Navegando por Palavras-chave "Taxa de filtração glomerular"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Aplicação de modelo de predição de prognóstico em nefropatia por IgA na população brasileira(Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-14) Luciano, Eduardo de Paiva [UNIFESP]; Mastroianni Kirsztajn, Gianna [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5744106277657588; http://lattes.cnpq.br/9882461831833981INTRODUÇÃO: A nefropatia por IgA (NIgA) é o padrão histopatológico mais comum de doença glomerular primária em todo o mundo e continua sendo uma das principais causas de doença renal crônica (DRC) e insuficiência renal. Um desafio significativo no acompanhamento da NIgA é o risco extremamente heterogêneo de declínio progressivo da função renal, observando-se risco de evolução para DRC em estágio terminal em 10 anos que varia entre 5% e 60%. Embora se recomendasse a estratificação de risco de pacientes com NIgA, para decidir sobre a realização ou não de tratamento imunossupressor, não existia uma ferramenta para prever com precisão a progressão da doença renal. Na tentativa de maximizar acertos na previsão da evolução em longo prazo de pacientes com NIgA, foi criada e validada uma calculadora internacional de risco específica para NIgA (International IgAN Prediction Tool at biopsy). O objetivo principal deste estudo foi aplicar a equação de risco que define prognóstico renal em pacientes com NIgA, determinando um ponto de corte no resultado de risco para a nossa população, que se associe com maior risco para desfechos renais. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo e unicêntrico. Foram incluídos 131 pacientes com idade igual ou superior a 18 anos, com diagnóstico de NIgA, confirmado por biópsia renal, com acompanhamento regular no ambulatório de glomerulonefrites da UNIFESP/EPM entre os anos de 2005 e 2015 com um mínimo de 5 anos de seguimento. A calculadora internacional de risco global para progressão de DRC foi aplicada para cada paciente. O desfecho primário de interesse utilizado foi o mesmo do estudo original de validação da calculadora e correspondia a um desfecho composto que chamamos de DRC terminal (taxa de filtração glomerular estimada, TFGe < 15 ml/min ou terapia renal substitutiva ou transplante renal) e/ou a diminuição de 50% na TFGe no período de até 60 meses após a biópsia renal. RESULTADOS: Dos 131 pacientes incluídos, 57,3% eram do sexo masculino e tinham idade média de 46,5 anos e tempo de acompanhamento de 133,6 meses; 61,8% eram da raça branca; a TFGe média na época da biópsia foi de 64,94 ± 21,30 em ml/min/1,73 m2 e a proteinúria de 2,53 ± 1,84 g/dia. O fator antinúcleo esteve reagente em 9,9% dos pacientes no momento da biópsia com negativação posteriormente. Os desfechos estudados ocorreram em 39 paciente correspondendo a 29,8%; quanto maior o risco detectado com o uso da calculadora, maior foi a prevalência dos desfechos. Foi possível determinar um ponto de corte de 22,78% como o mais sensível e específico para diferenciar baixo/moderado risco de alto/altíssimo risco para os desfechos renais. A redução > 50% na TFGe, TFGe < 15 ml/min, e redução > 50% na TFGe e/ou TFGe < 15 ml/min mostraram-se relacionadas de forma estatisticamente significante com: “maiores escores” de MEST T e presença de crescentes (MEST C) na época da biópsia renal, detecção de FAN reagente no momento da biópsia renal, maiores níveis de proteinúria na época da biópsia renal e atual. O risco de evoluir para diminuição de 50% na TFGe foi de 49,2 vezes quando o resultado da calculadora foi maior que 27,78% (odds ratio, OR=49,2 com IC95%(OR)= [15,9;152,6]). A sobrevida global estimada foi de 100%, 98,8% e 84,8% em 5,10 e 15 anos respectivamente, sendo maior em pacientes com hematúria menor que 100.000/ml (p = 0,036). A sobrevida livre de piora de função renal foi maior entre os indivíduos com proteinúria < 1g/dia (p = 0,001) e a sobrevida livre de diálise foi maior entre os indivíduos com TFGe > 60 ml/min (p = 0,028). CONCLUSÃO: Demonstrou-se a aplicabilidade da avaliação de risco em NIgA pela calculadora internacional na população brasileira, sem interferência da raça e com determinação de um ponto de corte robusto, que diferenciou pacientes de baixo risco de progressão daqueles de alto risco de progressão para DRC em estágio final. É possível que tais aspectos mereçam maior atenção na tomada de decisão ao propor-se uma terapêutica imunossupressora mais agressiva.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Are serum cystatin C levels influenced by steroid doses in lupus nephritis patients?