Evolução E Fatores Associados Ao Ângulo De Fase Em Pacientes Com Pancreatite Crônica Alcoólica
Data
2017-08-31
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Objectives: Measure the values of phase angle (PA) and standardized phase angle (SPA) of patients with chronic alcoholic pancreatitis (CAP); compare the PA and SPA values of CAP patients with the PA values of control subjects; and to analyze the evolution and factors associated with the PA values of patients with PCA during the two-year follow-up period. Patients and methods: A case-control study was conducted to verify the values of phase angle (PA) and standardized phase angle (SPA) in patients with CAP, comparing these values with those of control individuals. In a second moment, a 2-year follow-up study was performed with only patients with CAP to check the progression of PA and SPA. Fifty-four male patients from the Pancreas and Biliary Pathology Outpatient Clinic of the Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) – Escola Paulista de Medicina (EPM), with diagnosis of chronic pancreatitis of alcoholic etiology (CAP). A total of 54 male subjects with no diagnosis of chronic diseases were included as control of the study. The patients were interviewed through a specific form to collect data related to the disease, gastrointestinal alterations, alimentary alterations, eating habits, smoking habits and / or alcoholism, nutritional status prior to the disease, and anthropometric and body composition evaluation. In relation to the evaluation of the nutritional status, the current weight (kg) was evaluated and its stature measured in meters. With the data of weight and height, the Body Mass Index (BMI) was calculated. The evaluation of patients with chronic alcoholic pancreatitis (CAP) was performed in 3 moments. The evaluation of control subjects was unique, in a transversal way. The evaluation of the body composition in patients and controls was done by means of an electric bioimpedance apparatus (BIA), of the brand Biodynamics® model 450. For the interpretation of the value of the phase angle (AF) obtained by the BIA examination, the standardized phase angle (SPA) was used. The analysis of the data was descriptive and with inferential tests, using the SPSS (IBM) Statistical Program 22.0, considering the significance level of 5%. Results: The median PA value was 6.2º in the CAP group and 7.3º in the control group. Lower PA value was found in the CAP group [6.09º (1.10) x 7.27º (0.85), p <0.001]. This result was also observed for the mean SPA value [-1.57 (1.22) x -0.12 (0.83), p <0.001]. When the mean values of PA and standardized phase angle (SPA) were observed in all the evaluations performed with the patients, there was stability in the values throughout the follow-up (p = 0.196). Such stability also occurred for normal and reduced scores for SPA values (p=0.766). When the groups were divided according to the median value of PA (less than the median and greater than or equal to the median), it was observed in the first evaluation that the mean age (years) was higher in the group with PA less than 6,2º [53.5 (9.51) x 46.89 (9.31), p=0.013]. Also, a higher prevalence of associated diabetes (AD) was observed in the group with PA less than 6.2º [69.2% (18) x 28.6% (8), p=0.003]. In the second evaluation, there was in the group with PA lower than 6.45º [53.45 (9.24) x 46.77 (8.29), p = 0.016]. There was also a higher prevalence of AD [68.2% (15) x 27.3% (6), p = 0.007], a higher prevalence of pancreatic enzyme use in the group with AF <6.45º, 9% (20) x 45.5% (10), p=0.001], and a higher prevalence of clinical history of diarrhea [50% (11) x 18.2% (4), p=0.026]. When comparing the groups in relation to the SPA classification, in the first evaluation, the highest prevalence of current smoking was observed in the group of patients withreduced SPA (77.8% (14) x 50% (18), x 19.4% (7), p=0.050], AD [72.2% (13) x 36.1% (13), p=0.012], clinical history of diarrhea 0.007] and clinical history of steatorrhea [38.9% (7) x 11.1% (4), p=0.017]. Still, the group with reduced SPA values presented a higher mean number of bowel movements per day compared to the group with normal SPA values [4.0 (4.96) x 2.0 (1.1), p=0.014]. In the second evaluation, higher prevalences were observed in the group with reduced values for SPA, of current smoking [91.7% (11) x 48.5% (16), p=0.009], use of the pancreatic enzyme [7% (11) x 60.6% (20), p=0.047], clinical history of diarrhea [66.7% (8) x 21.2% (7), p=0.004], and clinical history of steatorrhea [50% (6) x 9.1% (3), p=0.002]. In the third evaluation, higher prevalences of clinical history of diarrhea were found for the group with reduced values for SPA [66.7% (8) x 20.7% (6), p=0.005], and clinical history of steatorrhea [50% (6) x 6.9% (2), p=0.002]. Also, for this same group, a higher mean of daily bowel movements [3.50 (2.43) x 1.83 (1.04), p=0.039]. Conclusion: Patients with CAP had a median value of 6.2º to 6.45º degrees for PA and a mean value of 6.09º to 6.1º. For SPA, they presented values of -1.57 to -1.02 standard deviations from the reference values for healthy men. Mean PA and SPA values were significantly lower in patients with CAP compared to control subjects. The PA and SPA of patients with CAP remained stable during the two-year follow-up period. Age (years), smoking, presence of diabetes mellitus, use of pancreatic enzymes as replacement therapy, presence of diarrhea, presence of steatorrhea and number of bowel movements per day were clinical and nutritional factors associated with PA and SPA in patients with CAP.
