Navegando por Palavras-chave "Transgênero"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Disforia e voz em pessoas transgênero: uma revisão integrativa da literatura(Universidade Federal de São Paulo, 2023-11) Araujo, Bru Alana Pereira de [UNIFESP]; Azevedo, Renata Rangel [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/1668260273015995; https://lattes.cnpq.br/1435591539559194Introdução: a voz, como um componente intrínseco da identidade pessoal social, desempenha um papel crucial na expressão do gênero e na forma como uma pessoa é percebida e interage com a sociedade. A disforia vocal é caracterizada por sentimentos de desconexão entre a voz percebida e a voz desejada, contribuindo significativamente para a angústia vivenciada por pessoas transgênero. A atuação frente à disforia vocal pode ser uma prerrogativa de fonoaudiólogas e fonoaudiólogos desde que seja respeitada a integralidade e a particularidade da experiência de variação de gênero da pessoa transgênero. Objetivos: compreender a extensão do conhecimento existente sobre a disforia vocal em pessoas transgênero, consolidando informações de estudos anteriores para oferecer uma visão abrangente sobre a questão e as respostas que fonoaudiólogos e fonoaudiólogas têm encontrado para a disforia vocal. Método: revisão integrativa da literatura a partir de descritores em saúde em bases de dados de artigos acadêmicos, com critérios de inclusão e exclusão de artigos na discussão dos resultados. Resultados: todos os 26 artigos foram lidos na íntegra e sistematizados através de uma tabela com dados sobre a publicação, o tipo de estudo e os principais resultados obtidos. Pode-se observar uma preocupação crescente com o fenômeno da disforia vocal, ainda que seus contornos e origens não sejam totalmente delimitados. Também parece consensual os benefícios da terapia fonoaudiológica de afirmação de gênero por meio da voz na qualidade de vida de pessoas trans. Conclusão: Esta pesquisa aponta para o papel crucial que os profissionais de saúde em geral, e fonoaudiólogas e fonoaudiólogos em particular, têm no processo de alcançarmos um mundo mais inclusivo, onde todas as pessoas sejam respeitadas e valorizadas em sua diferença.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Efeito da combinação enantato de estradiol e algestona acetofenida sobre os parâmetros de função renal de ratos(Universidade Federal de São Paulo, 2021-12-16) Silva, Juliana Veloso Gusmão UNIFESP]; Gomes, Guiomar Nascimento [UNIFESP]; Silva, Magnus Régios Dias da [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/2598816440086436; http://lattes.cnpq.br/4388413223109833; http://lattes.cnpq.br/0333520759675786As formulações contendo estrogênio e progestina têm sido amplamente utilizadas no auxílio de modificações corporais durante a transição do gênero masculino para o feminino no Brasil e no mundo. Grande parte do uso destes hormônios ocorre por automedicação e poucos estudos avaliam as repercussões destas formulações sobre os diversos sistemas do organismo. Objetivo: avaliar os efeitos da administração crônica da combinação de estrogênio e progestina em ratos sobre a pressão arterial e parâmetros de função renal. Métodos: ratos Wistar machos, com dois meses de idade, obtidos do CEDEME-UNIFESP, foram alojados em gaiolas ventiladas, em sala com temperatura fixa (22° C) e ciclo de luz (alternando o ciclo a cada 12h, iniciando o período de iluminação às 7h), e tiveram acesso livre a ração (para roedores - Purina) e água durante todo o protocolo experimental. Os animais foram inicialmente submetidos à orquiectomia (OQX) ou a cirurgia simulada (Sham) e a seguir foram distribuídos em quatro grupos experimentais: S+G - Sham tratado com veículo (óleo de gergelim), S+H - Sham tratado com a combinação de hormônios: algestona acetofenida e enantato de estradiol (AAEE), O+G - OQX tratado com veículo, O+H - OQX tratado com AAEE. Tanto o óleo de gergelim como o AAEE foram administrados i.m., a cada 10 dias durante 5 meses. Após o tratamento, amostras de urina foram coletadas em gaiolas metabólicas a o sangue foi colhido por punção da artéria aorta abdominal. Parâmetros avaliados: pressão arterial (PA), peso corporal (PC), comprimento nasoanal (CNA), ingestão de ração (IR) e hídrica (IH), perfil lipídico (triglicerídeos, LDL, HDL), perfil ácido básico (valores sanguíneos de pH, pCO2 e bicarbonato), concentrações plasmáticas de ureia (URpl) e creatinina (Crpl), volume urinário (V24h), excreção de sódio (UNa+), potássio (UK+), amônio, acidez titulável (AT), e proteinúria. Os resultados estão expressos como média ± ep. A análise estatística foi feita com ANOVA seguida