Estudo do processo de adaptação de lentes de contato esclerais em pacientes com córneas irregulares e análise clínica e bioquímica da superfície ocular antes e após seu uso para o tratamento do olho seco moderado e grave
Data
2017-10-26
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Purpose: Paper 1: To study the scleral contact lens (SCL) fitting process and to verify the possibility of tomographic variables derived from the Scheimpflug system to assist in this process. Paper 2: To evaluate the efficacy of the Esclera SCL treatment and its impact on clinical testing for moderate to severe dry eye disease (DED). Paper 3: To evaluate conjunctival impression cytology and HLA-DR expression changes after wearing SCL for moderate to severe DED. Methods: Paper 1: Forty-seven patients (63 eyes) were indicated for the use of Esclera SCL. All patients underwent Scheimpflug imaging before the initial SCL evaluation. The following parameters were measured by Pentacam: corneal elevations, thickness, density, and anterior chamber depth (ACD). Correlations between the SCL parameters and the Pentacam measurements were analysed with Pearson's correlation coefficients. A simple linear regression model was created for each lens parameter using the most-correlated Pentacam variable. Paper 2: A total of 41 eyes from 25 patients with moderate to severe DED were evaluated for the SCL treatment. Best-corrected visual acuity (BCVA), tear osmolarity, the Schirmer I test, tear film breakup time (TBUT), corneal and conjunctival staining, meibomian grading and Ocular Surface Disease Index and SF-36v2 questionnaires were assessed before and after the SCL treatment. These values were compared to assess the real benefit of using SCL as a treatment for DED. Paper 3: Forty-one eyes of 25 patients with moderate to severe DED were treated with SCL. Conjunctival impression cytology were collected before and after 12 months of SCL use. Samples were analyzed using the morphological score and HLA-DR antigen expression. The values obtained were compared to evaluate the changes in the impression cytology after the SCL wear. Results: Paper 1: Regarding the tomographic variables derived from the Scheimpflug camera and the SCL variables, the results show correlations between the SCL parameters and the corneal astigmatism, ACD and pentacam-measured corneal height (Hm) in the total group with (p<.001). In addition, an inverse correlation between the lens sagittal depth (LSD) and the anterior radii minimum was shown (p<.001). In the keratoconus group, the results show correlations between the SCL parameters and ACD and Hm (p<.001, each). An inverse correlation between the LSD and the total thickness corneal density average was also observed (p=.003). Paper 2: Regarding the analysis of the treatment with SCL in patients with moderate to severe DED, the underlying diseases were: Stevens-Johnson syndrome (22 eyes), Sjogren syndrome (11 eyes), graft-vs-host disease (2 eyes), dry eye after keratomileusis in situ (2 eyes) and undifferentiated ocular surface disease (4 eyes). BCVA improved from 0.703 ± 0.55 logMAR with habitual correction to 0.406 ± 0.43 logMAR with SCL (p < .001). There was a significant decrease in tear osmolarity values (338.1 ± 27.1 to 314.25 ± 38.8 mOsm/L, p < .001) and van Bijsterveld scores (3.63 ± 2.33 to 2.63 ± 2.46 grade, p= .015) between the baseline and 12 months after SCL wear. There were also significant improvements in dry eye symptoms and quality of life as assessed by the OSDI and SF-36v2 questionnaires (both with p<.001). Paper 3: The HE-PAS impression cytology score did not differ significantly before and after wearing SCL for 12 months in DED patients (p>.05). The percentage of eyes expressing the HLA-DR antigen in the temporal conjunctiva after wearing SCL for 12 months significantly increased in patients with Sjogren syndrome (11.11% to 66.66%; p=.498). In groups with Stevens Johnson syndrome and other ocular surface disorders, we did not observe statistically significant differences (p>.05). Conclusions: Paper 1: There was a positive correlation between SCL and Pentacam variables, such as LSD and ACD, as well as LD and ACD in the keratoconus group. Thus, these results suggest that certain measurements of Pentacam may be good predictors for the most appropriate SCL to be fitted in patients with keratoconus. Paper 2: In addition, we concluded that the adjuvant treatment for DED with SCL had a positive impact, with improvement of the BCVA, tear osmolarity, van Bijsterveld score, dry eye symptoms and quality of life. Paper 3: The SCL did not change the parameters used to evaluate inflammatory processes, which were measured using conjunctival impression cytology and HLA-DR expression, except in Sjogren syndrome, in which there was an unexpected increase in HLA expression.
