Navegando por Palavras-chave "Traços biológicos"
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- ItemEmbargoIntegrando traços fenotípicos na filogeografia de insetos neotropicais(Universidade Federal de São Paulo, 2024-06-25) Machado, João Roberto Fentanes [UNIFESP]; Bonatelli, Isabel Aparecida da Silva [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9946082913752883; http://lattes.cnpq.br/0617686174913175O entendimento da distribuição das espécies ao longo do tempo é fundamental para a compreensão dos processos evolutivos que moldaram a biodiversidade em uma região. Alterações na distribuição das populações são frequentemente associadas a eventos geológicos e climáticos. Em especial, as oscilações climáticas do Pleistoceno parecem ter causado alterações significativas a nível global na distribuição das espécies. Porém, o número de estudos com invertebrados na região Neotropical é escasso. Diversos estudos na região evidenciaram que espécies que habitam biomas úmidos comumente apresentam respostas concordantes a alterações climáticas do passado, enquanto espécies de biomas secos e abertos exibem respostas idiossincráticas a esses mesmos eventos. Os padrões discordantes parecem não ser explicados somente por fatores ambientais. A integração de fatores bióticos e abióticos que moldam as respostas dos organismos representa uma maneira robusta para explorar as diferentes dimensões que contribuem para o estabelecimento de padrões demográficos. No presente trabalho, foi aplicada uma abordagem de filogeografia preditiva para identificar as respostas demográficas de espécies de insetos durante as mudanças climáticas do Pleistoceno e investigar a associação das respostas com diferentes traços biológicos das espécies. Foram analisadas 53 espécies, distribuídas em um total de 8 biomas neotropicais (31 exclusivas de biomas úmidos, 6 exclusivas de biomas secos e 16 generalistas) da classe Insecta (Coleoptera, Diptera, Lepidoptera, Odonata e Trichoptera). A metodologia do trabalho envolveu quatro atividades principais: (i) delimitação de linhagens pelo método bGMYC (Bayesian generalized mixed yule-coalescent model); (ii) teste de modelos demográficos (i.e. expansão, retração ou estabilidade) por computação Bayesiana aproximada; (iii) identificação de variáveis preditoras das diferentes respostas por aprendizagem de máquina com o método Random Forest; (iv) estimativa de alterações na distribuição das espécies por modelagem de nicho ecológico. Como resultado do ABC, 8 espécies mostraram sinal de estabilidade durante as alterações climáticas do Pleistoceno, 3 parecem ter sofrido retrações e 17 expandiram. Como resultado da modelagem de nicho, ao se comparar o período do Último Máximo Glacial com o presente, observou-se uma maior adequabilidade nas condições climáticas atuais, sugerindo uma expansão de 75% das espécies estudadas para o presente. As variáveis biológicas com maior capacidade de predição da resposta demográfica foram o nível taxonômico de família, período de atividade, tipo de habitat das espécies e nível trófico. Com base nos resultados obtidos, fica evidente que as alterações climáticas impactaram a classe Insecta na região Neotropical, resultando predominantemente em respostas demográficas de expansão para o presente. Além disso, os tipos de respostas das espécies às mudanças climáticas do Pleistoceno parecem estar associados a características biológicas das espécies.