A associação entre a suspeita inicial de perda auditiva e a ausência de comunicação verbal em crianças com transtornos do espectro autístico
Data
2009-01-01
Tipo
Artigo
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Resumo
PURPOSE: To determine the association between the initial suspicion of hearing loss and the absence of verbal communication in children with diagnosis of autistic spectrum disorders. METHODS: A retrospective study was carried out analyzing 54 anamneses of individuals with diagnosis of autistic spectrum disorders. From each case history, it was obtained the records of the initial suspicion of hearing loss, mentioned by family members. The degree of association between the initial suspicion of hearing loss and the type of communicative performance (verbal and non-verbal) was verified. After that, hearing assessments were tracked down to confirm the pertinence of the hearing complaint mentioned. The data were statistically analysed using Chi-Square Test and Fisher's Exact Test. A significance level of 0.05 was adopted. RESULTS: It was verified that 62.96% of the parents of children with autism (both verbal and non-verbal) exhibited an initial suspicion of hearing loss as the first etiology. The hearing assessment demonstrated that only 11.11% of the individuals with non-verbal communication and none of those with verbal communication actually had some type of hearing impairment. CONCLUSIONS: The number of children with initial suspicion of hearing loss was significant, regardless whether these individuals had verbal or non-verbal communication. However, in the association analysis between communicative performance and suspicion of hearing impairments, the results were significantly greater for non-verbal children. This fact leads to a reflection on the importance of sensitization of the professionals who act in childcare clinic regarding the search for a differential diagnosis between hearing impairment and autistic spectrum disorders.
OBJETIVO: Averiguar a associação entre a suspeita inicial de deficiência auditiva e a ausência de comunicação verbal em crianças com diagnóstico de transtornos do espectro autístico. MÉTODOS: Por meio de estudo retrospectivo, analisamos 54 anamneses de indivíduos com diagnóstico de transtornos do espectro autístico. Inicialmente, obtivemos o registro da suspeita inicial de perda auditiva, mencionada pela família. O grau de associação entre a presença de suspeita inicial de perda auditiva e o tipo de desempenho comunicativo (não verbal e verbal) foi verificado. Posteriormente, as avaliações audiológicas foram rastreadas para confirmarmos a pertinência da queixa auditiva mencionada. Para tratamento estatístico dos resultados utilizamos os Testes Qui-quadrado e Exato de Fisher. Estabeleceu-se nível de significância de 0,05. RESULTADOS: Verificamos que 62,96% dos pais de crianças autistas (verbais ou não) apresentaram a suspeita inicial de perda auditiva como primeira etiologia. A avaliação audiológica mostrou que somente 11,11% dos indivíduos com comunicação não verbal e nenhum com comunicação verbal apresentaram algum tipo de deficiência auditiva. CONCLUSÕES: O número de crianças com suspeita inicial de perda auditiva mostrou-se significativo, independente destas serem verbais ou não. Na análise da associação entre desempenho comunicativo e suspeita de prejuízos na audição, os resultados foram estatisticamente significante maiores em crianças não verbais. Esses dados nos fazem refletir sobre a importância da sensibilização dos profissionais que atuam em clínica infantil quanto à busca pelo diagnóstico diferencial entre a deficiência auditiva e os transtornos do espectro autístico.
OBJETIVO: Averiguar a associação entre a suspeita inicial de deficiência auditiva e a ausência de comunicação verbal em crianças com diagnóstico de transtornos do espectro autístico. MÉTODOS: Por meio de estudo retrospectivo, analisamos 54 anamneses de indivíduos com diagnóstico de transtornos do espectro autístico. Inicialmente, obtivemos o registro da suspeita inicial de perda auditiva, mencionada pela família. O grau de associação entre a presença de suspeita inicial de perda auditiva e o tipo de desempenho comunicativo (não verbal e verbal) foi verificado. Posteriormente, as avaliações audiológicas foram rastreadas para confirmarmos a pertinência da queixa auditiva mencionada. Para tratamento estatístico dos resultados utilizamos os Testes Qui-quadrado e Exato de Fisher. Estabeleceu-se nível de significância de 0,05. RESULTADOS: Verificamos que 62,96% dos pais de crianças autistas (verbais ou não) apresentaram a suspeita inicial de perda auditiva como primeira etiologia. A avaliação audiológica mostrou que somente 11,11% dos indivíduos com comunicação não verbal e nenhum com comunicação verbal apresentaram algum tipo de deficiência auditiva. CONCLUSÕES: O número de crianças com suspeita inicial de perda auditiva mostrou-se significativo, independente destas serem verbais ou não. Na análise da associação entre desempenho comunicativo e suspeita de prejuízos na audição, os resultados foram estatisticamente significante maiores em crianças não verbais. Esses dados nos fazem refletir sobre a importância da sensibilização dos profissionais que atuam em clínica infantil quanto à busca pelo diagnóstico diferencial entre a deficiência auditiva e os transtornos do espectro autístico.
Descrição
Citação
Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 14, n. 4, p. 487-490, 2009.