Navegando por Palavras-chave "Vasculite sistêmica"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Avaliação da espessura da veia femoral como ferramenta diagnóstica na doença de Behçet: resultados de uma área não endêmica(Universidade Federal de São Paulo, 2023-11-28) Neaime, Sarah Abati Curi [UNIFESP]; Souza, Alexandre Wagner Silva de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7033230017001241; https://lattes.cnpq.br/1848749727294888Introdução: A doença de Behçet (DB) é uma vasculite sistêmica de vasos variáveis que se caracteriza por úlceras orais e genitais recorrentes, lesões cutâneas tais como o eritema nodoso. Pode levar ainda ao acometimento ocular, vascular e do sistema nervoso central. Não apresenta diferença de prevalência entre os sexos, no entanto, os homens tendem a ter manifestações mais graves. O envolvimento vascular acomete até 40% dos pacientes, no entanto, até hoje não temos um teste confiável para predizer risco de trombose. O diagnóstico também é um desafio na prática clínica, principalmente em países de baixa prevalência. O teste da patergia apresenta baixa sensibilidade e até hoje não temos um biomarcador disponível. A espessura da veia femoral (VF) foi avaliada em 2 estudos na Turquia que demonstraram espessamento em pacientes com DB, podendo ser um marcador diagnóstico com uma boa sensibilidade e especificidade. Objetivo: Reproduzir os exames realizados na Turquia na população do Brasil tanto de controles como de pacientes para avaliar a espessura da VF como instrumento de avaliação para investigação de paciente com suspeita de DB. Pacientes e métodos: Um estudo transversal foi realizado com pacientes com DB e controles saudáveis em que foram medidas as espessuras das VF bilateral e o diâmetro das veias safena parva e safena magna. Além disso, foram avaliados evidência de trombose ou refluxo nas veias analisadas. Os dados demográficos foram coletados de ambos os grupos e nos pacientes foram avaliados ainda quais sintomas eles apresentaram no início e no momento do estudo, terapia realizada, teste da patergia e HLA*B51. Resultados: O estudo não observou diferença estatisticamente significante de idade (43,9 ± 12,9 anos vs. 46,4 ± 12,6 anos; p = 0,166) e frequência de sexo feminino (64% vs. 69%; p = 0,454) entre pacientes com DB e controles. A espessura da VF direita (0,6 mm (0,500-0,700) vs. 0,525mm (0,450-0,637); p = 0,012) e VF esquerda (0,550mm (0,450-0,650) vs. 0,500mm (0,450-0,550); p = 0,004) apresentou diferença entre os grupos, no entanto, o diâmetro das veias safenas magna (VSM) e parva (VSP) de ambos os lados, não demonstrou diferença (VSM direita 4,000mm (3,275-5,025) vs. 4,100mm (3,400-5,450); p = 0,591), (VSM esquerda 3,750mm (3,150-4,650) vs. 4,050mm (3,400-5,000); p = 0,266), (VSP direita 2,750mm (2,150- 3,437) vs. 2,575mm (2,212-3,075); p = 0,306), (VSP esquerda 2,600mm (2,275- 3,550) vs. 2,656mm (2,112- 3,537); p = 0,259), entre pacientes com DB e controles, respectivamente. Não foi vista correlação entre a espessura da VF direita e VF esquerda e exames coletados, índices de atividade de doença, terapia usada, apenas em relação a número de eventos vasculares prévios. Para o ponto de corte da VF direita e VF esquerda pelo índice de Youden (0,575mm) na curva Receiver Operating Characteristic (ROC), [área sob a curva (AUC): 0,692; intervalo de confiança de 95% (IC 95%): 0,524- 0,680 para VF direita e AUC: 0,615; IC 95% 0,537-0,693 para VF esquerda). Encontramos ainda para o lado direito e lado esquerdo, respectivamente, sensibilidade (52% vs. 43%), especificidade (64% vs. 77%), valor preditivo positivo (VPP) (59% vs. 65,1%), valor preditivo negativo (VPN) (57,1% vs. 57,4%). Conclusões: A espessura da VFD e VFE apresentou nesse estudo, uma baixa sensibilidade, especificidade, VPP e VPN. Não foram encontradas correlação entre os exames laboratoriais avaliados, índice de atividade de doença, terapia em uso e a espessura da veia. Foi encontrado correlação apenas com o número de eventos vasculares prévios, sendo que aqueles pacientes que já tinham apresentado outros eventos, principalmente trombose venosa profunda, tinham a veia mais espessada em relação a pacientes sem acometimento vascular prévio e controles. Outros estudos devem ser realizados para melhor avaliação do ultrassom como possível método diagnóstico na DB.