(Sociedade Brasileira de Nefrologia, 2011-09-01) Madureira E Silva, Marcus Vinicius [UNIFESP]; Moscoso Solorzano, Grace [UNIFESP]; Nishida, Sonia Kiyomi [UNIFESP]; Mastroianni Kirsztajn, Gianna [UNIFESP]; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)INTRODUCTION: Cystatin C is considered a promising test to evaluate glomerular filtration rate, since it has characteristics of an ideal endogenous marker, being similar or even superior to serum creatinine according to some studies. However, it is possible that some factors (as corticotherapy) could have an influence on serum cystatin C levels regardless of the glomerular filtration rate. The aim of this study was to investigate if different doses of glucocorticoid could have an influence on serum cystatin C levels in lupus nephritis patients. METHODS: We evaluated 42 patients with lupus nephritis that performed 109 different blood collections; their mean age was 37.7 ± 13.1 years old, and 88% were female; the mean estimated glomerular filtration rate was of 61.9 ± 20.0 mL/min. Patients were divided according to their glucocorticoid dose in two groups: A - high (pulse therapy with methylprednisolone and prednisone > 0.5 mg/kg/d, n = 14) versus B - low doses (prednisone ≤ 0.5 mg/kg/d, n = 28). Serum creatinine levels were used as parameters for renal function comparison. Cystatin C was determined by an in-house methodology, using Luminex system flow citometry. RESULTS: Considering these groups, cystatin C levels were different only in the second visit (p = 0.106). But, when the serum creatinine levels were considered in the same groups, a marginally significant difference among them (p = 0.070) was observed, which suggested that the difference in cystatin C levels between the groups was caused by their respective glomerular filtration rate. There was not any difference between those groups that received or did not receive pulse therapy. CONCLUSION: Although some previous studies have shown that glucocorticoid has an influence on serum cystatin C levels, we have not observed such interference in the lupus nephritis patients submitted to corticotherapy.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Avaliação da associação entre Kidney Donor Profile Index, desfechos clínicos e terapia imunossupressora em receptores de transplante renal de doador falecido(Universidade Federal de São Paulo, 2021-10-01) Foresto, Renato Demarchi [UNIFESP]; Silva Junior, Helio Tedesco; Moura, Lúcio Roberto Requião [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9161729200802261; http://lattes.cnpq.br/1621797721074970; http://lattes.cnpq.br/1261526073368152Introdução: O impacto do KDPI na taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) após 1 ano do transplante, bem como em outros desfechos do transplante renal precisam ser mais bem elucidados na população brasileira. Ainda, não há dados sobre qual terapia imunossupressora melhor se adaptaria aos rins com KDPI elevado. Objetivo: Avaliar o impacto do escore KDPI nos desfechos clínicos ao final de 12 meses após o transplante renal. Metodologia: Estudo do tipo coorte histórica, de centro único, com análise de 3.059 transplantes renais de doador falecido realizados entre 2013 e 2017, com seguimento por 12 meses. Os pacientes foram divididos em 4 grupos, conforme faixas de KDPI (0-35%; 36-50%; 51-85%; 86-100%). Foi utilizado o modelo de regressão logística para análise dos preditores para TFGe <50 ml/min/1,73m2 ao final de 1 ano. O cálculo da TFGe foi feito através da equação CKDEPI. Os desfechos clínicos ao final de 1 ano considerados foram: TFGe, infecção por CMV, rejeição aguda, perda do enxerto e óbito. Foi realizada uma subanálise no grupo KDPI >85% comparando os mesmos desfechos entre 3 grupos conforme o regime imunossupressor: micofenolato vs. azatioprina vs. inibidor da mTOR (imTOR). Resultados: A TFGe reduziu conforme aumento do KDPI (64,8 vs. 53,5 vs. 46,9 vs. 39,1 ml/min/1,73m2; p<0,001). Na análise multivariada, os preditores de TFGe <50 ml/min/1,73m2 foram KDPI >35%, tempo de isquemia fria (OR=1,015; IC95% 1,003- 1,027; p=0,012), infecção por CMV (OR=1,214; IC95% 1,037-1,420; p=0,016) e rejeição aguda (OR=2,411; IC95% 1,942-2,993; p<0,001). Na subanálise do regime imunossupressor nos receptores de rins com KDPI >85%, a incidência de infecção por CMV foi menor no grupo imTOR (64,5% vs. 36,0% vs. 8,2%; p<0,001). Porém, comparado ao MPS, o uso de imTOR foi associado a menor TFGe (39,8 vs. 39,5 vs. 28,3 ml/min/1,73m2; p=0,009) e maior incidência de rejeição aguda (15,8% vs. 50,0% vs. 23,3%; p<0,001). Conclusão: O escore KDPI apresentou capacidade em predizer o desfecho de TFGe ao final de 1 ano. O regime imunossupressor contendo imTOR deve ser utilizado com cautela nos receptores de rins com KDPI >85%.