Momento da extubação e evolução pós-operatória de toracotomia
Data
2007-06-01
Tipo
Artigo
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Resumo
OBJECTIVE: Early tracheal extubation following surgical procedures favors clinical evolution of patients and reduces incidence and time of stay in the Intensive Care Unit (ICU), minimizing hospital costs. Immediate postoperative period of pulmonary resections often takes place in the ICU and patients are kept intubated. This study evaluated hospital records of patients submitted to thoracotomy and a correlation between extubation time, postoperative evolution and ICU stay was established. METHODS: Retrospective cohort study of records of 121 patients submitted to pulmonary parenchyma resection (not biopsies) was carried out. Stay in the ICU and time of tracheal extubation were related. Postoperative evolution was classified as good or bad according to occurrence of some of the following conditions: infections, respiratory disorders (reintubation, bronchospasm, acute pulmonary edema, need of tracheotomy, atelectasis, fistulae), re-operation due to bleeding and death. Among the two groups preoperative conditions, anesthetic physical status (American Society of Anesthesyologists - ASA criteria), presence of associated diseases, respiratory functional evaluation and duration of surgery were analyzed. Relative risk was used to evaluate effect of time of extubation (immediate or non-immediate) on the postoperative evolution of patients. RESULTS: Patient distribution related to extubation time was: 81% immediate extubation, 15% non-immediate extubation and 4% not extubated. Destination after surgery was: 73% ICU and 27% post-anesthetic recovery room. Incidence of associated diseases (arterial hypertension, diabetes, obstructive or restrictive pulmonary disease and cardiopaty) among the immediately extubated group and non-immediately extubated group was 37% and 41.6%, respectively. Related to ASA physical status: 62% ASA 1 or 2 in the immediately extubated group and 58.3% ASA 1 or 2 in the non- immediately extubated group. Surgical time was (mean ± standard deviation) 372.34 ± 107.84 minutes and 432.61 ± 117.30 minutes in immediately extubated and non- immediately extubated group, respectively. Relative risk of immediate extubation leading to a poor evolution was of 0.81, while non- immediate extubation leading to a poor evolution was of 1.5. CONCLUSIONS: It's possible safe immediate tracheal extubation of patients submitted to pulmonary resection surgery. This kind of management favors postoperative recuperation out of ICU, which results in patients and hospital benefits, mainly referred to costs.
OBJETIVO: A extubação traqueal precoce após cirurgias favorece a evolução dos pacientes e reduz o tempo de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), reduzindo custos hospitalares. Em cirurgias de ressecção pulmonar, tradicionalmente o pós-operatório imediato é realizado em UTI com pacientes entubados. Nesse estudo avaliou-se prontuários de pacientes submetidos a toracotomia e estabeleceu-se correlação entre o momento da extubação, a evolução pós-operatória e a internação em UTI. MÉTODOS: Estudo tipo coorte retrospectivo de prontuários de 121 pacientes submetidos a cirurgias de ressecção pulmonar. Foram relacionados o tempo de internação em UTI e o momento da extubação traqueal. A evolução pós-operatória foi classificada em boa ou ruim de acordo com a ausência ou a presença de: infecções, problemas respiratórios (reintubação, broncospasmo, edema agudo de pulmão, necessidade de traqueostomia, atelectasias, fístulas), reabordagem por sangramento, óbito. Entre os grupos foram analisadas as condições pré-operatórias, classificação de estado físico anestésico (critério da American Society of Anesthesyologists - ASA), presença de comorbidades, avaliação funcional respiratória e duração do procedimento cirúrgico. Utilizou-se o risco relativo para avaliar o efeito do tempo de extubação na evolução pós-operatória dos pacientes. RESULTADOS: A distribuição dos pacientes quanto ao tempo de extubação foi: 81% extubações imediatas, 15% não imediatas e 4% não-extubados. Em relação ao destino, 73% foram encaminhados à UTI e 27% à sala de recuperação anestésica. A incidência de comorbidades (hipertensão arterial, diabetes melito, distúrbio ventilatório restritivo ou obstrutivo e cardiopatias) entre o grupo extubado imediatamente e aquele com extubação não imediata foi de 37% e 41,6%, respectivamente. Quanto ao estado físico (ASA), observou-se: pacientes ASA 1 ou 2 - 62% no grupo de extubação imediata e 58,3% no grupo de extubação não imediata; pacientes ASA 3 a 5 8% no grupo de extubação imediata e 8,3% no grupo de extubação não imediata. O tempo cirúrgico (média ± desvio-padrão) foi de 372,34 ± 107,84 minutos no grupo extubado imediatamente e 432,61 ± 117,30 minutos no grupo não-extubado. O risco relativo para a extubação imediata favorecer má evolução foi 0,81; enquanto para a extubação não imediata favorecer má evolução foi 1,5. CONCLUSÃO: É possível a extubação traqueal imediata com segurança de pacientes submetidos a cirurgias de ressecção pulmonar. Tal conduta facilita a recuperação pós-operatória fora da Unidade de Terapia Intensiva, resultando em benefícios aos pacientes e aos hospitais.