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Avaliação das subpopulações de monócitos e quimiocinas em pacientes com Arterite de Takayasu(Universidade Federal de São Paulo, 2022-04-19) Aguiar, Mariana Freitas de [UNIFESP]; Souza, Alexandre Wagner Silva de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7033230017001241; http://lattes.cnpq.br/4941807835650662Introdução: A fisiopatologia da arterite de Takayasu (AT) ainda é pouco conhecida. Apesar da inflamação granulomatosa rica em macrófagos ser a principal característica do infiltrado vascular da doença, nenhum estudo prévio avaliou o papel dos monócitos na patogênese da AT. Objetivos: Avaliar a distribuição das subpopulações de monócitos no sangue periférico e o perfil das quimiocinas séricas relacionadas à migração dos monócitos em pacientes com AT versus controles, comparando também pacientes com atividade e em remissão. Avaliar associações entre a distribuição das subpopulações de monócitos, as concentrações séricas das quimiocinas e as variáveis clínicas na AT. Analisar as correlações entre as concentrações séricas das quimiocinas e as subpopulações de monócitos no sangue periférico de pacientes com AT. Métodos: Foi realizado estudo transversal com grupo controle e os pacientes com AT foram avaliados quanto à atividade da doença e tratamento atual. Os monócitos no sangue periférico foram analisados por citometria de fluxo e, com base na expressão de CD14 e CD16, foram divididos em clássicos (CD14++CD16-), intermediários (CD14+CD16dim) e não clássicos (CD14dimCD16high). A dosagem das quimiocinas CCL2, CCL3, CCL4, CCL5, CCL7, CXCL10 e CX3CL1 foi realizada pela técnica de multiplex. Um subgrupo de pacientes com doença ativa foi reavaliado de forma longitudinal, quanto à distribuição das subpopulações de monócitos, após a remissão de doença ter sido alcançada. Resultados: Trinta e dois pacientes e trinta controles, controlados para sexo e idade, foram incluídos no estudo. Os pacientes com AT apresentaram um maior número de monócitos intermediários quando comparados aos controles [25,0 células x 106/L (16,7-52,0) vs. 17,2 células x 106/L (9,2-25,3); p = 0,014]. Doença em atividade se associou à monocitose (p = 0,005) por aumento das subpopulações de clássicos (p = 0,005) e de intermediários (p = 0,001), na comparação com controles. O uso de prednisona reduziu a porcentagem de monócitos não-clássicos [3,7% (1,3-4,1) vs. 6,9% (3,9-8,5); p = 0,011]. Pacientes com AT apresentaram concentrações mais baixas de CCL3 [6,2 pg/mL (5,0-8,1) vs. 9,3 pg/mL (5,7-14,7); p = 0,009] e CCL4 [37,4 pg/mL (24,5-47,9 vs. 45,4 pg/mL (37,8-63,7); p = 0,008] em comparação a controles, enquanto os valores de CCL22 foram mais altos em pacientes ativos quando comparados aos pacientes que estavam em remissão (1.865,5 ± 967,2 pg/mL vs. 1.229,3 ± 562,4 pg/mL; p = 0,033). A terapia com imunossupressores sintéticos ou biológicos não impactou nas concentrações das quimiocinas séricas, mas o uso de glicocorticoides se associou com valores mais baixos de CXCL10 (p = 0,012). Nos pacientes com AT, a concentração de CCL4 se correlacionou com o número de monócitos totais (Rho = 0,489; p = 0,005), de intermediários (Rho = 0,448; p = 0,010) e de clássicos (Rho = 