Presença E Governo De Deus No Guia Dos Perplexos De Maimônides
Data
2017-04-25
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
The Jewish God, although being conceived as above all things and even not being able to be called by a name, is also seen as a personal being, which speaks and attend to the clamors of the virtuous and less favored and interferes directly in history. He is understood as a being whose presence (shekinah) manifests within the world, according the said: “Surely his salvation is nigh them that fear him; that glory may dwell in our land” (SI 85:9). Maimonides, in his fundamental philosophic work the Guide for the Perplexed, presents a one God, transcendent and ineffable on which nothing can speak directly and from which nothing can be predicted affirmatively. On the other hand, the thinker presents a universe that comes to be through levels of emanations, which further distances this God from having a direct action or influence on the sensitive and sublunar world. This leads to a quest of how such a distant God can be compatible with the Jewish image of an immanent being, present in history and active in individual destinies. This work aims to study Maimonides' conception of God and of the Universe to understand how this transcendent God can act in the world, maintaining the prerogatives of presence and governance bestowed on Him by Judaism.
O Deus judaico, apesar de ser concebido como acima de tudo e sequer podendo ser chamado por um nome, é tido também como um ser pessoal, que fala e atende aos clamores dos virtuosos e menos favorecidos e interfere diretamente na história. É entendido como um ser cuja presença (shekinah) se manifesta dentro do mundo, conforme dito: “Decerto, iminente está Sua salvação para os que O temem, a glória a ser estabelecida em nossa terra” (Sl 85:09). Maimônides, em sua obra filosófica fundamental o Guia dos Perplexos, apresenta um Deus uno, transcendente e inefável sobre o qual nada podemos falar diretamente e do qual nada pode ser predicado afirmativamente. Por outro lado o pensador apresenta um universo que vem a ser através de níveis de emanações, o que distancia mais ainda este Deus de ter uma ação ou influência direta sobre o mundo sensível e sublunar. Isso conduz à indagação de como um Deus tão distante pode ser compatível com a imagem judaica de um ser imanente, presente na história e atuante nos destinos individuais. Este trabalho visa estudar a concepção maimonideana de Deus e de universo com o fim de compreender como este Deus transcendente pode atuar no mundo, mantendo as prerrogativas de presença e governo conferidas a Ele pelo Judaísmo.
O Deus judaico, apesar de ser concebido como acima de tudo e sequer podendo ser chamado por um nome, é tido também como um ser pessoal, que fala e atende aos clamores dos virtuosos e menos favorecidos e interfere diretamente na história. É entendido como um ser cuja presença (shekinah) se manifesta dentro do mundo, conforme dito: “Decerto, iminente está Sua salvação para os que O temem, a glória a ser estabelecida em nossa terra” (Sl 85:09). Maimônides, em sua obra filosófica fundamental o Guia dos Perplexos, apresenta um Deus uno, transcendente e inefável sobre o qual nada podemos falar diretamente e do qual nada pode ser predicado afirmativamente. Por outro lado o pensador apresenta um universo que vem a ser através de níveis de emanações, o que distancia mais ainda este Deus de ter uma ação ou influência direta sobre o mundo sensível e sublunar. Isso conduz à indagação de como um Deus tão distante pode ser compatível com a imagem judaica de um ser imanente, presente na história e atuante nos destinos individuais. Este trabalho visa estudar a concepção maimonideana de Deus e de universo com o fim de compreender como este Deus transcendente pode atuar no mundo, mantendo as prerrogativas de presença e governo conferidas a Ele pelo Judaísmo.