Navegando por Palavras-chave "Tecnologia de rastreamento ocular"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Aonde o pediatra fixa o olhar quando diz que um recém-nascido tem dor durante a punção capilar?(Universidade Federal de São Paulo, 2022-09-08) Silva, Erica Souza [UNIFESP]; Barros, Marina Carvalho de Moraes [UNIFESP]; Balda, Rita de Cassia Xavier [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6272980451148858; http://lattes.cnpq.br/6729971375293260; http://lattes.cnpq.br/7565573983054847Introdução: A avaliação da dor do recém-nascido (RN) à beira do leito é fundamental para a decisão quanto ao seu tratamento, evitando as suas repercussões em curto e longo prazo. Não se conhece o foco de atenção visual do pediatra nessa avaliação. Objetivo: Avaliar o foco do olhar do pediatra em RN antes e após uma punção capilar de calcanhar. Método: Estudo observacional, analítico e transversal, com pediatras atuantes em unidade neonatal que avaliaram a dor de RN antes e após a punção do calcanhar, sendo o olhar rastreado por meio dos óculos de rastreamento. Os pediatras, cegos em relação ao momento do procedimento, falavam a palavra "punção" quando percebiam uma resposta de dor do RN. Ao término, os pediatras conferiram um escore relativo à sua percepção da intensidade da dor (0=ausência de dor; 10=dor máxima). Os desfechos do rastreamento visual - número de fixações e o tempo das fixações visuais foram avaliados em três áreas de interesse (AI) (face superior, face inferior e membros superiores), em dois períodos de 10 segundos, um após o início do experimento (PRÉ) e outro após a punção (PÓS). O percentual de pediatras que fixou o olhar nas AI foi comparado entre os períodos pelo teste do qui-quadrado. Os desfechos do rastreamento foram comparados entre os períodos PRÉ e PÓS para as três AI pelo Wilcoxon-Rank test. Aplicou-se o modelo linear geral para medidas repetidas (GLM) para os dois desfechos do rastreamento visual, considerando dois fatores, os períodos e as AI face superior e face inferior. Os desfechos do rastreamento visual foram comparados de acordo com a percepção de dor pelo pediatra ausente/leve (escore: 0-5) e moderada/intensa (escore: 6-10) pelo teste de Mann-Whitney. Resultados: Foram estudados 24 pediatras com 31 anos, 92% do sexo feminino, tendo concluído a residência médica em pediatria há 3 anos. Os RN tinham uma idade gestacional de 39,0±1,5 semanas e peso ao nascer de 3258±666 gramas. O escore mediano aferido pelos pediatras para a dor do RN foi sete (P25-75: 5-8). Maior número de pediatras fixou o olhar no período PÓS na face inferior, comparado ao período PRÉ (92% vs. 63%; p=0,036) sem diferença para as outras AI. Também foi maior número de fixações visuais na face inferior no período PÓS em relação ao PRÉ (5,00 vs. 2,00; p=0,018), sem diferença para as demais AI. Não se observou diferença no tempo das fixações visuais entre os dois períodos para nenhuma das três AI. No GLM, houve diferença entre o número de fixações visuais na face inferior entre os períodos PRÉ e PÓS (2,96±1,08; p=0,012) e entre o número de fixações no período PRÉ entre a face superior e a face inferior a (3,67±1,70; p=0,041). Para o desfecho tempo das fixações visuais, não se observou diferença nas comparações entre os dois períodos ou entre as AI. Dor ausente/leve foi atribuída por 37% dos pediatras e moderada/intensa por 63%. Não houve diferença no número e no tempo das fixações visuais de acordo com a intensidade da dor referida pelos pediatras. Conclusões: Na avaliação da dor de RN à beira do leito, em uma punção de calcanhar, os pediatras focam a sua atenção visual na face superior e inferior, e menos nos membros superiores. Após a punção, os pediatras realizam maior número de fixações visuais na face inferior comparado ao período pré-punção. O conhecimento do processo de avaliação da dor de RN por pediatras pode contribuir para aprimorar o treinamento de profissionais de saúde, resultando em um melhor diagnóstico e tratamento da dor neonatal.