0,412; p = 0,019). A presença de hipertensão arterial, diabetes tipo 2, eventos isquêmicos prévios e o uso de estatinas não afetou a distribuição das subpopulações dos monócitos na AT. Longitudinalmente, há uma aparente redução das subpopulações de monócitos clássicos e intermediários, quando os pacientes em atividade de doença entram em remissão, mas esse resultado não alcançou significância estatística. Conclusões: A distribuição das subpopulações de monócitos está alterada no sangue periférico dos pacientes com AT e a quimiocina CCL22 foi a mais associada à atividade de doença.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Avaliação do perfil linfocitário T em pacientes com arterite de Takayasu(Universidade Federal de São Paulo, 2023-12-07) Fernandez, Bruna Savioli Lopez [UNIFESP]; Souza, Alexandre Wagner Silva de [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/7033230017001241; https://lattes.cnpq.br/8699222471554576Introdução: O processo inflamatório vascular na arterite de Takayasu (AT), inicia-se na vasa vasorum da camada adventícia e se distribui por todas as camadas da parede arterial. Posteriormente, há migração de outras células inflamatórias para a parede do vaso, como: linfócitos T (LT) Th1, LT Th17, LT citotóxicos, LT, células NK, macrófagos, monócitos e células gigantes multinucleadas. O perfil efetor de LTCD4+ predominante no sangue periférico e na parede do vaso ainda não é bem conhecido, em pacientes em tratamento. Objetivos: Avaliar o perfil efetor de LT CD4+ predominante no sangue periférico e na parede da aorta em pacientes com AT e comparar o perfil efetor de LT CD4+ entre pacientes em atividade de doença, em remissão e controles. Comparar o perfil efetor de LT CD4+ predominante no sangue periférico em relação aos tipos angiográficos da AT, ao histórico de eventos arteriais isquêmicos e a terapêutica utilizada. Descrever o perfil efetor LT CD4+ na parede da aorta. Materiais e métodos: Realizamos estudo prospectivo incluindo 30 pacientes com AT e 30 controles. O número absoluto e a porcentagem de células T CD3+, LT CD3+CD4-, LTCD4+ e de LT Th1, Th2 e Th17 foram avaliados no sangue periférico por citometria de fluxo. Foi avaliada a expressão dos seguintes marcadores na parede da aorta de 6 pacientes com AT por imuno-histoquímica: CD4, CD8, Tbet (Th1), GATA-3 (Th2) e RORγT (Th17). Resultados: observamos menor número absoluto de LT CD3+ e LT CD4+ (p = 0,031 e p = 0,039, respectivamente), maior da proporção de LT Th17 (p = 0,001) e menor relação Th2/Th17 (p = 0,005) no sangue periférico em pacientes com AT quando comparados aos controles. Pacientes com AT apresentaram maior proporção de LT Th17 em comparação a indivíduos do grupo controle, independente da atividade de doença. Pacientes AT com eventos isquêmicos prévios apresentaram menor número absoluto de LT CD3+ e CD4+ e de CD3+CD4- em comparação aos demais pacientes com AT (p = 0,006; p = 0,014 e p = 0,004). Por fim, houve correlação inversa entre tempo desde o diagnóstico de AT com número absoluto e porcentagem de LT Th2 (rho = -0,610; p < 0,0001 e rho = -0,463; p = 0,010, respectivamente), LT Th17 (rho = -0,365; p = 0,047 e rho = -0,568; p = 0,001, respectivamente) e da relação Th2/Th17 (rho = -0,390; p = 0,036) no sangue periférico. Na aorta, a expressão de CD8 foi superior à de CD4. Em relação aos fatores de transcrição, houve maior expressão de GATA-3 (Th2), seguido de Tbet (Th1) e por fim, de RORγT (Th17). Conclusões: pacientes com AT em tratamento apresentam menor número de LT CD3+ e LT CD4+ no sangue periférico em comparação a controles, com aumento na proporção de LT Th17, à despeito de atividade de doença. No tecido, a expressão de CD8 foi maior do que a de CD4 e, houve maior expressão de células T efetoras Th2, seguidas de Th1 e Th17.