Efeito da suplementação de oligofrutose no estado pró-inflamatório da prole com 21 dias de vida, de mães tratadas com ácidos graxos trans, durante a gestação e lactação
Data
2014-03-26
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Background Previously, we showed that the intake of trans fatty acids during pregnancy and lactation triggers a pro-inflammatory status in the offspring. On the other hand, prebiotics can alter the intestinal environment, reducing serum lipopolysaccharides (LPS) concentrations. This study evaluated the effect of the oligofructose 10% diet supplementation in the presence or absence of hydrogenated vegetable fat during pregnancy and lactation on the development, endotoxemia and bacterial composition of 21-d-old offspring. Methods On the first day of pregnancy rats were divided into four groups: control diet (C), control diet supplemented with 10% oligofructose (CF), diet enriched with hydrogenated vegetable fat, rich in TFA (T) or diet enriched with hydrogenated vegetable fat supplemented with 10% oligofructose (TF). Diets were maintained during pregnancy and lactation. At birth, 7th, 14th and 21th, pups were weighed and length was measured. Serum concentrations of LPS and free fatty acids (FFA) were performed by specific kits. Bacterial DNA present in faeces was determined by real-time PCR. Data were expressed as mean ± standard error of the mean and the statistical analysis was realized by ANOVA two-way and ANOVA for repeated measures. p<0.05 was considered significant. Results We observed that the oligofructose (10%) supplementation during pregnancy and lactation reduced body weight, body weight gain, length and serum FFA in the CF and TF group compared to C and T group respectively, of the 21-day-old offspring, accompanied by an increase in serum LPS and genomic DNA levels of lactobacillus spp. on faeces of the CF group in relation to C group. Conclusion In conclusion, dam’s diet supplementation with 10% of oligofructose during pregnancy and lactation, independent of addition with hydrogenated vegetable fat, harms the offspring development, alters the bacterial composition and increases the serum concentrations of lipopolysaccharides in 21d-old pups.
Introdução. Em estudos anteriores, nosso grupo mostrou que a ingestão de ácidos graxos trans (AGT) durante a gestação e lactação desencadeia um estado pró-inflamatório na prole. Em contraste, os prebióticos podem alterar o ambiente intestinal e apresentar propriedades anti-inflamatórias. Objetivo. Avaliar o efeito da suplementação com oligofrutose sobre o desenvolvimento, endotoxemia, população bacteriana e estado próinflamatório da prole com 21 dias de vida de ratas tratadas com ácidos graxos trans, durante a gestação e lactação. Métodos. No primeiro dia de gestação, as ratas foram divididas em quatro grupos: dieta controle (C), dieta controle suplementada com 10% de oligofrutose (CF), dieta enriquecida com gordura vegetal hidrogenada, rica em AGT (T) ou dieta enriquecida com gordura vegetal hidrogenada suplementada com 10% de oligofrutose (TF). As dietas foram mantidas durante a gestação e lactação. No dia do nascimento, 7º, 14º e 21º dias foram obtidos o peso e comprimento dos filhotes. Os filhotes com 21 dias de vida foram submetidos à eutanásia e o sangue, tecido adiposo retroperitoneal (RET), fígado e intestino foram coletados. O soro foi utilizado para a dosagem de lipopolissacarídeos (LPS), ácidos graxos livres (AGL) e citocinas por meio de kits específicos. O fígado e RET foram utilizados para determinação dos níveis de RNAm por PCR em tempo real, ou colocados em tampão específico para realização de Western Blotting. O DNA genômico das bactérias presentes nas fezes do cólon foi determinado por PCR em tempo real. Resultados. A suplementação com 10% de oligofrutose durante a gestação e lactação: reduziu o peso corporal, ganho de peso, comprimento e a concentração sérica de AGL dos filhotes com 21 dias de vida nos grupos CF e TF; aumentou a concentração sérica de TNF-α e a expressão proteica da forma fosforilada do NFκB p65 no fígado dos animais do grupo TF; aumentou a concentração sérica de LPS e os níveis de DNA genômico de Lactobacillus spp. no cólon do grupo CF. No fígado observamos um aumento nos níveis de RNAm de IL-6R no grupo CF e uma redução nos níveis de RNAm de ADIPOR2 nos grupos CF e T. No RET houve aumento na expressão gênica de IL-6R nos grupos CF, T e TF. Conclusão. Em conclusão, a suplementação com 10% de oligofrutose durante a gestação e lactação, na presença ou ausência de gordura vegetal hidrogenada, prejudica o desenvolvimento da prole, altera a composição bacteriana no cólon e aumenta a endotoxemia, contribuindo desta forma, com o aumento das respostas inflamatórias desencadeadas pelos LPS por meio da ativação dos TLR4 nos filhotes com 21 dias de vida.
