Navegando por Palavras-chave "balanço hídrico"
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- ItemAcesso aberto (Open Access)Avaliação do papel prognóstico do balanço hídrico na sepse grave e no choque séptico(Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), 2014-01-31) Oliveira, Fernando Saes Vilaça de [UNIFESP]; Machado, Flavia Ribeiro [UNIFESP]; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)A sepse grave e o choque séptico possuem elevadas incidência, prevalência, morbidade e mortalidade. Seu tratamento adequado demanda a administração considerável de líquidos, que, por vezes, se estendem além de um período de 24 horas e se refletem no balanço hídrico (BH) cumulativo. Diversas linhas de evidências apontam para morbidade associada a balanços hídricos positivos em vários contextos, como na lesão pulmonar aguda, na síndrome do desconforto respiratório agudo, cirurgias abdominais e mesmo em situações de lesão renal aguda. O presente estudo teve o objetivo de avaliar o papel prognóstico do balanço hídrico positivo em pacientes com sepse grave e choque séptico em diferentes momentos da história natural da doença. Buscou-se também avaliar se existe relação entre o balanço hídrico positivo, também em diferentes momentos da sepse, e a lesão renal aguda. Para tanto, conduzimos um subestudo a partir de uma coorte prospectiva, incluindo um total de 116 pacientes com diagnóstico de sepse grave ou choque séptico, conforme definições padronizadas. Colheram-se dados demográficos, relacionados à adesão aos pacotes de tratamento de das primeiras 6 horas da campanha sobrevivendo a sepse, dados relacionados a morbidade, disfunções orgânicas e mortalidade. O balanço hídrico foi calculado considerando-se três momentos distintos: a instalação da primeira disfunção orgânica atribuída à sepse (BH1), o momento do diagnóstico (BH2) e, nos pacientes em choque, o início do vasopressor (BH3). Em cada um desses períodos foi aferido o BH em 6, 12 e 24 horas, além do BH entre a 24ª e 48ª horas. A diurese foi registrada nos primeiros cinco dias de evolução, tanto a partir do momento da primeira disfunção como a partir do momento do início do vasopressor. A partir desses dados foram realizados três modelos de regressão logística. O primeiro avaliando fatores de risco para mortalidade na população geral (n-116) e o segundo apenas na população com choque (n-85). O terceiro modelo de regressão logística avaliou fatores de risco para lesão renal aguda grave (escore de RIFLE F ou pior). Os resultados foram considerados significativos quando p<0,05. Na população geral, foram fatores de risco independentes para mortalidade o BH2 maior que 3.400mL entre a 24a e a 48a hora, a lesão renal aguda e a diurese menor que 900mL no segundo dia a partir da instalação da disfunção orgânica. Na população com choque foram fatores de risco o BH3 maior que 3.400mL entre a 24a e a 48a hora e a diurese menor que 850 ml no primeiro dia da instalação do choque. Foram identificados como fatores de risco independentes para lesão renal aguda a creatinina D0 menor que 1,2 e o escore Avaliação Sequencial da Disfunção Orgânica no D1 acima de 9. Conclui-se que o balanço hídrico positivo entre a 24 e a 48ª hora após o diagnóstico da disfunção foi fator prognóstico independente para mortalidade em pacientes com sepse grave e choque séptico. O mesmo não ocorreu com os balanços antes das primeiras 24 horas. Não foi possível associar o balanço hídrico positivo como fator de risco para o surgimento de lesão renal aguda. Por outro lado, ele também não se associou com proteção para essa lesão.