Explorações Em Onomatopeias E Quadrinhos
Data
2017-03-21
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Being one of the most recognizable and common elements of comics, onomatopoeia have usages and roles much more diverse and rich than what is generally considered. This paper intends to demonstrate the plurality of these resources, still so little identified in studies about the theme. We start out from the hypothesis that there is a discrepancy between what is discussed about the subject and what one can find in the practice. In an attempt to better understand the onomatopoeic phenomenon, we have conducted research in more traditional Linguistics theories, such as Nyrop (1908) and Nogueira (1950), as well as work more closely related to Semantics and Stylistics, cases of Câmara Jr. (1977) and Ullmann (1977), and discussions on the language of comics, such as the ones realized by Cagnin (1975), Cirne (1970) and Ramos (2010), looking for an approximation between them and also for a broader concept of what an onomatopoeia is. We have then contrasted the proposed theories and the practices of usage of onomatopeia in comics, in order to verify up to which point the discussions covered them, by using several examples taken from comics published in the western world, in western languages. These examples were analyzed according to the related theories, especially considering the multimodal nature of comics and the visual-informative characteristics of onomatopoeia in this media. We have verified, then, as initially supposed, that there was a discrepancy between the reach of the theory and the roles given to onomatopoeia in comics. In order to support the discussion of these roles of onomatopeias not yet sufficiently analyzed, we have resorted to works by Marcuschi (2008), Koch (2004), Custódio Filho (2012) and Cavalcante (2011), related to Text Linguistics, especially in relation to the construction of the referential chain and to context and cotext in texts. We have verified that several possibilities of onomatopoeias in comics, little or not discussed, need a closer look. We have identified, then, several constructions of meaning more elaborate than what is generally attributed to onomatopoeias in comics, such as their inferential role, taking an effective part in the narrative chain, definer and defined by elements in the frame, identifier of characters and as a “recognizable staple” of comics, when one considers their aesthetic characteristics.
Sendo um dos elementos mais reconhecíveis e comuns das histórias em quadrinhos, as onomatopeias têm usos e papéis muito mais diversos e ricos do que geralmente se considera que tenham. Este mestrado tem como objetivo demonstrar esses recursos plurais, ainda tão pouco identificados em estudos sobre o tema. Parte-se da hipótese de que haja uma discrepância entre o que se discute a respeito do assunto e o que se encontra na prática. Na tentativa de compreender melhor o fenômeno onomatopeico, realizou-se uma pesquisa em fontes teóricas linguísticas mais tradicionais, como Nyrop (1908) e Nogueira (1950), passando por trabalhos mais próximos da Semântica e da Estilística, casos de Câmara Jr. (1977) e de Ullmann (1977), e discussões sobre a linguagem dos quadrinhos, como as proporcionadas por Cagnin (1975), Cirne (1970) e Ramos (2010), buscando uma aproximação entre eles e também um conceito mais abrangente do que seria uma onomatopeia. Procedeu-se, então, a um contraste entre as teorias propostas e as práticas de uso das onomatopeias nos quadrinhos, de forma a verificar até que ponto as discussões as abarcavam, por meio de diversos exemplos retirados de quadrinhos publicados no mundo ocidental, em línguas ocidentais. Esses exemplos foram analisados de acordo com as teorias relacionadas, especialmente considerando-se o caráter multimodal dos quadrinhos e plástico-informativo das onomatopeias nesse meio. Verificou-se, então, conforme inicialmente suposto, que havia uma discrepância entre o alcance da teoria e os papéis dados às onomatopeias nos quadrinhos. Procurando embasar a discussão desses papéis das onomatopeias ainda não suficientemente analisados, lançou-se mão de trabalhos de Marcuschi (2008), Koch (2004), Custódio Filho (2012) e Cavalcante (2011), pertinentes à Linguística Textual, em especial em relação à construção da cadeia referencial e ao contexto e cotexto dos textos. Verificou-se que diversas possibilidades das onomatopeias nos quadrinhos, ainda pouco ou não discutidas, precisam, efetivamente, de um olhar mais atento. Identificaram-se, assim, diversas construções de sentido mais elaboradas do que geralmente se atribui às onomatopeias nas histórias em quadrinhos, como seu papel inferencial, participativo da cadeia narrativa, definidor e definido por elementos do quadro, identificador de personagens e como “marca registrada" dos quadrinhos, quando se consideram suas características plásticas.
Sendo um dos elementos mais reconhecíveis e comuns das histórias em quadrinhos, as onomatopeias têm usos e papéis muito mais diversos e ricos do que geralmente se considera que tenham. Este mestrado tem como objetivo demonstrar esses recursos plurais, ainda tão pouco identificados em estudos sobre o tema. Parte-se da hipótese de que haja uma discrepância entre o que se discute a respeito do assunto e o que se encontra na prática. Na tentativa de compreender melhor o fenômeno onomatopeico, realizou-se uma pesquisa em fontes teóricas linguísticas mais tradicionais, como Nyrop (1908) e Nogueira (1950), passando por trabalhos mais próximos da Semântica e da Estilística, casos de Câmara Jr. (1977) e de Ullmann (1977), e discussões sobre a linguagem dos quadrinhos, como as proporcionadas por Cagnin (1975), Cirne (1970) e Ramos (2010), buscando uma aproximação entre eles e também um conceito mais abrangente do que seria uma onomatopeia. Procedeu-se, então, a um contraste entre as teorias propostas e as práticas de uso das onomatopeias nos quadrinhos, de forma a verificar até que ponto as discussões as abarcavam, por meio de diversos exemplos retirados de quadrinhos publicados no mundo ocidental, em línguas ocidentais. Esses exemplos foram analisados de acordo com as teorias relacionadas, especialmente considerando-se o caráter multimodal dos quadrinhos e plástico-informativo das onomatopeias nesse meio. Verificou-se, então, conforme inicialmente suposto, que havia uma discrepância entre o alcance da teoria e os papéis dados às onomatopeias nos quadrinhos. Procurando embasar a discussão desses papéis das onomatopeias ainda não suficientemente analisados, lançou-se mão de trabalhos de Marcuschi (2008), Koch (2004), Custódio Filho (2012) e Cavalcante (2011), pertinentes à Linguística Textual, em especial em relação à construção da cadeia referencial e ao contexto e cotexto dos textos. Verificou-se que diversas possibilidades das onomatopeias nos quadrinhos, ainda pouco ou não discutidas, precisam, efetivamente, de um olhar mais atento. Identificaram-se, assim, diversas construções de sentido mais elaboradas do que geralmente se atribui às onomatopeias nas histórias em quadrinhos, como seu papel inferencial, participativo da cadeia narrativa, definidor e definido por elementos do quadro, identificador de personagens e como “marca registrada" dos quadrinhos, quando se consideram suas características plásticas.