OBJETIVO: A extubação traqueal precoce após cirurgias favorece a evolução dos pacientes e reduz o tempo de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), reduzindo custos hospitalares. Em cirurgias de ressecção pulmonar, tradicionalmente o pós-operatório imediato é realizado em UTI com pacientes entubados. Nesse estudo avaliou-se prontuários de pacientes submetidos a toracotomia e estabeleceu-se correlação entre o momento da extubação, a evolução pós-operatória e a internação em UTI. MÉTODOS: Estudo tipo coorte retrospectivo de prontuários de 121 pacientes submetidos a cirurgias de ressecção pulmonar. Foram relacionados o tempo de internação em UTI e o momento da extubação traqueal. A evolução pós-operatória foi classificada em boa ou ruim de acordo com a ausência ou a presença de: infecções, problemas respiratórios (reintubação, broncospasmo, edema agudo de pulmão, necessidade de traqueostomia, atelectasias, fístulas), reabordagem por sangramento, óbito. Entre os grupos foram analisadas as condições pré-operatórias, classificação de estado físico anestésico (critério da American Society of Anesthesyologists - ASA), presença de comorbidades, avaliação funcional respiratória e duração do procedimento cirúrgico. Utilizou-se o risco relativo para avaliar o efeito do tempo de extubação na evolução pós-operatória dos pacientes. RESULTADOS: A distribuição dos pacientes quanto ao tempo de extubação foi: 81% extubações imediatas, 15% não imediatas e 4% não-extubados. Em relação ao destino, 73% foram encaminhados à UTI e 27% à sala de recuperação anestésica. A incidência de comorbidades (hipertensão arterial, diabetes melito, distúrbio ventilatório restritivo ou obstrutivo e cardiopatias) entre o grupo extubado imediatamente e aquele com extubação não imediata foi de 37% e 41,6%, respectivamente. Quanto ao estado físico (ASA), observou-se: pacientes ASA 1 ou 2 - 62% no grupo de extubação imediata e 58,3% no grupo de extubação não imediata; pacientes ASA 3 a 5 8% no grupo de extubação imediata e 8,3% no grupo de extubação não imediata. O tempo cirúrgico (média ± desvio-padrão) foi de 372,34 ± 107,84 minutos no grupo extubado imediatamente e 432,61 ± 117,30 minutos no grupo não-extubado. O risco relativo para a extubação imediata favorecer má evolução foi 0,81; enquanto para a extubação não imediata favorecer má evolução foi 1,5. CONCLUSÃO: É possível a extubação traqueal imediata com segurança de pacientes submetidos a cirurgias de ressecção pulmonar. Tal conduta facilita a recuperação pós-operatória fora da Unidade de Terapia Intensiva, resultando em benefícios aos pacientes e aos hospitais.
Descrição
Citação
ALMADA, Carolina Pereira da Silva et al . Momento da extubação e evolução pós-operatória de toracotomia. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo , v. 53, n. 3, p. 209-212, jun. 2007