e Tefet:Treg:8:1). Além disso, no sobrenadante dessas culturas, foi realizada a dosagem de citocinas (IL2, IL4, IL6, IL10, TNFalfa, INF y, IL17) por método de CBA. A expressão do gene IRF1( éxon 2 e 4/5) e FOXP3 por RTPCR foi identificada em SP e células Treg. No soro dessas amostras, dosouse, adicionalmente, os autoanticorpos e complemento total. RESULTADOS: Os pacientes com SMD apresentaram a média de idade de 71,7anos (23-93a) e de hemoglobina de 9,6g/dL (5,314,9g/dL). Desses 39.5% apresentaram cariótipo alterado e pela a classificação da OMS (2008), 17 pacientes eram CRDM, 3 AR, 10 ARSA, 3 AREBI, 4 AREBII e 1 paciente, sindrome 5q. Classificando os pacientes pelo escore prognóstico IPSS, WPSS e IPSSR e comparando com o nível de hemoglobina sérica, esta foi menor no grupo de alto risco comparado ao de baixo risco (p=0,025) e quanto ao número de células Treg, não houve diferença: WPSS (p=0,29), IPSS (p=0,5) e IPSSR (p=0,6), assim como, na presença de cariótipo alterado (p=0,12), também não houve diferença. Comparando os grupos de estudo, o número de Treg (x105cells) foi maior nos pacientes com SMD do que nos controles negativos (p=0,007) ou com DAI (p=0,008). A porcentagem de célula Tefet foi similar nos grupos. A supressão de proliferação da célula Tefet pelas células Treg, medido por citometria de fluxo, após 7 dias de cultura celular, foi maior no grupo controle (p=0,003) comparado a SMD e DAI. A produção de IL10, TNFalfa e INF-y foi menor na SMD na cultura de Tefet isolada. A expressão gênica do éxon 2 do IRF1 (p<0.02) e 4/5 (p<0.01) no sangue total foi menor nos pacientes com SMD comparado ao grupo de DAI. A expressão do FoxP3 na célula Treg foi similar entre os grupos (p=0,96). A concentração de CH100 foi menor na SMD que DAI (p=0,014). Quando avaliamos o estudo de forma prospectiva, o número de Treg (T0=5,6x105±2,8 vs T12=4,8x105±2,60; p=0.3) e porcentagem de Tefet (T0=16,8%±9,5 vs T12=13,1%±6,3; p=0.06) não alterou após 12 meses. A produção de todas as citocinas (IL2, IL4, IL6, IL10, TNFalfa, INF-y, IL17) foi significantemente maior no sobrenadante de cultura celular após 12 meses. A expressão relativa do exon 4/5 do IRF1 aumentou no sangue total (p=0,001) e nas Treg (p<0.001) após 12 meses. Entretanto, a expressão do éxon 2 aumentou somente no sangue total (p<0.001), enquanto que a expressão do FoxP3 nas Treg não apresentou diferença estatística (p=0.57). Interessantemente, houve uma correlação positiva moderada entre Foxp3 e exon 4/5 do IRF1 (R=0,659; p=0.002). CONCLUSÃO/DISCUSSÃO: Nossos resultados mostram uma diminuição de supressão da Tefet pela Treg em pacientes com SMD, apesar de apresentar maior número de célula Treg, sugerindo que a função regulatória pode estar alterada na SMD. Uma das explicações seria uma hiperativação do sistema imunitário, onde há necessidade de aumento de células Treg para controle imunológico. A produção de citocinas globalmente diminuída nos pacientes com SMD revela uma exaustão do sistema imunitário, posteriormente confirmada pelo consumo do complemento. Já na progressão da doença, a proliferação da Tefet e produção de citocina sugere uma piora da supressão pelas Treg e pode estar relacionada a disfunção de inibição por contato ou produção de citocina inibitória. A redução da expressão do IRF1 nos pacientes com SMD apresentou um aumento importante durante a progressão. A baixa expressão do IRF1 pode estar associada a progressão da doença. Entretanto, o IRF1 está envolvido em várias funções do sistema immune e a alta expressão foi descrita nos pacientes com SMD com manifestações autoimunes. Em camundongos, o IRF1 inibe a expressão do FoxP3 nas células Tregulatórias. Entretanto, nossos resultados mostram uma correlação positiva entre eles. Isso pode decorrer de uma indução de Foxp3 de forma desproporcional ao longo da evolução da doença.