Acurácia diagnóstica da histerossalpingografia e da ultra-sonografia para avaliação de doenças da cavidade uterina em pacientes com abortamento recorrente

Data
2004-01-01
Tipo
Artigo
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
PURPOSE: to evaluate the diagnostic accuracy of hysterosalpingography (HSG) and transvaginal sonography (TVS) in terms of detecting uterovaginal anomalies in women with a history of recurrent miscarriage. METHODS: eighty patients who presented two or more consecutive miscarriages were submitted to HSG, TVS and hysteroscopy (HSC). The following diagnoses were considered separately: uterine malformations, intrauterine adhesions and polypoid lesions. Hysteroscopy was the gold standard. The matching among the different methods was evaluated by the kappa coefficient and its significance was tested. The significance level was 0.05 (alpha=5%). Sensitivity, specificity, positive and negative predictive values, with 95% of statistical confidence interval, were calculated. RESULTS: uterovaginal anomalies were detected in 29 (36.3%) patients: 11 (13.7%) were uterine malformations, 17 (21.3%) intrauterine adhesions and one (1.3%) a polypoid lesion. The global matching between HSG and HSC was 85.5%, while between TVS and HSC it was only 78.7%. The best accuracy of HSG appeared to be for the diagnosis of uterine malformations and intrauterine adhesions (diagnostic accuracy of 97.5 and 95%, respectively). For the diagnosis of polypoid lesions, HSG had a diagnostic accuracy of only 92.5%, due to the low rate of positive predictive value (14.3%). TVS had a worse accuracy for all diagnoses, 93.7% for the diagnosis of uterine malformations and 85% for intrauterine adhesions, due to low sensitivity. CONCLUSIONS: histerosalpingography showed a good diagnostic accuracy for the diagnosis of uterine cavity diseases. TVS had good specificity, but with low sensitivity.
OBJETIVO: avaliar a acurácia da histerossalpingografia e da ultra-sonografia transvaginal bidimensional para o diagnóstico de defeitos uterinos em pacientes com aborto recorrente. MÉTODOS: oitenta pacientes com história de dois ou mais abortos espontâneos consecutivos foram submetidas a histerossalpingografia, ultra-sonografia bidimensional pélvica e transvaginal e histeroscopia ambulatorial. Os achados foram divididos em três grupos: alterações da forma, sinéquias e lesões polipóides. A histeroscopia foi considerada padrão-ouro. A concordância entre os diferentes métodos foi avaliada pelo coeficiente kappa e sua significância foi testada. O nível de significância adotado foi de 0,05 (alfa=5%). Sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivo e negativo, com intervalos de confiança de 95%, foram calculados. RESULTADOS: defeitos cavitários foram diagnosticados em 29 (36,3%) pacientes, sendo 11 (13,7%) alterações da forma, 17 (21,3%) sinéquias e uma (1,3%) lesão polipóide. A concordância global da histerossalpingografia com a histeroscopia foi de 85,0%, ao passo que da ultra-sonografia foi de apenas 78,7%. Os melhores resultados da histerossalpingografia foram obtidos para os diagnósticos de alterações da forma e sinéquias (acurácia de, respectivamente, 97,5 e 95%). Para lesões polipóides, a histerossalpingografia teve acurácia de apenas 92,5%, devido ao baixo valor preditivo positivo (14,3%). A ultra-sonografia teve acurácia inferior para todos os diagnósticos, 93,7% para alterações da forma e 85% para detecção de sinéquias, às custas principalmente de baixa sensibilidade. CONCLUSÕES: a histerossalpingografia revelou boa acurácia diagnóstica para a pesquisa da cavidade uterina em pacientes com aborto recorrente. A ultra-sonografia mostrou especificidade alta, porém com baixa sensibilidade.
Descrição
Citação
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, v. 26, n. 7, p. 527-533, 2004.
Coleções
Pré-visualização PDF(s)