Objetivos: Mensurar os valores do ângulo de fase (AF) e ângulo de fase padronizado (AFP) de pacientes com pancreatite crônica alcóolica (PCA); comparar os valores do AF e AFP de pacientes com PCA com os valores do AF de indivíduos controle; e analisar a evolução e fatores associados aos valores do AF de pacientes com PCA durante o período de dois anos de acompanhamento ambulatorial. Pacientes e métodos: Foi conduzido inicialmente um estudo caso-controle, para verificar os valores do ângulo de fase (AF) e ângulo de fase padronizado (AFP) em pacientes com PCA, comparando esses valores com os de indivíduos controle. Em um segundo momento, foi realizado um estudo de seguimento (“’follow-up”) de 2 anos, apenas com os pacientes com PCA, para verificar a evolução do AF e AFP. Foram avaliados e acompanhados ambulatorialmente 54 pacientes, do sexo masculino, provenientes do Ambulatório de Pâncreas e Vias Biliares, da Disciplina de Gastroenterologia, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) – Escola Paulista de Medicina (EPM), com diagnóstico de pancreatite crônica de etiologia alcoólica (PCA). Foram incluídos como controle do estudo, 54 indivíduos do sexo masculino, sem diagnóstico de doenças crônicas. Os pacientes foram entrevistados por meio de um formulário próprio para coleta de dados relacionados à doença, alterações gastrintestinais, alterações alimentares, hábitos alimentares, hábitos de tabagismo e/ou alcoolismo, estado nutricional anterior à doença e avaliação antropométrica e da composição corporal. Em relação à avaliação do estado nutricional, foi avaliado o peso atual (kg) e sua estatura aferida em metros (m). Com os dados de peso e estatura, foi calculado o Índice de Massa Corporal (IMC). A avaliação dos pacientes com pancreatite crônica alcoólica (PCA), foi realizada em 3 momentos. A avaliação dos indivíduos controles foi única, de forma transversal. A avaliação da composição corporal, em pacientes e controles, se deu por meio de um aparelho de bioimpedância elétrica (BIA), da marca Biodynamics® modelo 450. Para interpretação do valor do ângulo de fase (AF) obtido pelo exame de BIA, foi utilizado o ângulo de fase padronizado (AFP). A análise dos dados foi descritiva e com testes inferenciais, realizada com auxílio do Programa Estatístico SPSS (IBM) versão 22.0, considerando o nível de significância de 5%. Resultados: A mediana do valor do AF foi de 6,2º no grupo com PCA e de 7,3º no grupo controle. Foi encontrado menor valor do AF no grupo com PCA [6,09º (1,10) x 7,27º (0,85), p<0,001]. Tal resultado também foi observado para o valor médio do AFP [-1,57 (1,22) x -0,12 (0,83), p<0,001]. Ao se observar os valores médios do AF e do ângulo de fase padronizado (AFP) em todas as avaliações realizadas com os pacientes, houve estabilidade nos valores ao longo do acompanhamento (p=0,196). Tal estabilidade também ocorreu para as classificações normais e reduzidas para os valores do AFP (p=0,766). Ao se dividir os grupos de acordo com o valor mediano do AF (menor que a mediana e maior ou igual a mediana), foi observado na primeira avaliação, que a média de idade (anos) era maior no grupo com AF menor que 6,2º [53,5 (9,51) x 46,89 (9,31), p=0,013]. Ainda, notou-se maior prevalência de diabetes associado (DA) no grupo com AF menor que 6,2º [69,2% (18) x 28,6% (8), p=0,003]. Na segunda avaliação, houve no grupo com AF menor, maior prevalência de DA [68,2% (15) x 27,3% (6), p=0,007], maior prevalência de utilização de enzima pancreática [90,9% (20) x 45,5% (10), p=0,001], e maior prevalência de história clínica de diarreia [50% (11) x18,2% (4), p=0,026]. Quando se comparou os grupos em relação à classificação do AFP, na primeira avaliação, notou-se no grupo de pacientes com valores reduzidos do AFP, maiores prevalências de tabagismo atual [77,8% (14) x 