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Avaliação da evolução de doença de lesões mínimas e glomeruloesclerose segmentar e focal(Universidade Federal de São Paulo, 2022) Rodrigues, João Marildo Silva [UNIFESP]; Kirztajn, Gianna Mastroianni [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5744106277657588; http://lattes.cnpq.br/0541720996771754INTRODUÇÃO: A glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) e a doença de lesões mínimas (DLM) são algumas das glomerulopatias mais frequentes no mundo, sendo consideradas entidades separadas; no entanto, elas podem ser apenas manifestações diferentes da mesma doença, e o melhor tratamento para ambas ainda é motivo de controvérsias. OBJETIVOS: Os objetivos primários do estudo foram determinar as características clínicas e laboratoriais dos pacientes com GESF e DLM, assim como a resposta ao tratamento e a evolução da taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) conforme o imunossupressor (ISS) utilizado. Os objetivos secundários foram a identificação dos fatores preditivos de resposta ao uso de cada ISS, assim como fatores que influenciaram a TFGe final. MÉTODOS: Trata-se de um estudo retrospectivo, analítico, do tipo coorte histórica, realizado em um centro único, envolvendo pacientes com diagnóstico de GESF e DLM primárias, admitidos no Ambulatório de Nefrites da UNIFESP-EPM entre julho de 2011 e junho de 2016, que fizeram uso de corticoide como tratamento inicial, com um tempo mínimo de seguimento de 12 meses, e acompanhados até dezembro de 2019. RESULTADOS: 74 pacientes foram incluídos, 39 com GESF e 35 com DLM. O período de acompanhamento foi de 44,7 ± 24,4 meses, e a frequência de evolução para TFGe < 15 ml/min/1,73m2 foi de 14,9%. O corticoide foi o tratamento inicial para todos os pacientes, e os inibidores de calcineurina (ICI) foram utilizados como segunda opção, em 41,9% dos pacientes. Para o tratamento com prednisona (PRED), a taxa de remissão cumulativa foi de 63,5%, e os fatores preditivos encontrados para corticossensibilidade foram o diagnóstico de DLM (p multi=0,002) e menor proteinúria de 24 horas (P24h) inicial (p multi=0,038); já os fatores preditivos para TFGe final ≥ 60 ml/min/1,73m2 foram o diagnóstico de DLM (p multi=0,018), maior TFGe inicial (p multi=0,039) e a corticossensibilidade (p multi=0,005). Para o tratamento com ICI, observamos uma taxa de remissão de 51,6%; a corticossensibilidade (p multi=0,020) foi fator preditivo estatisticamente significante e o diagnóstico de DLM (p multi=0,069) foi marginalmente significante para a responsividade ao ICI; já a responsividade ao ICI (p multi=0,010) foi estatisticamente significante e a TFGe no início do ICI (p multi=0,088) foi marginalmente significante como preditivos de evolução para TFGe final ≥ 60 ml/min/1,73m2. O tratamento com rituximab (RTX) proporcionou uma taxade remissão de 50%; P24h no início do RTX (p uni<0,001) foi fator preditivo significante para a responsividade ao mesmo, com o diagnóstico de DLM (p uni=0,074), a TFGe no início do RTX (p uni=0,063) e a corticossensibilidade (p uni=0,074) mostrando-se marginalmente significantes para tal; já os fatores que influenciaram na evolução para TFGe ≥ 60 ml/min/1,73m² foram maior TFGe no início do RTX (p uni<0,001), menor P24h no início do RTX (p uni=0,002) e a responsividade ao RTX (p uni=0,007), com o diagnóstico de DLM (p uni 0,074) e a corticossensibilidade (p uni=0,074) mostrando-se marginalmente significantes. O tratamento com micofenolato sódico (MPS) foi relacionado a baixa taxa de resposta (16,7%) e elevada evolução para TFGe final < 60 ml/min/1,73m2 (91,7%). Consideramos que isso ocorreu devido ao perfil desfavorável dos pacientes que fizeram uso de MPS, que foram predominantemente portadores de GESF (91,7%), corticorresistentes (83,3%) e com TFGe reduzida no início do MPS (média de 49 ml/min/1,73m²). Com o uso de ciclofosfamida (CFF), a taxa de respondedores foi de 37,5% e com a azatioprina (AZA), de 50%. CONCLUSÕES: Para a população estudada, os fatores mais importantes para a responsividade aos ISS foram o diagnóstico de DLM e a corticossensibilidade; e aqueles mais importantes de evolução para TFGe ≥ 60 ml/min/1,73m2 foram maior TFGe no início do uso do ISS e a resposta ao próprio ISS, mesmo que o paciente não fosse corticossensível, como foi demostrado no tratamento com ICI, em que a responsividade ao ICI foi fator preditivo de resposta, porém a corticossensibilidade não se associou a evolução para TFGe ≥ 60 ml/min/1,73m2.