Navegando por Palavras-chave "Transtorno por uso de substância"
Agora exibindo 1 - 3 de 3
Resultados por página
Opções de Ordenação
- ItemAcesso aberto (Open Access)Análises farmacogenômica e funcional do efeito do biperideno nas interações das vias colinérgicas e dopaminérgicas nos transtornos por uso de etanol e cocaína(Universidade Federal de São Paulo, 2022-04-20) Palombo, Paola [UNIFESP]; Santos, Paulo Caleb Junior de Lima [UNIFESP]; Cruz, Fábio Cardoso [UNIFESP]; Galduroz, José Carlos Fernandes [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8366139801463833; http://lattes.cnpq.br/4804337113083801; http://lattes.cnpq.br/7270343730265469; http://lattes.cnpq.br/2519982739467859Os transtornos por uso de cocaína e de etanol são grandes problemas de saúde pública no Brasil e no mundo. Os fármacos utilizados para o tratamento destes transtornos são escassos e ineficazes para evitar a recaída ao uso destas drogas. Os sistemas dopaminérgico e colinérgico estão envolvidos nos mecanismos relacionados aos transtornos por uso de substâncias (TUS). Assim, fármacos que atuem no equilíbrio entre esses sistemas de neurotransmissão, podem ser promissores para o tratamento dos TUS. Estudos sugerem que o biperideno, um antagonista muscarínico M1pode ser uma nova ferramenta farmacológica para esse tratamento. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a participação dos sistemas dopaminérgico e muscarínico, assim como os efeitos do tratamento com o biperideno sobre comportamentos relacionados ao transtorno por uso de cocaína e etanol, em roedores. Para isso, investigamos o efeito do biperideno sobre: a) a autoadministração intravenosa de cocaína; b) nas concentrações de dopamina e de seus metabólitos em ratos submetidos ao teste de reexposição ao contexto associado a autoadministração de cocaína; c) na preferência condicionada por lugar (PCL) induzida por etanol em camundongos; d) no número de células Fos positivas, da borda e centro do núcleo acumbens em camundongos submetidos ao teste de expressão da PCL, induzida por etanol; e) nas concentrações teciduais de dopamina e de seus metabólitos em camundongos submetidos ao teste da PCL induzida pelo etanol; f) no consumo de etanol no paradigma de livre escolha de etanol ou água; g) no teste de reconhecimento de objetos de camundongos e h) na função motora de camundongos. Por fim, avaliamos, a expressão dos genes que codificam os receptores dopaminérgicos D1 (DrD1) e D2 (DrD2), muscarínicos M1 (mAChR M1) e M4 (mAChR M4), e da enzima Catecol O-Metiltransferase (COMT) em ratos submetidos a um protocolo de exposição prolongada ao etanol (câmara de vapor) ou à cocaína (acesso estendido a autoadministração de cocaína por 6 horas). Em resumo, nossos resultados demonstraram que a administração de biperideno, na dose de 10 mg/Kg, atenuou a motivação e a reexposição ao contexto associado a autoadministração de cocaína; porém não afetou o consumo em binge dessa substância. Em relação ao etanol, observamos que esse fármaco, nas doses de 1, 5 e 10 mg/kg, atenuou a expressão da PCL de etanol. Esse efeito foi acompanhado pelo aumento no número de células positivas para a proteína Fos e na taxa de utilização de dopamina no núcleo acumbens. Evidenciamos, também, que a administração de biperideno promoveu prejuízo nos testes de reconhecimento de objetos, uma e vinte e quatro horas após o treino, porém não causou déficit motor e nem alteração na quantidade consumida de etanol no protocolo de livre escolha. Por fim, o protocolo de acesso estendido da autoadministração de cocaína, promoveu aumento na expressão dos genes do receptor D1 e M1, enquanto o protocolo de acesso restrito promoveu aumento apenas na expressão do gene D1. Já o protocolo de exposição à câmara de vapor, promoveu aumento apenas na expressão do gene do receptor M1. Dessa forma, nossos resultados sugerem que o biperideno possui potencial terapêutico para o tratamento do transtorno por uso de cocaína e etanol e pode estar relacionado a diminuição na expressão gênica do receptor muscarínico M1.