de teste de Tukey. O nível de significância foi estabelecido em 5% (p ≤ 0,05). Estudo aprovado pelo CEUA/UNIFESP nº 0573101218. Resultados: Verificamos que o tratamento hormonal reduziu significativamente o peso corporal [S+G: 462,8 ± 24,4; S+H: 324,5 ± 31,1*; O+G: 423,4 ± 78,01; O+H: 291,7 ± 41,3* (g)] e o comprimento nasoanal [S+G: 27,5 ± 0,7; S+H: 24,5 ± 0,4*; O+G: 27,7 ± 0,7; O+H: 24,6 ± 1,0* (cm)], sem alterar os valores de pressão arterial [S+G: 126 ± 6,5; S+H: 129 ± 7,6; O+G: 123 ± 4,0; O+H: 131 ±4,2 (mmHg)]. Os valores de concentração plasmática de ureia [S+G: 40,4 ± 9,6; S+H: 55,0 ± 4,8*; O+G: 42,1 ± 6,7; O+H: 42,5 ± 8,8$ (mg/dL)] e creatinina [S+G: 0,35±0,05; S+H: 0,47±0,05*; O+G: 0,38±0,04; O+H: 0,46±0,04* (mg/dL)] foram alterados pelo tratamento sem no entanto alterar o clearance de creatinina [S+G: 6,2 ± 1,2; S+H: 5,8 ± 1,1; O+G: 5,3 ± 0,7; O+H: 5,5 ± 1,4 (ml/min/kg)]. Houve aumento significativo da carga excretada de sódio [S+G: 1,7 ± 0,5; S+H: 3,1 ± 0,8*; O+G: 1,6 ± 0,4; O+H: 3,3 ± 0,4* (µEq/min/kg)], potássio [S+G: 0,53 ± 0,15; S+H: 0,91 ± 0,22*; O+G: 0,51 ± 0,09; O+H: 0,94 ± 0,22* (µEq/min/kg)] e do volume urinário [S+G: 10,9 ± 2,1; S+H: 15,5 ± 2,1*; O+G: 10,4 ±2,3; O+H: 16,4 ± 2,9* (ml/24h)]. Não foram observadas alterações no perfil lipídico e nos valores sanguíneos de pH, pCO2 e bicarbonato. Conclusões: A terapia hormonal cruzada em ratos Wistar machos alterou significativamente as características físicas do animal em consequência da redução do ritmo de crescimento, repercutindo no peso corporal e o comprimento nasoanal. O tratamento com AAEE também aumentou o volume urinário e a excreção de sódio e potássio, provavelmente pelas adaptações renais, e sem repercussão sobre a pressão arterial. O aumento das concentrações plasmáticas de ureia e creatinina pode indicar o início de uma disfunção renal, porém mais avaliações em longo prazo são necessárias para a compreensão das repercussões deste tratamento hormonal sobre a função renal.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Fisioterapia e cirurgia de redesignação sexual em mulheres transgêneras: uma revisão sistemática(Universidade Federal de São Paulo, 2021-02-23) Santos, Natália Siste [UNIFESP]; Amaral, Maria Teresa Pace do [UNIFESP]; Zanetti, Míriam Raquel Diniz [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9708331128224695; http://lattes.cnpq.br/2305678329011722; http://lattes.cnpq.br/4490985098653376; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Introdução: O termo transgênero aborda um amplo espectro de não identidade com o sexo biológico. Inclui-se aqui o homem e a mulher transexual que realiza a transição social para o gênero que se identifica, podendo assumir um novo nome. Essa transição versa de tratamento hormonal à cirurgia de redesignação sexual. Complicações relacionadas ao assoalho pélvico e à saúde sexual podem ser consequentes ao procedimento cirúrgico. Nesse contexto, a fisioterapia pode contribuir para a prevenção e/ou tratamento destas complicações. Objetivo: Verificar e discutir as evidências científicas e contribuições da fisioterapia para a cirurgia de redesignação sexual em mulheres transgêneras. Metodologia: Revisão sistemática realizada nas bases de dados BVS, Cochrane, PEDro, Pubmed, SciELO. Resultados: Inicialmente, foram encontrados 477 artigos, e destes, 474 foram excluídos por não abordarem a fisioterapia e cirurgia de redesignação sexual. Três artigos foram lidos integralmente e um excluído por ser carta ao editor, restando dois estudos para análise qualitativa. Síntese da análise: Ambos os artigos encontraram alta incidência de disfunção do assoalho pélvico previamente à cirurgia (42% e 77,5%). As voluntárias submetidas à fisioterapia alcançaram resolução total ou parcial dos sintomas preexistentes até o momento da cirurgia e apresentaram menor incidência de disfunções após a cirurgia em comparação àquelas que não se submeteram ao tratamento. Houve baixa incidência de complicações após a cirurgia, com destaque para a estenose da neovagina. Esta complicação foi tratada com dilatadores vaginais, sendo que a maioria das voluntárias atingiu a dilatação desejada. Conclusão: A fisioterapia pélvica, apesar da escassa literatura voltada às mulheres trans, tem papel fundamental no tratamento das disfunções do assoalho pélvico e sexual. As estratégias terapêuticas já existentes para a população cisgênera podem auxiliar também, as mulheres trans. Entretanto há necessidade e urgência em entender as demandas específicas destas mulheres a fim de melhorar o acolhimento no sistema de saúde, extinguindo as discriminações que ainda ocorrem por profissionais da saúde.