Navegando por Palavras-chave "Transgeracional"
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- ItemEmbargoEstudo transgeracional dos efeitos da restrição alimentar materna sob a atividade funcional de macrófagos alveolares da prole adulta(Universidade Federal de São Paulo, 2024-04-30) Azevedo, Gabriela Araujo de [UNIFESP]; Landgraf, Richardt Gama [UNIFESP]; Landgraf, Maristella de Almeida Vitta [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/0918820835437686; http://lattes.cnpq.br/9656990228494629; http://lattes.cnpq.br/2102197172721190A baixa oferta de nutrientes durante a gestação pode causar adaptações morfológicas e metabólicas duradouras no indivíduo, algumas também afetar as gerações subsequentes. Embora essas adaptações sejam benéficas a curto prazo, pois acontecem com o propósito de sobrevivência, elas podem levar o indivíduo a maior propensão ao desenvolvimento de doenças na vida adulta, como obesidade, diabetes e hipertensão. Além disso, com o estresse causado pela restrição de alimentos durante a fase de embriogênese, alguns órgãos podem ser diretamente afetados, principalmente o pulmão que possui uma formação complexa, já que seu amadurecimento completo só ocorre após o nascimento. Estudos anteriores do grupo observaram, em modelo animal, que ratos Wistar que sofreram restrição alimentar intrauterinamente apresentaram redução da resposta inflamatória aguda induzida por LPS e da resposta inflamatória pulmonar alérgica. Uma das células que estão ligadas diretamente com a resposta inflamatória e por garantir a homeostase no organismo são os macrófagos. O objetivo do trabalho consiste em avaliar, na prole de ratos Wistar, a influência da programação fetal ocasionada pela restrição alimentar durante toda a prenhez, em animais da 1ª e 2ª geração, avaliando tamanho, atividade dos macrófagos e produção de citocinas na 1ª e 2ª geração. Com esse propósito, realizamos o acasalamento, acompanhamos a prenhez das ratas e separamos em dois grupos, o grupo controle que recebeu ração ad libitum e grupo restrito que recebeu apenas 50% de ração durante todo período gestacional. Após o nascimento da prole (1ª geração) realizamos o acompanhamento de peso e tamanho dos animais. Para obter a geração F2, animais que sofreram restrição intrauterina foram acasalados, pai e/ou mãe. Estes animais não tiveram nenhuma restrição alimentar ou oferta de água reduzida durante toda a gestação e foram divididos em três diferentes grupos: Grupo P-F2, onde somente o pai é proveniente das ratas que sofreram restrição alimentar na F1; Grupo M-F2, onde somente a mãe é proveniente das ratas que sofreram restrição alimentar na F1 e Grupo PM-F2 onde o pai e a mãe são provenientes das ratas que sofreram restrição alimentar na F1. Na 12ª semana de vida obtivemos as células de macrófagos alveolares, para avaliar o a capacidade fagocítica e microbicida desses macrófagos e analisar as citocinas no sobrenadante da cultura de macrófagos. Os resultados obtidos indicam que a restrição intrauterina provoca diminuição no ganho de massa corporal das ratas prenhas, no tamanho e no peso corporal das proles, e que o baixo peso ao nascer e o menor tamanho são características transgeracionais. No entanto, não verificamos diferença entre os grupos da segunda geração. Também observamos que os macrófagos alveolares do grupo restrito apresentam uma capacidade fagocítica e microbicida inferior àquela observada no grupo controle, sendo que a atividade microbicida pouco efetiva se manifesta também na geração F2 em todos os grupos. Avaliando a produção de citocinas pró inflamatórias IL-1β e IL-6, utilizamos como estímulo as leveduras Saccharomyces cerevisiae durante 4 horas e observamos que a expressão de IL-1β e IL-6 está aumentada unicamente no grupo controle + leveduras quando comparado aos demais grupos estimulados (restrito, P2-F2, M2-F2 e PM-F2). No caso da IL-10, uma citocina anti-inflamatória, a expressão está elevada apenas no grupo restrito sem levedura. Logo, a conclusão do trabalho é a de que existe uma interação entre a restrição alimentar intrauterina e a atividade dos macrófagos. Além de alterações de tamanho e massa corporal, alterações de atividade dos macrófagos são transgeracionais, independente se só pai, ou mãe ou ambos sofreram restrição alimentar intrauterina. A restrição alimentar durante a gestação pode estar causando alterações na linha germinativa, que afetam mecanismos epigenéticos do indivíduo, podendo levar a mudanças transgeracionais transmitidos por linhas maternas ou paternas. Porém uma maior compreensão das mudanças causadas na resposta imunológicas e das modificações epigenéticas nesses animais se faz necessária para confirmar se a restrição alimentar durante o período gestacional poderia aumentar a predisposição de doenças nas próximas gerações, mesmo que nestas proles não ocorra redução da oferta de nutrientes e então podemos realizar as intervenções precoces dirigidas à saúde das mulheres grávidas garantirão a saúde da população a seguir.