50% (18), p=0,050], DA [72,2% (13) x 36,1% (13), p=0,012], história clínica de diarreia [55,6% (10) x 19,4% (7), p=0,007] e história clínica de esteatorreia [38,9% (7) x 11,1% (4), p=0,017]. Ainda, o grupo com valores reduzidos do AFP apresentou maior média do número de evacuações intestinais diárias, se comparado ao grupo com valores normais do AFP [4,0 (4,96) x 2,0 (1,1), p=0,014]. Na segunda avaliação, foram verificadas maiores prevalências no grupo com valores reduzidos para o AFP, de tabagismo atual [91,7% (11) x 48,5% (16), p=0,009], de utilização da enzima pancreática [91,7% (11) x 60,6% (20), p=0,047], de história clínica de diarreia [66,7% (8) x 21,2% (7), p=0,004], e de história clínica de esteatorreia [50% (6) x 9,1% (3), p=0,002]. Na terceira avaliação, foram encontradas para o grupo com valores reduzidos para o AFP, maiores prevalências de história clínica de diarreia [66,7% (8) x 20,7% (6), p=0,005], e de história clínica de esteatorreia [50% (6) x 6,9% (2), p=0,002]. E também, para esse mesmo grupo, maior média de evacuações intestinais diárias [3,50 (2,43) x 1,83 (1,04), p=0,039]. Conclusão: Os pacientes com PCA apresentaram para o AF, valor mediano de 6,2º a 6,45º e valor médio de 6,09º a 6,1º. Para AFP apresentaram valores de -1,57 a -1,02 desvios-padrão em relação aos valores de referência para homens saudáveis. Os valores médios do AF e do AFP foram significativamente menores nos pacientes com PCA em comparação com os indivíduos do grupo controle. O AF e o AFP dos pacientes com PCA mantiveram-se estáveis durante o período de dois anos de acompanhamento ambulatorial. A idade (anos), tabagismo, presença de diabetes mellitus, utilização de enzimas pancreáticas como tratamento de reposição, presença de diarreia, presença de esteatorreia e número de evacuações intestinais ao dia, foram fatores clínicos e nutricionais associados ao AF e AFP nos pacientes com PCA.
Objetivos: Mensurar os valores do ângulo de fase (AF) e ângulo de fase padronizado (AFP) de pacientes com pancreatite crônica alcóolica (PCA); comparar os valores do AF e AFP de pacientes com PCA com os valores do AF de indivíduos controle; e analisar a evolução e fatores associados aos valores do AF de pacientes com PCA durante o período de dois anos de acompanhamento ambulatorial. Pacientes e métodos: Foi conduzido inicialmente um estudo caso-controle, para verificar os valores do ângulo de fase (AF) e ângulo de fase padronizado (AFP) em pacientes com PCA, comparando esses valores com os de indivíduos controle. Em um segundo momento, foi realizado um estudo de seguimento (“’follow-up”) de 2 anos, apenas com os pacientes com PCA, para verificar a evolução do AF e AFP. Foram avaliados e acompanhados ambulatorialmente 54 pacientes, do sexo masculino, provenientes do Ambulatório de Pâncreas e Vias Biliares, da Disciplina de Gastroenterologia, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) – Escola Paulista de Medicina (EPM), com diagnóstico de pancreatite crônica de etiologia alcoólica (PCA). Foram incluídos como controle do estudo, 54 indivíduos do sexo masculino, sem diagnóstico de doenças crônicas. Os pacientes foram entrevistados por meio de um formulário próprio para coleta de dados relacionados à doença, alterações gastrintestinais, alterações alimentares, hábitos alimentares, hábitos de tabagismo e/ou alcoolismo, estado nutricional anterior à doença e avaliação antropométrica e da composição corporal. Em relação à avaliação do estado nutricional, foi avaliado o peso atual (kg) e sua estatura aferida em metros (m). Com os dados de peso e estatura, foi calculado o Índice de Massa Corporal (IMC). A avaliação dos pacientes com pancreatite crônica alcoólica (PCA), foi realizada em 3 momentos. A avaliação dos indivíduos controles foi única, de forma transversal. A avaliação