Avaliação da capacidade de exercício de pacientes com escoliose idiopática do adolescente pelo incremental shuttle walk test

Data
2013-02-27
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introduction: Although the exercise limitation of patients with adolescent idiopathic scoliosis (AIS) has been described in cardiopulmonary exercise testing, there is scarce information about the todal distance traveled and physiological responses related to the incremental shuttle-walk test (ISWT) in these patients. Objective: To evaluate the total distance traveled (ISWD) and physiological responses to the ISWT in patients with AIS and in healthy adolescents. We also evaluated the respiratory muscle strength and pulmonary function of the participants. Methods: Twenty-nine adolescents with EIA (Cobb angle = 40 ± 13o) and 20 healthy adolescents aged between 10 and 18 years performed two ISWT. During the second test, oxygen uptake (VO2), CO2 production (VCO2), ventilation (VE) and heart rate (HR) were monitored using a telemetric gas analyzer. The submaximal relationshps ΔVO2/Δwalking velocity, ΔHR/ΔVO2, ΔVE/ΔVCO2, and linearized Δtidal volume (VT)/ΔVE (ΔVT/ΔlnVE) were evaluated by linear regressions, representing respectively aerobic, cardiovascular and respiratory eficiencies, and breathing pattern. Maximal inspiratory (MIP) and expiratory (MEP) pressures, forced expiratory volume in the first second (FEV1), forced vital capacity (FVC) and FEV1/FVC were also evaluated. Results: Patients with AIS showed ISWD (498 ± 144 m), peak VO2 [median (interquartile range), 25 (21-27) mL/min/kg] and VE (43 ± 16 L / min) significantly reduced at the end of the ISWT compared to control participants [respectively 604 ± 85 m, 28 (24-33) ml/min/kg and 52 ± 14L/min). Patients with AIS showed significantly worse respiratory pattern during ISWT (ΔVT/ΔlnVE: 0.32 ± 12 vs. 0.45 ± 16). In patients, peak VO2 correlated significantly with ISWD (r = 0.80), FVC (r = 0.78), FEV1 (r = 0.73) and ΔVT/ΔlnVE (r = 0.58). The MIP, MEP, FVC and FEV1 were also significantly lower in patients [(respectively, 54 ± 19 vs. 78 ± 25 cmH2O, 50 (37-62) vs. 80 (60-85) cmH2O; 2.77 (2.48 to 3.17) vs. 3.33 (3.16 to 3.81) L and 2.51 ± 0.68 vs. 2.94 ± 0.66 L)]. Conclusion: Patients with AIS showed a significant reduction of functional exercise capacity associated with reduced pulmonary function. The ISWT was able to quantify this impairment. There was no influence of severity of scoliosis on functional exercise limitation. Our results suggest that walking-based aerobic exercises should be encouraged in patients with AIS.
Introdução: Embora a limitação ao exercício de pacientes com escoliose idiopática do adolescente (EIA) tenha sido descrita em testes de exercício cardiopulmonar, há pouca informação sobre a distância percorrida e as respostas fisiológicas relacionadas ao incremental shuttle-walk test (ISWT) nesses pacientes. Objetivo: Avaliar a distância percorrida (ISWD) e as respostas fisiológicas relacionadas ao ISWT em pacientes com EIA e em adolescentes saudáveis. Avaliamos também a força muscular respiratória e a função pulmonar dos participantes. Métodos: Vinte e nove adolescentes com EIA (ângulo de Cobb = 40 ± 13 o) e 20 adolescentes saudáveis com idade entre 10 e 18 anos realizaram dois ISWT. Durante o segundo teste, o consumo de O2 (VO2), a produção de CO2 (VCO2), a ventilação (VE) e a frequência cardíaca (FC) foram monitoradas utilizando-se um analisador de gases telemétrico. As relações submáximas ΔVO2/Δvecolidade da caminhada, ΔFC/ΔVO2, ΔVE/ΔVCO2 e Δvolume corrente (VT)/ΔVE linearizada (ΔVT/ΔlnVE) foram avaliadas por regressões lineares, representativas respectivamente de eficiência aeróbia, cardiovascular, ventilatória e padrão ventilatório. Pressões inspiratória (PImax) e expiratória (PEmax) máximas, volume expiratório forçado no 1 o segundo (VEF1), capacidade vital forçada (CVF) e VEF1/CVF foram também avaliados. Resultados: Os pacientes com EIA apresentaram ISWD (498 ± 144 m), pico de VO2 [mediana (intervalo interquartil), 25 (21-27) mL/min/kg] e VE (43 ± 16 L/min) significativamente reduzidos no ISWT em relação aos controles [respectivamente, 604 ± 85 m, 28 (24-33) mL/min/kg e 52 ± 14 L/min). Os pacientes com EIA apresentaram padrão ventilatório significativamente pior durante o ISWT, com menor inclinação de ΔVT/ΔlnVE (0,32 ± 12 vs. 0,45 ± 16). Nos pacientes, o pico de VO2 correlacionou-se significativamente com a ISWD (r = 0,80), CVF (r = 0,78), VEF1 (r = 0,73) e ΔVT/ΔlnVE (r = 0,58). A PImax, PEmax, CVF e VEF1 foram também significativamente inferiores nos pacientes [(respectivamente, 54 ± 19 vs. 78 ± 25 cmH2O; 50 (37 – 62) vs. 80 (60 – 85) cmH2O; 2,77 (2,48 – 3,17) vs. 3,33 (3,16 – 3,81) L; e 2,51 ± 0,68 vs. 2,94 ± 0,66 L)]. Conclusão: Os pacientes com EIA apresentam redução significativa da capacidade funcional de exercício associada à redução da função pulmonar no repouso e comprometimento do padrão ventilatório durante a caminhada. O ISWT foi capaz de quantificar este prejuízo e as respostas fisiológicas ao teste foram sugestivas de descondicionamento crônico dos pacientes.
Descrição
Citação
SPERANDIO, Evandro Fornias. Avaliação da capacidade de exercício de pacientes com escoliose idiopática do adolescente pelo incremental shuttle walk test. 2013. 50 f. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Saúde e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Santos, 2013.