Objetivo: Artigo 1: Estudar o processo de adaptação das lentes de contato esclerais (LCEs) e verificar a possibilidade de variáveis tomográficas derivadas do sistema de Scheimpflug auxiliarem neste processo. Artigo 2: Estudar os benefícios do uso da LCE no tratamento da doença do olho seco moderado e grave. Artigo 3: Analisar a citologia de impressão conjuntival e as alterações de expressão de HLA-DR após o uso de LCE para o tratamento do olho seco moderado e grave. Métodos: Artigo 1: Os 63 olhos de 47 pacientes que tiveram indicado o uso da LCE foram submetidos a um exame de imagem com câmera de Scheimpflug antes do teste de adaptação de LCE. Os pacientes foram agrupados de acordo com o diagnóstico. Correlações entre os parâmetros da LCE adaptada e as medidas anatômicas do olho obtidas através do Pentacam foram analisadas usando o coeficiente de correlação de Pearson. Fórmulas de regressão linear simples foram criadas para cada parâmetro da lente usando a variável anatômica de maior correlação. Artigo 2: Um total de 41 olhos de 25 pacientes com olho seco moderado e grave foram tratados com LCE e avaliados antes e após 12 meses de uso da lente. Melhor acuidade visual corrigida, osmolaridade da lágrima, teste de Schirmer-I, tempo de ruptura do filme lacrimal, coloração da córnea e conjuntiva, graduação das glândulas de Meibomius e os questionários OSDI e SF- 36v2 foram avaliados antes e após o tratamento com a LCE. Estes valores foram comparados para acessar o real benefício do uso das LCE no tratamento do olho seco. Artigo 3: Quarenta e um olhos de 25 pacientes com olho seco moderado e grave foram tratados com LCE. Citologias de impressão conjuntival foram coletadas antes e após 12 meses de uso da LCE. As amostras foram analisadas utilizando o escore de resultados morfológicos (HE-PAS) e as células positivas para o antígeno HLA-DR foram detectadas e quantificadas. Os valores obtidos foram comparados para avaliar as alterações das citologias de impressão após o uso das LCEs. Resultados: Artigo 1: Com relação à analise das variáveis tomográficas do sistema de Scheimpflug e as características da LCE, os resultados mostraram correlações moderadas entre o diâmetro da lente (LD) e a profundidade sagital da lente (LSD) e o astigmatismo corneano, profundidade da câmara anterior (ACD) e altura corneana (Hm) medidas pelo Pentacam no grupo total (p<.001). Além disso, foi demonstrada uma correlação inversa moderada entre a LSD e o raio mínimo anterior (p<.001). No grupo com ceratocone, os resultados mostraram boa correlação entre LSD e LD e a ACD (p<.001). Observou-se também uma correlação inversa moderada entre a LSD e a média da densidade corneana de espessura total (p =.003). Artigo 2: Com relação ao tratamento com LCE nos pacientes com olho seco moderado e grave, as principais doenças associadas foram: síndrome de Stevens Johnson (22 olhos), síndrome de Sjogren (11 olhos), doença do enxerto versus hospedeiro (2 olhos), olho seco após LASIK (2 olhos) e doença da superfície ocular indiferenciada (4 olhos). A melhor acuidade visual corrigida melhorou de 0.703±0.55 logMAR com correção habitual para 0.406±0.43 logMAR com LCE (p<.001). Observou-se uma redução estatisticamente significante da osmolaridade da lágrima (338.1±27.1 para 314.25±38.8 mOsm/L, p<.001) e coloração da superfície ocular pelo escore de van Bijsterveld (grau 3.63±2.33 para 2.63±2.46, p=.015) após 12 meses de uso da LCE. Houve também melhora significativa nos sintomas de olho seco e na qualidade de vida avaliados pelos questionários OSDI e SF-36v2 (p<.001). Artigo 3: Com relação às citologias de impressão conjuntival, notamos que o escore de resultados morfológicos corados com HE-PAS não mudou após o uso da LCE nos pacientes avaliados. A expressão do antígeno HLA-DR manteve-se inalterada após o uso da LCE, exceto nas amostras conjuntivais temporais dos pacientes com síndrome de Sjögren, em que houve um aumento da sua expressão após o uso da LCE (p=.0498). Conclusões: Artigo 1: Houve boa correlação entre as variáveis da LCE e do Pentacam, como LSD e ACD, assim como LD e ACD no grupo de ceratocone. Desse modo, estes resultados sugerem que certas medidas provenientes da câmara de Scheimpflug podem ser boas indicadoras da LCE mais apropriada a ser adaptada em pacientes com ceratocone. Artigo 2: Concluímos também que o tratamento adjuvante para olho seco com LCE teve um impacto positivo, com melhora da melhor acuidade visual corrigida, melhora na osmolaridade da lágrima e melhora na coloração corneana e conjuntival pelo escore de van Bijsterveld, além de redução dos sintomas de olho seco e aumento da qualidade de vida desses pacientes. Artigo 3: As LCE não alteraram os parâmetros utilizados para avaliar os processos inflamatórios na citologia de impressão conjuntival, como o escore de resultados morfológicos (HE-PAS) e a expressão de HLA-DR, exceto na síndrome de Sjogren, na qual houve um aumento inesperado na expressão do antígeno HLA-DR.