- ItemAcesso aberto (Open Access)O que pais e profissionais de saúde olham quando dizem que um recém-nascido internado em Unidade de Terapia Intensiva está com dor?(Universidade Federal de São Paulo, 2023-03-10) Borten, Julia Baptista Lopes [UNIFESP]; Barros, Marina Carvalho de Moraes [UNIFESP]; Balda, Rita de Cassia Xavier [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6272980451148858; http://lattes.cnpq.br/6729971375293260; http://lattes.cnpq.br/5614419149040112Introdução: Recém-nascidos (RN) internados em UTI são expostos a inúmeros procedimentos dolorosos que se associam à maior morbimortalidade e a alterações do desenvolvimento na infância. Avaliar a dor desses pacientes é um desafio não só por eles serem pré-verbais, mas também pela presença de dispositivos necessários para a monitorização e suporte cardiorrespiratório que dificultam essa avaliação. Não se sabe onde adultos olham para avaliar se o RN criticamente doente tem dor. Objetivo: Verificar o foco do olhar e a percepção de dor de adultos ao avaliar a dor de RN em cuidados intensivos à beira do leito. Método: Estudo observacional, analítico, transversal, no qual pediatras (PED), técnicas de enfermagem (ENF) e pais (PAIS) avaliaram a dor de RN criticamente doentes. Os participantes avaliaram um RN por 20 segundos, sendo o foco do olhar verificado por óculos de rastreamento visual. Ao término eles responderam se o neonato estava com dor ou não, e em caso positivo, conferiram um escore de acordo com a sua intensidade (0=ausência de dor; 10=dor máxima). A concordância entre os grupos quanto à percepção de dor foi verificada pelo coeficiente Kappa. Os desfechos do rastreamento visual - número e tempo das fixações visuais em quatro áreas de interesse (AI) [face, tronco e membros superiores (MS) e inferiores (MI)] foram comparados entre os grupos pelo Teste de Kruskall Wallis. A comparação das características dos adultos e os desfechos do rastreamento visual, em relação à percepção de dor presente ou ausente foram realizadas por modelos de equações de estimação generalizada com distribuição binomial e estrutura de correlação exchangeable. Resultados: Foram estudados 62 adultos (21 PED, 23 ENF e 18 PAIS) que avaliaram 27 RN (idade gestacional 31,8±4,4 semanas; peso ao nascer 1645±1234 gramas). O número de RN avaliados e a concordância quanto à percepção de dor entre os grupos foram: - PED vs.ENF(19 RN; Kappa 0,269); - PED vs. PAIS (13 RN; Kappa 0,133); - ENF vs. PAIS (14 RN; Kappa 0,054); - PED vs. ENF vs. PAIS (11 RN; Kappa 0,261). Os adultos fixaram o olhar mais na face (96,8%) e tronco (96,8%), seguidos dos MS (74,2%) e MI (66,1%). PAIS realizaram maior número de fixações no tronco que ENF (11,0 vs. 5,5 vs. 6,0; p=0,023), sem diferença para as demais AI. Controlado para as variáveis do rastreamento visual, cada segundo de fixação ocular nas AI (1,213; IC95% 1,034-1,422; p=0,018) e nos MS (1,066; IC95% 1,029-1,104; p<0,001) aumentou a chance de percepção de dor presente. Conclusão: Adultos ao avaliarem a dor à beira do leito de RN criticamente doentes fixam o olhar na face, tronco e MS e MI; e o tempo de fixação do olhar nos MS associou-se à percepção de dor presente.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Rastreamento do olhar de médicos na tomada de decisão em cuidados intensivos neonatais ao avaliar um painel de um ventilador mecânico(Universidade Federal de São Paulo, 2024-12-12) Franco, Pâmella Cristina do Prado [UNIFESP]; Barros, Marina Carvalho de Moraes [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/6729971375293260; http://lattes.cnpq.br/6622953548712271Introdução: A ventilação mecânica é um procedimento fundamental para sobrevida de recém-nascidos em cuidados intensivos. Na assistência a esses pacientes, o médico integra dados clínicos e de exames subsidiários, com informações do painel do ventilador para a tomada de decisão quanto ao manejo da ventilação. Não se conhece os focos de atenção visual do médico ao avaliar o