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Avaliação da função renal de usuários de profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP)(Universidade Federal de São Paulo, 2022-08-30) Fernandes, Danilo Euclides [UNIFESP]; Kirsztajn, Gianna Mastroianni [UNIFESP]; Riguetti, Michelle Tiveron Passos [UNIFESP]; Ferreira, Paulo Roberto Abrão [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5744106277657588; http://lattes.cnpq.br/1284581046125591Introdução: O uso crônico de tenofovir tem sido associado à disfunção renal com alterações tubulares isoladas ou piora da função renal. Além de ser a primeira linha de tratamento do HIV, o tenofovir é utilizado na Profilaxia Pré- Exposição ao HIV (PrEP) para reduzir o risco de infecção em indivíduos saudáveis que fazem uso diário dessa medicação. Objetivo: Descrever a incidência do desenvolvimento de anormalidades laboratoriais funcionais renais em usuários de PrEP (tenofovir+entricitabina) oral contínuo. Material e Métodos: Trata-se de uma coorte única, prospectiva, com recrutamento de 131 usuários de PrEP oral. Incluímos indivíduos saudáveis, maiores de 18 anos de idade que procuraram espontaneamente pelo uso da PrEP oral contínua. Os participantes foram submetidos à avaliação laboratorial de função renal antes do uso de PrEP e em todas as consultas de retorno, a cada 3-4 meses até a interrupção da profilaxia. Os desfechos considerados foram ≥ 1 alteração laboratorial funcional renal – TFGe < 90 mL/min – detectada em, pelo menos, duas consultas consecutivas de acompanhamento. Resultados: A maioria dos indivíduos são homens cisgênero (98,4%), brancos (83,6%), altamente escolarizados (93,8%), jovens (34,2 ± 9,03 anos de idade), homossexuais (89,3%) e com índice de massa corporal normal (24,5 ± 3,12 kg/m2). Com 1.120 dias de seguimento, observou-se uma incidência de anormalidades laboratoriais renais de 14% com densidade de incidência de 3,5 novos casos-ano (IC 95% 1,97-6,26, p < 0,001). O uso anterior de PEP foi fator de risco para os desfechos renais (p=0,04). Conclusões: Em 131 usuários de PrEP oral contínua, 1) a densidade de incidência de alterações laboratoriais renais foi de 3,5 pessoas- ano, chegando à incidência máxima de 14% no final do seguimento, 2) a TFGe pela creatinina não chegou a ser < 60ml/min/1,73m2 e 3) os marcadores de função glomerular e tubular não precederam a redução da TFGe.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Avaliação de desfechos maternos e fetais na gravidez em pacientes com glomerulopatias(Universidade Federal de São Paulo, 2023-05-30) Santos, Davi Rettori Pardo dos [UNIFESP]; Kirztajn, Gianna Mastroianni [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/5744106277657588; http://lattes.cnpq.br/4168200683717528INTRODUÇÃO: Estima-se que globalmente 6% das mulheres em idade fértil tenham doença renal crônica (DRC) e que 3% das gestações ocorram em portadoras dessa condição. A gravidez fisiologicamente promove aumento em volume plasmático circulante, fluxo plasmático renal e taxa de filtração glomerular, assim como alterações em permeabilidade capilar glomerular e reabsorção tubular e, portanto, constitui um importante aumento na demanda metabólica renal, e a incapacidade de adequar-se a ela está relacionada a desfechos maternos e fetais desfavoráveis. As glomerulopatias são etiologia importante de DRC e desfechos desfavoráveis são associados a gestações que coexistem com essa condição, especialmente em situações de alteração de função renal prévia e proteinúria; no entanto, essa associação carece de maior estudo, especialmente em âmbito nacional. OBJETIVOS: Os objetivos primários deste estudo foram: descrever as características clínicas e laboratoriais das glomerulopatias no curso da gestação e avaliar os desfechos maternos e fetais na gravidez em pacientes com glomerulopatias. Os objetivos secundários foram: determinar fatores associados aos desfechos maternos e fetais na gravidez dessas pacientes. MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo analítico do tipo coorte histórica, realizado em centro único, baseado no levantamento de dados de prontuários de pacientes seguidas no Ambulatório de Nefrites da UNIFESP-EPM, no período de 1992 a 2021. RESULTADOS: Avaliamos 60 gestações que preenchiam os critérios de inclusão. A idade média das pacientes era de 28,7 anos; o diagnóstico etiológico da glomerulopatia correspondia em frequência decrescente a nefrite lúpica (31,7%), glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF, 26,7%), doença de lesões mínimas (16,7%), nefropatia por IgA (8,3%), doença de Alport (6,7%), glomerulopatia