Colônias de pescadores da região costeira do estado de São Paulo e políticas de educação em saúde
Data
2020-02-06
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
The aim of this thesis was to understand the health education practices in São Paulo state coast fishery communities, from the colonies leaders, associates and families prospective. The methodology comprised a descriptive study with qualitative referencing. Fishermen, their families and the fishery colonies leaders from São Paulo state coast were the focus of this study. In total, ten fishing colonies participated on this research, comprising fishermen and families, and associates with some connection with the colonies managers. The data used comes from interviews, and consultation of official documents when made available. The data was collected from 26th November 2018 to 25th April 2019, starting in Santos and ending in Ubatuba, where a diary with all the relevant information were kept to follow the data. All the interviews were transcript in full, and a thematic analysis was made. From the interviews, several common topics were found: the colonies organisation; the empowerment of the fishermen to their rights to health and education; the use of the colonies as a space for dialogue; the role of the colonies in structuring the base for artisanal fisherman learning; health and public policies relations; health, sickness and life quality; sickness and its impact on the fishermen’s lives; the view of the colony as a space for the community visibility; the colonies and their connection to the environment; past, present and future observation; projects and dreams; and the challenges, expectations and perspectives. Concluding, this study showed the daily reality of the fishermen and families, revealing the difficulties on the group organisation to protect themselves and maintain the artisanal fishing tradition.
A presente pesquisa teve por propósito analisar as práticas de educação em saúde nas comunidades que integram as Colônias de Pescadores da Região Costeira do Estado de São Paulo, sob a ótica de dirigentes das colônias, pescadores associados e familiares. O caminho metodológico compreendeu um estudo descritivo, utilizando-se de um referencial metodológico qualitativo. A população de estudo dessa pesquisa foi constituída por dirigentes e técnicos das colônias de pescadores, pescadores e seus familiares que vivem em torno das colônias de pescadores do litoral do Estado de São Paulo. Assim, participaram da pesquisa dez centros de encontros de pescadores e seus familiares, abrangendo 17 participantes associados que mantêm relações diretas ou indiretas, dirigentes e técnicos, além de consulta a documentos disponibilizados pelos órgãos oficiais. A coleta de dados envolveu entrevista semiestruturada com os participantes da pesquisa. O período de levantamento de dados junto aos participantes se deu entre 26 de novembro de 2018, iniciando na cidade de Santos a 25 de abril de 2019, tendo a cidade de Ubatuba como a última a ser visitada. Foi realizado um diário de campo e, para enriquecer ainda mais as visitas também foi produzida a narrativa dos diários. Os dados obtidos nas entrevistas foram transcritos na íntegra e o tratamento analítico abrangeu a análise de conteúdo, do tipo temática. Das falas dos entrevistados emergiram aspectos relacionados: a organização das colônias; às formas de empoderamento dos pescadores no processo de busca de seus direitos em relação à saúde e educação; à representação das colônias como espaços de diálogo com seus desafios; ao papel das colônias na construção de políticas de formação do pescador artesanal; à relação da saúde com as políticas públicas; a relação da saúde, adoecimento e qualidade de vida; a relação do processo de adoecimento e seu impacto nas mudanças de vida dos pescadores; à visão da colônia como espaço de luta e conquistas para a comunidade; a relação da colônia com as questões ambientais; e reflexões dos pescadores sobre passado, presente e futuro, seus sonhos e projetos e suas expectativas, perspectivas e desafios. Por fim, o estudo pôde evidenciar a realidade enfrentada pelos pescadores e suas famílias, passando pela dificuldade na constituição como grupo organizado e homogêneo em defesa de suas lutas e a necessidade de construir novos rumos no sentido de preservar e sustentar a tradição da pesca artesanal.
A presente pesquisa teve por propósito analisar as práticas de educação em saúde nas comunidades que integram as Colônias de Pescadores da Região Costeira do Estado de São Paulo, sob a ótica de dirigentes das colônias, pescadores associados e familiares. O caminho metodológico compreendeu um estudo descritivo, utilizando-se de um referencial metodológico qualitativo. A população de estudo dessa pesquisa foi constituída por dirigentes e técnicos das colônias de pescadores, pescadores e seus familiares que vivem em torno das colônias de pescadores do litoral do Estado de São Paulo. Assim, participaram da pesquisa dez centros de encontros de pescadores e seus familiares, abrangendo 17 participantes associados que mantêm relações diretas ou indiretas, dirigentes e técnicos, além de consulta a documentos disponibilizados pelos órgãos oficiais. A coleta de dados envolveu entrevista semiestruturada com os participantes da pesquisa. O período de levantamento de dados junto aos participantes se deu entre 26 de novembro de 2018, iniciando na cidade de Santos a 25 de abril de 2019, tendo a cidade de Ubatuba como a última a ser visitada. Foi realizado um diário de campo e, para enriquecer ainda mais as visitas também foi produzida a narrativa dos diários. Os dados obtidos nas entrevistas foram transcritos na íntegra e o tratamento analítico abrangeu a análise de conteúdo, do tipo temática. Das falas dos entrevistados emergiram aspectos relacionados: a organização das colônias; às formas de empoderamento dos pescadores no processo de busca de seus direitos em relação à saúde e educação; à representação das colônias como espaços de diálogo com seus desafios; ao papel das colônias na construção de políticas de formação do pescador artesanal; à relação da saúde com as políticas públicas; a relação da saúde, adoecimento e qualidade de vida; a relação do processo de adoecimento e seu impacto nas mudanças de vida dos pescadores; à visão da colônia como espaço de luta e conquistas para a comunidade; a relação da colônia com as questões ambientais; e reflexões dos pescadores sobre passado, presente e futuro, seus sonhos e projetos e suas expectativas, perspectivas e desafios. Por fim, o estudo pôde evidenciar a realidade enfrentada pelos pescadores e suas famílias, passando pela dificuldade na constituição como grupo organizado e homogêneo em defesa de suas lutas e a necessidade de construir novos rumos no sentido de preservar e sustentar a tradição da pesca artesanal.