painel de um ventilador mecânico para decidir pela alteração ou não dos parâmetros ventilatórios. Objetivo: Verificar o foco do olhar de médicos ao avaliar o painel de um ventilador mecânico para decidir pela alteração ou não dos parâmetros ventilatórios. Método: Estudo experimental realizado no Hospital São Paulo, em parceria com o Centro Universitário FEI. Foram incluídos médicos que prestam assistência a neonatos criticamente doentes e excluídos aqueles com deficiência visual profunda ou, após o experimento, os com captação do sinal ocular inferior a 70% do tempo do experimento. Foram elaboradas três situações clínicas, juntamente com três resultados de gasometria arterial, indicando hipoxemia, hipercapnia ou normalidade dos gases sanguíneos. Os casos foram apresentados de forma aleatória, sendo que a cada médico foi apresentado apenas uma situação clínica. A apresentação do caso ocorreu em tela de computador, e a seguir foi mostrado um vídeo do painel do ventilador iX5 (Vyaire Medical, Chicago, Illinois, USA) correspondente à situação clínica apresentada por 30 segundos. Durante a avaliação do vídeo, o olhar do participante foi rastreado por meio do rastreador Tobii modelo TX300 (Tobii Technology AB, Danderyd, Suécia). Ao final, perguntou-se ao médico se ele alteraria algum parâmetro do ventilador, e no caso de resposta afirmativa, qual seria o parâmetro a ser ajustado. No painel do ventilador foram delimitadas as áreas de interesse (AI) para a avaliação do rastreamento visual: parâmetros monitorados, parâmetros ajustados, e curvas e loops. Avaliou-se a ansiedade do participante pelo Beck Anxiety Inventory antes do experimento. Os desfechos do rastreamento visual foram: fixação visual nas AI (sim vs. não), e número e tempo das fixações visuais nas AI. Os desfechos do rastreamento visual foram comparados entre os médicos que avaliaram as três situações clínicas, e entre aqueles que concluíram ou não a especialização em neonatologia ou medicina intensiva pediátrica, por meio da análise de variância multivariada (MANOVA), ajustada por fatores de confusão. Resultados: Foram estudados 75 médicos (45 com especialização em neonatologia ou medicina intensiva pediátrica e 30 sem essa especialização). Analisou-se o rastreamento visual dos médicos por 10 segundos após o início da apresentação do vídeo do painel do ventilador, sendo que a captação do sinal ocular ocorreu em 95,2±4,7% do tempo. Dos 75 médicos, 75 (100,0%) fixaram o olhar nas curvas e loops, 71 (94,7%) nos parâmetros monitorados e 60 (80,0%) nos parâmetros ajustados. Os médicos realizaram maior número de fixações visuais e fixaram o olhar por mais tempo nas curvas e loops, seguido dos parâmetros monitorados e parâmetros ajustados: - número de fixações: 14,72±7,64; 8,03±5,98; 5,40±5,00, respectivamente; - tempo das fixações: 3,71±2,12s; 2,07±1,61s; 1,21±1,29s, respectivamente. Não houve diferença entre os médicos que avaliaram os três painéis dos ventiladores quanto ao número deles que fixou o olhar nas três AI, bem como quanto ao número e tempo das fixações visuais. Houve diferença na fixação do olhar no painel do ventilador entre os médicos com e sem especialização. Os médicos sem especialização realizaram maior número de fixações e fixaram o olhar por mais tempo nos parâmetros ajustados, comparados aos com especialização. Conclusão: Médicos, ao avaliarem o painel de um ventilador para decidir pelo ajuste ou não dos parâmetros ventilatórios focam mais o olhar nas curvas e loops, seguidos dos parâmetros monitorados e ajustados, de modo semelhante para as diferentes situações clínicas. A atenção visual de médicos com e sem especialização em neonatologia ou medicina intensiva pediátrica diferiu, sendo que os sem especialização focaram mais o olhar nos parâmetros ajustados. O conhecimento da atenção visual de médicos ao avaliar o painel de um ventilador mecânico, no processo de decisão de ajuste dos parâmetros ventilatórios pode contribuir para o aprimoramento da capacitação médica.