membranosa (3,3%), nefropatia por C1q (1,7%) e glomerulonefrite pauci-imune (1,7%). Entre comorbidades, observamos que 35% das pacientes tinham hipertensão arterial; 20% estavam em uso de inibidor da enzima conversa da Angiotensina (IECA) ou bloqueador de receptor da angiotensina (BRA). Apresentavam taxa de filtração glomerular média pré-concepção de 101,98 ml/min/1,73m² e níveis de proteinúria média de 0,79g/24h. Quanto aos desfechos renais, 5,4% apresentaram piora de função renal e 50% atividade de sua glomerulopatia, constatando-se que em 35,5% dos casos foi preciso alterar o esquema imunossupressor. Quanto aos desfechos obstétricos, houve 6,7% de abortamentos, 5,6% de pré-eclâmpsia, 59,2% dos partos foram cesárea, 46,8% foram partos prematuros e 34,1% dos recém-nascidos (RN) tiveram baixo peso, com 5,4% de óbitos fetais e 10,8% necessitando de internação em unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal. Pacientes que estavam em uso de imunossupressor ao diagnóstico e aquelas com atividade de sua glomerulopatia na gravidez tiveram mais partos prematuros (p=0,03) e RN com menor peso ao nascimento (p=0,03). Alguns tipos histológicos se associaram com maior risco de desfechos fetais, sendo que RN de pacientes com GESF, nefrite lúpica, e glomerulopatia membranosa tiveram também mais baixo peso ao nascer quando comparados com aqueles de mulheres com as demais glomerulopatias. CONCLUSÕES: Em nossa população, observamos que a gestação em pacientes com glomerulopatias esteve pouco associada à alteração de função renal, mas associou-se com altos índices de atividade de glomerulopatia e de desfechos obstétricos. Detectamos ainda maior risco de desfechos obstétricos naquelas que estavam em uso de medicamento imunossupressor e que tiveram atividade da glomerulopatia durante a gravidez
- ItemAcesso aberto (Open Access)Doença renal crônica: frequente e grave, mas também prevenível e tratável(Associação Médica Brasileira, 2010-01-01) Bastos, Marcus Gomes; Bregman, Rachel; Mastroianni Kirsztajn, Gianna [UNIFESP]; Universidade Federal de Juiz de Fora Pesquisas e Tratamento em Nefrologia Núcleo Interdisciplinar de Estudos; Universidade do Estado do Rio de Janeiro Nefrologia; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Chronic kidney disease (CKD) is a public health problem worldwide. In Brazil incidence and prevalence of end stage renal failure are increasing; prognosis is still poor and costs of disease treatment are very high. Regardless of the etiology, main outcomes in patients with CKD are its complications (anemia, metabolic acidosis, malnutrition and alteration in mineral metabolism), death (mainly due to cardiovascular causes) and loss of renal function. Recent studies indicate that these outcomes may be postponed with specific treatment if the CKD is diagnosed early and renoprotective and cardioprotective measures are implemented early in the course of the disease. The current definition and staging of CKD, as well as the discussion of the main preventive measures are addressed in this review.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Efeitos de curto prazo de agonista GLP-1 na taxa de filtração glomerular e albuminúria em pacientes com obesidade e hiperfiltração glomerular(Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-23) Falcão, Matheus Vieira [UNIFESP]; Carneiro, Glaucia [UNIFESP]; Batista, Marcelo Costa [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/0614350233628814; http://lattes.cnpq.br/1840141304902465; http://lattes.cnpq.br/7980588656784728Introdução: Embora os agonistas do receptor do peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1 (GLP-1) estejam associados a melhores resultados cardiovasculares e renais em pacientes com diabetes (DM), ao reduzir a progressão da doença renal do diabetes (DRD), o impacto inicial desta medicação em pacientes com obesidade e sem diabetes permanece incerto. Objetivos: Avaliar os efeitos da terapia de 15 dias com liraglutida sobre a filtração glomerular e a albuminúria em pacientes com obesidade e hiperfiltração glomerular, na ausência de DM, além de parâmetros antropométricos e metabólicos, sinais vitais, perfil de segurança e adesão terapêutica desta população. Métodos: Neste estudo clínico, prova de conceito, prospectivo, aberto, randomizado e de centro único, incluímos pacientes com obesidade grau II em diante (IMC ≥ 35 kg/m²), não diabéticos, com uma taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) ≥ 90 ml/min/1,73 m². Os pacientes foram aleatoriamente designados para o grupo liraglutida (GLP-1) ou grupo controle (CTR). Os desfechos primários foram mudanças na