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Fatores preditivos de reinserção social através do acolhimento em comunidades terapêuticas(Universidade Federal de São Paulo, 2023-01-30) Barreto, Kátia Isicawa de Sousa [UNIFESP]; Laranjeira, Ronaldo Ramos [UNIFESP]; Madruga, Clarice Sandi [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/0659290459957967; http://lattes.cnpq.br/4152477223577402; http://lattes.cnpq.br/7855376983653153Objetivo: A Comunidade Terapêutica (CT) é um serviço para tratamento e recuperação de Transtorno por Uso de Substância (TUS) que faz parte da rede de atenção psicossocial desde 2011, e recebe recursos públicos crescentes, sendo crucial a avaliação e o monitoramento das intervenções utilizadas para o tratamento e a recuperação de indivíduos com TUS. Método: estudo de análise documental que compôs a primeira fase da implementação do sistema de monitoramento na rede de CTs financiadas pelo Governo do Estado de São Paulo. Foram analisados os dados sobre o perfil sociodemográfico, indicadores sobre saúde e vulnerabilidade social dos acolhidos nessas instituições bem como dados sobre a permanência no tratamento, a oferta de atividades desenvolvidas durante o período de acolhimento e indicadores de reinserção social no momento do seu desligamento. Além das análises descritivas de todos os indicadores investigados, foram realizados testes de regressão multivariada e mediação para determinar os fatores associados aos desfechos de reinserção social ao desligamento. Resultados: Os resultados descrevem um perfil em extrema vulnerabilidade social, com quase sua totalidade em situação rua. O tempo de permanência médio nas instituições foi de pouco menos de três meses e menos da metade dos indivíduos foram expostos a pelo menos uma atividade de cada um dos quatro domínios propostos pela regulamentação nacional (atividades recreativas, educativas ou de formação profissional, de espiritualidade e de autocuidado e sociabilidade). e no momento do desligamento conseguiram se reinserir socialmente. Mais da metade dos indivíduos retornaram ao convívio familiar, mais de um quarto deles tinham autossustento e apenas um quinto desses indivíduos apresentaram ambos os indicadores de reinserção social no momento do desligamento. O tempo em acolhimento nas CTs foi o maior preditor de reinserção social, com as chances de reinserção aumentando em quase nove vezes na permanência de pelo menos 90 dias. A exposição de uma maior diversidade de atividades terapêuticas durante o acolhimento aumentou em quase oito vezes essas chances. Ambas as associações permanecem significativas ainda quando ajustadas mutuamente. Foi confirmada a hipótese de que a associação entre permanência e reinserção social é mediada pela exposição às intervenções terapêuticas medida através da diversidade de atividades ofertadas. Conclusões: O resultado obtido demonstra o potencial dessa modalidade de tratamento mediante o cumprimento das suas normativas bem como perante a participação em um sistema de monitoramento que envolve também a capacitação profissional.
- ItemRestritoUso de ibogaína no tratamento de transtorno por uso de substância: uma revisão(Universidade Federal de São Paulo, 2023-06-26) Pimenta, Pimenta Ribeiro [UNIFESP]; Viana, Milena de Barros [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/3053794724319601; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)Os TUS são padrões de comportamento mal-adaptativos caracterizados por um abuso inicial marcado pela comorbidade com outros transtornos psíquicos, cujo uso repetido leva a alterações neuroplásticas nas vias dopaminérgicas mesolímbico-corticais e ao reforço potencializado do uso da substância. Por serem transtornos complexos que dependem de fatores psicológicos, sociais e genéticos para se desenvolverem, os tratamentos são mais efetivos se realizados em um campo multidisciplinar. A ibogaína, um alcaloide presente em abundância nas raízes do arbusto Iboga, junto ao seu principal metabólito (noribogaina) e um análogo sintético (18-Metoxicoronaridina) vêm recebendo atenção dessa área por ter anedóticos efeitos de reduzir a intensidade dos sintomas de síndromes de abstinência diversas e o desejo compulsivo de usar drogas, o que auxiliaria na manutenção da sobriedade dos indivíduos. Apesar disso, ainda são escassos os estudos na área e pouco foi esclarecido sobre o mecanismo de ação por trás desses possíveis efeitos. Nesse estudo, foi observado o aumento da eficácia do tratamento com ibogaína quando associado com psicoterapia, o que corresponde com os relatos dos pacientes que passaram pela experiência. De qualquer modo, há questões de segurança - principalmente em relação a sua cardiotoxicidade - que precisam ser revistas antes que se realizem novos testes clínicos. Ainda assim, a ausência de tratamentos farmacológicos eficazes para TUS e os riscos associados aos desdobramentos desse transtorno reiteram a relevância de continuar a busca por compreender a ação dessas moléculas.