Objetivo: Artigo 1: Estudar o processo de adaptação das lentes de contato esclerais (LCEs) e verificar a possibilidade de variáveis tomográficas derivadas do sistema de Scheimpflug auxiliarem neste processo. Artigo 2: Estudar os benefícios do uso da LCE no tratamento da doença do olho seco moderado e grave. Artigo 3: Analisar a citologia de impressão conjuntival e as alterações de expressão de HLA-DR após o uso de LCE para o tratamento do olho seco moderado e grave. Métodos: Artigo 1: Os 63 olhos de 47 pacientes que tiveram indicado o uso da LCE foram submetidos a um exame de imagem com câmera de Scheimpflug antes do teste de adaptação de LCE. Os pacientes foram agrupados de acordo com o diagnóstico. Correlações entre os parâmetros da LCE adaptada e as medidas anatômicas do olho obtidas através do Pentacam foram analisadas usando o coeficiente de correlação de Pearson. Fórmulas de regressão linear simples foram criadas para cada parâmetro da lente usando a variável anatômica de maior correlação. Artigo 2: Um total de 41 olhos de 25 pacientes com olho seco moderado e grave foram tratados com LCE e avaliados antes e após 12 meses de uso da lente. Melhor acuidade visual corrigida, osmolaridade da lágrima, teste de Schirmer-I, tempo de ruptura do filme lacrimal, coloração da córnea e conjuntiva, graduação das glândulas de Meibomius e os questionários OSDI e SF- 36v2 foram avaliados antes e após o tratamento com a LCE. Estes valores foram comparados para acessar o real benefício do uso das LCE no tratamento do olho seco. Artigo 3: Quarenta e um olhos de 25 pacientes com olho seco moderado e grave foram tratados com LCE. Citologias de impressão conjuntival foram coletadas antes e após 12 meses de uso da LCE. As amostras foram analisadas utilizando o escore de resultados morfológicos (HE-PAS) e as células positivas para o antígeno HLA-DR foram detectadas e quantificadas. Os valores obtidos foram comparados para avaliar as alterações das citologias de impressão após o uso das LCEs. Resultados: Artigo 1: Com relação à analise das variáveis tomográficas do sistema de Scheimpflug e as características da LCE, os resultados mostraram correlações moderadas entre o diâmetro da lente (LD) e a profundidade sagital da lente (LSD) e o astigmatismo corneano, profundidade da câmara anterior (ACD) e altura corneana (Hm) medidas pelo Pentacam no grupo total (p<.001). Além disso, foi demonstrada uma correlação inversa moderada entre a LSD e o raio mínimo anterior (p<.001). No grupo com ceratocone, os resultados mostraram boa correlação entre LSD e LD e a ACD (p<.001). Observou-se também uma correlação inversa moderada entre a LSD e a média da densidade corneana de espessura total (p =.003). Artigo 2: Com relação ao tratamento com LCE nos pacientes com olho seco moderado e grave, as principais doenças associadas foram: síndrome de Stevens Johnson (22 olhos), síndrome de Sjogren (11 olhos), doença do enxerto versus hospedeiro (2 olhos), olho seco após LASIK (2 olhos) e doença da superfície ocular indiferenciada (4 olhos). A melhor acuidade visual corrigida melhorou de 0.703±0.55 logMAR com correção habitual para 0.406±0.43 logMAR com LCE (p<.001). Observou-se uma redução estatisticamente significante da osmolaridade da lágrima (338.1±27.1 para 314.25±38.8 mOsm/L, p<.001) e coloração da superfície ocular pelo escore de van Bijsterveld (grau 3.63±2.33 para 2.63±2.46, p=.015) após 12 meses de uso da LCE. Houve também melhora significativa nos sintomas de olho seco e na qualidade de vida avaliados pelos questionários OSDI e SF-36v2 (p<.001). Artigo 3: Com relação às citologias de impressão conjuntival, notamos que o escore de resultados morfológicos corados com HE-PAS não mudou após o uso da LCE nos pacientes avaliados. A expressão do antígeno HLA-DR manteve-se inalterada após o uso da LCE, exceto nas amostras conjuntivais temporais dos pacientes com síndrome de Sjögren, em que houve um aumento da sua expressão após o uso da LCE (p=.0498). Conclusões: Artigo 1: Houve boa correlação entre as variáveis da LCE e do Pentacam, como LSD e ACD, assim como LD e ACD no grupo de ceratocone. Desse modo, estes resultados sugerem que certas medidas provenientes da câmara de Scheimpflug podem ser boas indicadoras da LCE mais apropriada a ser adaptada em pacientes com ceratocone. Artigo 2: Concluímos também que o tratamento adjuvante para olho seco com LCE teve um impacto positivo, com melhora da melhor acuidade visual corrigida, melhora na osmolaridade da lágrima e melhora na coloração corneana e conjuntival pelo escore de van Bijsterveld, além de redução dos sintomas de olho seco e aumento da qualidade de vida desses pacientes. Artigo 3: As LCE não alteraram os parâmetros utilizados para avaliar os processos inflamatórios na citologia de impressão conjuntival, como o escore de resultados morfológicos (HE-PAS) e a expressão de HLA-DR, exceto na síndrome de Sjogren, na qual houve um aumento inesperado na expressão do antígeno HLA-DR.