TFGe e na razão albumina/creatinina urinária (RAC) em relação aos valores basais após 15 dias de randomização. Nos desfechos secundários, avaliamos o efeito do agonista GLP-1 sobre parâmetros antropométricos (peso corporal, IMC, circunferência abdominal), sinais vitais (pressão arterial sistólica e diastólica e frequência cardíaca), glicemia de jejum, insulina de jejum, índice de resistência de insulina e peptídeo natriurético, bem como adesão e segurança dos pacientes. Resultados: Trinta e dois participantes (75% mulheres), com idade média de 37,9 anos e IMC de 42,4 kg/m², atenderam aos critérios de inclusão. Após quinze dias de acompanhamento, a TFGe no grupo GLP-1 diminuiu ligeiramente de 107,7±8,9 para 105,9±8,3 mL/min/1,73m² (P=0,571), enquanto no grupo CTR aumentou de 109,7±12,7 para 110,7±10,6 mL/min/1,73m² (P=0,719). A RAC diminuiu 30,7% no grupo GLP-1, de 26,1±16,9 para 18,1±12 mg/g (P=0,042), em comparação com uma redução não significativa no grupo controle, de 20,2±16,6 para 14,9±11,9 mg/g (P=0,469). As mudanças na RAC no grupo GLP-1 foram correlacionadas com alterações na circunferência do pescoço, mas não com alterações na glicose, HOMA, porcentagem de gordura, perda de peso ou redução na circunferência abdominal. Houve redução de 13,2 mmHg de PAS após 15 dias do uso de agonista GLP1 no grupo intervenção, mas sem correlação com a redução da RAC. Conclusões: Em pacientes com obesidade, sem diabetes e com hiperfiltração glomerular, a liraglutida subcutânea diária apresentou um impacto significativo na redução da RAC. Os dados de nefroproteção, albuminúria e taxa de filtração glomerular estimada, foram avaliados como desfecho primário pela primeira vez nesta população, de acordo com revisão e conhecimento dos autores, fornecendo pioneirismo a este trabalho e justificando uma avaliação clínica mais aprofundada por outras pesquisas sobre o efeito dos agonistas GLP-1 na albuminúria e na TFGe de pessoas com obesidade.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Efeitos do controle glicêmico obtido em curto prazo sobre a microalbuminúria e a filtração glomerular em pacientes diabéticos do tipo 2 com controle glicêmico precário(Sociedade Brasileira de Nefrologia, 2012-06-01) Uezima, Clarissa Baia Bargas [UNIFESP]; Zanella, Maria Teresa [UNIFESP]; Sachs, Anita [UNIFESP]; Pimazzoni Netto, Augusto [UNIFESP]; Zach, Patrícia Lins [UNIFESP]; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)INTRODUCTION: The intensive glucose control significantly reduces the risk of microvascular complications, including nephropaty. OBJECTIVES: We assess the impact of glycemic control through calculation of weekly mean glycemia (WMG) and glycemic variability (GV) on 24 hours ambulatory blood pressure (ABPM), urinary albumin excretion (UAE) and glomerular filtration rate (GFR). METHODS: 53 patients with type 2 diabetes mellitus (DM2) were randomly divided into two groups to receive conventional or intensive treatment, which included weekly visits for medication adjustments and implementation of an educational plan for six weeks. RESULTS: We observed glycemic control (WMG < 150 mg/dL and VG < 50) in 75% (n = 21) of the patients on the intervention treatment (IT) (n = 28), and in 24% (n = 6) of the ones on the conventional treatment (CT) (n = 25) (p < 0.001). Considering patients of the two groups, 14 out of the 27 patients who achieved glycemic control showed initial mean systolic blood pressure (SBP) > 120 mmHg which was reduced from 138.4 ± 10.1 to 127.8 ± 11.6 mmHg (p = 0.023) at the end of week six. Reductions in SBP and diastolic BP (DBP) during wakefulness and sleep did not occur in the group (n = 17) without glycemic control and with SBP > 120 mmHg. Initially, 15 patients had GFR > 120 mL/min, and after six weeks, only the subgroup that achieved glycemic control (n = 7) showed a reduction of 137.2 ± 16 to 122.2 ± 25.2 mL/min (p = 0.02). At the beginning of the study, another fifteen patients presented with microalbuminuria. After six weeks, regardless of whether they achieved glycemic control or not, there was reduction in UAE, from 63.0 ± 43.1 to 24.8 ± 19.5 mg/g creatinine (p = 0.02). CONCLUSION: Thus short term glycemic control resulted in reductions of BP, GFR and the UAE in patients with DM2, which are beneficial for renal protection.