Introdução. Em estudos anteriores, nosso grupo mostrou que a ingestão de ácidos graxos trans (AGT) durante a gestação e lactação desencadeia um estado pró-inflamatório na prole. Em contraste, os prebióticos podem alterar o ambiente intestinal e apresentar propriedades anti-inflamatórias. Objetivo. Avaliar o efeito da suplementação com oligofrutose sobre o desenvolvimento, endotoxemia, população bacteriana e estado próinflamatório da prole com 21 dias de vida de ratas tratadas com ácidos graxos trans, durante a gestação e lactação. Métodos. No primeiro dia de gestação, as ratas foram divididas em quatro grupos: dieta controle (C), dieta controle suplementada com 10% de oligofrutose (CF), dieta enriquecida com gordura vegetal hidrogenada, rica em AGT (T) ou dieta enriquecida com gordura vegetal hidrogenada suplementada com 10% de oligofrutose (TF). As dietas foram mantidas durante a gestação e lactação. No dia do nascimento, 7º, 14º e 21º dias foram obtidos o peso e comprimento dos filhotes. Os filhotes com 21 dias de vida foram submetidos à eutanásia e o sangue, tecido adiposo retroperitoneal (RET), fígado e intestino foram coletados. O soro foi utilizado para a dosagem de lipopolissacarídeos (LPS), ácidos graxos livres (AGL) e citocinas por meio de kits específicos. O fígado e RET foram utilizados para determinação dos níveis de RNAm por PCR em tempo real, ou colocados em tampão específico para realização de Western Blotting. O DNA genômico das bactérias presentes nas fezes do cólon foi determinado por PCR em tempo real. Resultados. A suplementação com 10% de oligofrutose durante a gestação e lactação: reduziu o peso corporal, ganho de peso, comprimento e a concentração sérica de AGL dos filhotes com 21 dias de vida nos grupos CF e TF; aumentou a concentração sérica de TNF-α e a expressão proteica da forma fosforilada do NFκB p65 no fígado dos animais do grupo TF; aumentou a concentração sérica de LPS e os níveis de DNA genômico de Lactobacillus spp. no cólon do grupo CF. No fígado observamos um aumento nos níveis de RNAm de IL-6R no grupo CF e uma redução nos níveis de RNAm de ADIPOR2 nos grupos CF e T. No RET houve aumento na expressão gênica de IL-6R nos grupos CF, T e TF. Conclusão. Em conclusão, a suplementação com 10% de oligofrutose durante a gestação e lactação, na presença ou ausência de gordura vegetal hidrogenada, prejudica o desenvolvimento da prole, altera a composição bacteriana no cólon e aumenta a endotoxemia, contribuindo desta forma, com o aumento das respostas inflamatórias desencadeadas pelos LPS por meio da ativação dos TLR4 nos filhotes com 21 dias de vida.
Descrição
Citação
MENNITTI, Lais Vales. Efeito da suplementação de oligofrutose no estado pró-inflamatório da prole com 21 dias de vida, de mães tratadas com ácidos graxos trans, durante a gestação e lactação. 2014. 111f. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Saúde e Sociedade, Universidade Federal de São Paulo, Santos, 2014.