da composição corporal, em pacientes e controles, se deu por meio de um aparelho de bioimpedância elétrica (BIA), da marca Biodynamics® modelo 450. Para interpretação do valor do ângulo de fase (AF) obtido pelo exame de BIA, foi utilizado o ângulo de fase padronizado (AFP). A análise dos dados foi descritiva e com testes inferenciais, realizada com auxílio do Programa Estatístico SPSS (IBM) versão 22.0, considerando o nível de significância de 5%. Resultados: A mediana do valor do AF foi de 6,2º no grupo com PCA e de 7,3º no grupo controle. Foi encontrado menor valor do AF no grupo com PCA [6,09º (1,10) x 7,27º (0,85), p<0,001]. Tal resultado também foi observado para o valor médio do AFP [-1,57 (1,22) x -0,12 (0,83), p<0,001]. Ao se observar os valores médios do AF e do ângulo de fase padronizado (AFP) em todas as avaliações realizadas com os pacientes, houve estabilidade nos valores ao longo do acompanhamento (p=0,196). Tal estabilidade também ocorreu para as classificações normais e reduzidas para os valores do AFP (p=0,766). Ao se dividir os grupos de acordo com o valor mediano do AF (menor que a mediana e maior ou igual a mediana), foi observado na primeira avaliação, que a média de idade (anos) era maior no grupo com AF menor que 6,2º [53,5 (9,51) x 46,89 (9,31), p=0,013]. Ainda, notou-se maior prevalência de diabetes associado (DA) no grupo com AF menor que 6,2º [69,2% (18) x 28,6% (8), p=0,003]. Na segunda avaliação, houve no grupo com AF menor, maior prevalência de DA [68,2% (15) x 27,3% (6), p=0,007], maior prevalência de utilização de enzima pancreática [90,9% (20) x 45,5% (10), p=0,001], e maior prevalência de história clínica de diarreia [50% (11) x18,2% (4), p=0,026]. Quando se comparou os grupos em relação à classificação do AFP, na primeira avaliação, notou-se no grupo de pacientes com valores reduzidos do AFP, maiores prevalências de tabagismo atual [77,8% (14) x 50% (18), p=0,050], DA [72,2% (13) x 36,1% (13), p=0,012], história clínica de diarreia [55,6% (10) x 19,4% (7), p=0,007] e história clínica de esteatorreia [38,9% (7) x 11,1% (4), p=0,017]. Ainda, o grupo com valores reduzidos do AFP apresentou maior média do número de evacuações intestinais diárias, se comparado ao grupo com valores normais do AFP [4,0 (4,96) x 2,0 (1,1), p=0,014]. Na segunda avaliação, foram verificadas maiores prevalências no grupo com valores reduzidos para o AFP, de tabagismo atual [91,7% (11) x 48,5% (16), p=0,009], de utilização da enzima pancreática [91,7% (11) x 60,6% (20), p=0,047], de história clínica de diarreia [66,7% (8) x 21,2% (7), p=0,004], e de história clínica de esteatorreia [50% (6) x 9,1% (3), p=0,002]. Na terceira avaliação, foram encontradas para o grupo com valores reduzidos para o AFP, maiores prevalências de história clínica de diarreia [66,7% (8) x 20,7% (6), p=0,005], e de história clínica de esteatorreia [50% (6) x 6,9% (2), p=0,002]. E também, para esse mesmo grupo, maior média de evacuações intestinais diárias [3,50 (2,43) x 1,83 (1,04), p=0,039]. Conclusão: Os pacientes com PCA apresentaram para o AF, valor mediano de 6,2º a 6,45º e valor médio de 6,09º a 6,1º. Para AFP apresentaram valores de -1,57 a -1,02 desvios-padrão em relação aos valores de referência para homens saudáveis. Os valores médios do AF e do AFP foram significativamente menores nos pacientes com PCA em comparação com os indivíduos do grupo controle. O AF e o AFP dos pacientes com PCA mantiveram-se estáveis durante o período de dois anos de acompanhamento ambulatorial. A idade (anos), tabagismo, presença de diabetes mellitus, utilização de enzimas pancreáticas como tratamento de reposição, presença de diarreia, presença de esteatorreia e número de evacuações intestinais ao dia, foram fatores clínicos e nutricionais associados ao AF e AFP nos pacientes com PCA.