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Estudo para validação do Kidney Donor Profile Index em receptores de transplante de rim em um centro único brasileiro(Universidade Federal de São Paulo, 2023-04-30) Cassão, Bianca Cristina [UNIFESP]; Silva Junior, Helio Tedesco [UNIFESP]; Moura, Lucio Roberto Requião [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9161729200802261; http://lattes.cnpq.br/1621797721074970; http://lattes.cnpq.br/4505067765538498Introdução: O Kidney Donor Profile Index (KDPI) foi introduzido em 2014 e modificou o sistema de alocação de órgãos nos Estados Unidos. Valores de KDPI acima de 85% estão associados a piores desfechos no pós transplante. No Brasil com o envelhecimento populacional e o aumento da prevalência de paciente renais crônicos em hemodiálise e o maior tempo em permanência na fila de transplante, tem-se utilizado cada vez mais doadores com KDPI elevados. Considerando que o KDPI foi baseado em dados de doadores dos Estados Unidos existe a necessidade de avaliar o impacto do escore nos desfechos relacionados ao transplante renal quando utilizados os dados dos doadores brasileiros. Objetivo: Validação do escore KDPI para a população brasileira com avaliação de sobrevida do enxerto em 5 anos de transplante. Metodologia: Este estudo do tipo coorte histórica, de centro único, incluiu 2670 receptores de rins realizados de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2015. Foram excluídos transplantes com doador vivo (n 649), pediátricos (n 147) e aqueles com outro órgão simultâneo (n 67), totalizando 1807 transplantes doador cadáver que foram seguidos por 5 anos. Os receptores foram divididos em 3 grupos, conforme faixas de KDPI do órgão doado (0-35%; 36-85%; 86-100%). Para analise estatística foi utilizado o modelo de regressão logística para análise de múltiplas variáveis. Resultados: Os doadores foram estratificados em três grupos, de acordo com a faixa de KDPI. Destes 36,1% eram doador de critério expandido e 26,6% tinham KDPI ≥85%. Aos 5anos de transplante os receptores de doadores com KDPI< 35% possuíam TFGe medianos de 41,1 ml/min/1,73m2 e com KDPI> 85% 17,1 ml/min/1,73m2. A incidência de perda do enxerto foi de 16,0% e progressivamente maior conforme maior a faixa de KDPI: 9,9% para 0-35%, 15,1% para >35-85% e 22,1% para >85% (p<0,001). Em relação a sobrevida do enxerto ao final de 1 e 5 anos, quanto menor o KDPI, maior a sobrevida, respectivamente de 97,3% e 82,3% na faixa de KDPI 0-35%, 91,5% e 75,8% na faixa >35-85% e 90,1% e 68,0% na faixa >85% (p <0,001). O KDPI apresentou uma baixa capacidade discriminatória para avaliar a sobrevida do enxerto ao fim de 5 anos de transplante, com área sobre a ROC de 0,575 (IC95% = 0,544-0,606; p<0,001). O mesmo padrão foi observado quando o desfecho considerado foi a perda do enxerto, censurada para o óbito, com área sobre a ROC de 0,580 (IC95% = 0,544-0,617; p<0,001). Conclusão: O impacto gradual do KDPI no resultado do enxerto o torna uma ferramenta útil na tomada de decisão no momento da oferta de rim de doador falecido, entretanto o KDPI apresentou uma baixa capacidade discriminatória para perda do enxerto, assim como quando censurada para o óbito. Levando-se em conta que na prática clinica a utilização de rins com KDPI maior do que 85% é crescente, torna-se relevante o conhecimento da aplicabilidade do índice em nossa população brasileira, portanto sua validação, e sugere possíveis ajustes das variáveis e pontuados para cada perfil de doador em uma população específica
- ItemAcesso aberto (Open Access)Influência da função tardia do enxerto e do kidney donor profile index nos desfechos clínicos pós-transplante renal(Universidade Federal de São Paulo, 2023-04-30) Hazin, Maria Amélia Aguiar [UNIFESP]; Silva Junior, Helio Tedesco; Moura, Lúcio Roberto Requião [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9161729200802261; http://lattes.cnpq.br/1621797721074970; http://lattes.cnpq.br/4103776153661613Introdução: O KDPI é um índice granular que se propõe a avaliar a qualidade do enxerto renal. A função tardia do enxerto (FTE) é uma das principais complicações do transplante renal com doador falecido no Brasil, estando associado à qualidade do órgão. Objetivo: Avaliar a associação entre o KDPI e a FTE na função renal e sobrevida do enxerto em longo prazo, como parte da validação do KDPI no Brasil. Métodos: estudo de coorte com 1.807 receptores de transplantes renais de doador falecido realizados entre 2013-15 e acompanhados até 2020. O desfecho primário foi FTE e os secundários foram FTE prolongada (≥14 dias), sobrevida do enxerto e taxa de filtração glomerular cinco anos após o transplante. A análise multivariada foi realizada por regressão logística, a sobrevida do enxerto por Kaplan-Meier e a análise de medidas repetidas por modelos mistos generalizados. Resultados: a faixa de KDPI entre 51-85 foi predominante (43%), seguida por >85 (27%), 0-35 (19%) e 36-50 (11%). A incidência de FTE foi de 63%, variando de 51% no grupo com KDPI mais baixo para 68% no mais elevado (p<0,001). Tomando-se o KDPI 0-35 por referência, 51-85 (OR=1,97; p<0,001) e >85 (OR=2,25; p<0,001) associaram-se com FTE, mas 36-50 não (OR=1,38, p=0,08). Outras variáveis associadas à FTE foram: receptor (OR sim vs. não=1,23; p=0,04) e doador (OR sim vs. não=1,41, p=0,001) masculinos, tipo de diálise (OR para HD=2,06; p<0,001) e tempo em lista (OR para cada mês=1,005; p<0,001) e tempo de isquemia fria (TIF, OR para cada hora=1,03; p<0,001). Houve diferença no tempo em FTE de acordo com o KDPI (p=0,005), sendo mais evidente quando >85 (vs. 35-50, p=0,015; vs. 50-85, p=0,003). FTE prolongada foi observada em 11,2% dos pacientes, estando associada ao KDPI>85 (OR vs. 0-35=2,52; p=0,003), além de tempo em lista (OR para cada mês=1,006; p<0,001) e TIF (OR para cada hora=1,04; p=0,008). As outras faixas de KDPI não se associaram com FTE prolongada. A FTE prolongada impactou a sobrevida do enxerto em 5 anos (p<0,001), mas a presença de FTE per se não (p=0,71). Observou-se uma redução inversa e significativa entre e TFG entre 1-5 anos e as faixas de KDPI (p<0,001), por outro lado, FTE (vs. não, p<0,001) e TIF mais elevados (< ou ≥22hs, p<0,001) só interferiram na TFG 1-5 anos em KDPI 0-35. Conclusões: Houve associação entre o KDPI e FTE, entretanto apenas KDPI> 85 associou-se à FTE prolongada. O KDPI impactou na função renal de longo prazo, mas FTE e TIF só interferiram na função renal de receptores de KDPI baixos. A FTE prolongada associou-se a menor sobrevida do enxerto em longo prazo.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Marcadores renais na doença renal diabética em pacientes adultos e idosos(Universidade Federal de São Paulo, 2024-01-08) Fabre, Larissa [UNIFESP]; Rangel, Érika Bevilaqua [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4573937787386111; http://lattes.cnpq.br/1547626191756644Introdução: Diminuição da taxa de filtração glomerular e albuminúria são marcadores do diagnóstico e progressão da doença renal diabética (DRD). Objetivo: Essa pesquisa objetivou avaliar a evolução desses marcadores em faixas etárias diferentes e identificar os preditores positivos de declínio da taxa de filtração glomerular estimada (TFGe), variação da albuminúria, mortalidade e progressão para terapia renal substitutiva (TRS). Pacientes e Métodos: Realizamos um estudo de coorte retrospectiva que avaliou pacientes diabéticos tipo 2 (DM2) de duas diferentes faixas etárias: < 75 anos e ≥ 75 anos de idade. Ao longo de um seguimento ambulatorial de três anos, avaliamos a TFGe e a albuminúria de 24h. Análises uni e multivariadas foram realizadas a fim de identificar os fatores associados a piora funcional renal e mortalidade. Curvas de sobrevida renal e global foram construídas utilizando o método de Kaplan-Meier. Valores de P <0,05 foram considerados significantes. Resultados: Analisamos 304 pacientes, com uma média de idade de 64,1 ± 9,2 anos, sendo que 55,3% eram do sexo masculino, 45,4% estavam em uso inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e 43,9% em uso de bloqueadores do receptor de angiotensina (BRA). Observamos uma queda similar da TFGe, em ml/min/1,73 m², do 1º para o 2º ano (-4,6 [-11,5; 1,1] no grupo dos pacientes com < 75 anos vs. -3,7 [-8,6; 1,9] no grupo com idade ≥ 75 anos, p = 0,329) e do 2º para o 3º ano (-3,1 [-7,7; 2,0] no grupo com < 75 anos de idade vs. -0,8 [-5,0; 1,5] no grupo dos pacientes com idade ≥ 75 anos, p = 0,353). Quanto ao aumento da albuminúria, do 1º para o 2º ano, ocorreu com mais frequência no grupo dos indivíduos ≥ 75 anos (30,4% no grupo com < 75 anos vs. 50% no grupo dos ≥ 75 anos, p = 0,008). Na análise multivariada, a regressão logística revelou a medida da pressão arterial sistólica (PAS) no 1º ano como um preditor positivo de queda da TFGe (razão de probabilidades ou odds ratio [OR]=1,03, p = 0,005). Idade mostrou-se um preditor de aumento da albuminúria (OR=1,03, p = 0,024) e mortalidade (OR=1,09, p=0,002). Hospitalizações por causas cardiovasculares também foram preditoras de mortalidade (OR=15,34, p<0,001). Com relação à evolução para TRS, os preditores positivos foram hospitalizações por sepse (OR=3,28, p=0,038) e por causas cardiovasculares (OR=4,66, p=0,002) e a medida da PAS no 1º ano (OR=1,04, p=0,001). Conclusões: Observamos queda similar da TFGe entre as duas faixas etárias. A piora da albuminúria foi mais frequente nos pacientes com idade ≥ 75 anos do 1º ao 2º ano. Idade, hospitalizações e altos níveis pressóricos foram associados à piora funcional renal e/ou maior mortalidade no contexto da DRD.