Influência de alterações do sono na qualidade vocal
Data
2017-02-24
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
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Título de Volume
Resumo
Objectives: To verify the influence of the sleep quality on the voice. Methods: Self-assessment of the vocal quality, sleep pattern and related data, were collected by an on-line or printed survey. The survey was divided in 3 parts: 1. Demographic data and vocal health aspects, 2. Self-assessment of sleep and vocal quality and the influence that sleep has on voice, 3. Sleep and voice self-assessment tools, which included the Epworth Sleepiness Scale - ESS, Pittsburgh Sleep Quality Index - PSQI and Voice Handicap Index reduced version – VHI-10. 862 people were included (493 women; 369 men), with a mean age of 32 years old (maximum age of 79 years and minimum of 18). Results: The perception of the influence that sleep has on voice showed difference (p<0.050) between sleep and voice self-assessment. In other words, if sleep was self-rated as poor, the voice was also self-rated as bad for individuals who perceived the influence of sleep on voice. There is more risk of presenting alteration on the ESS, PSQI and VHI-10 protocols if sleep and vocal self-assessment are worst, what shows the influence that self-assessment has on the results of these specific tools. The influence of sleep on voice impacts only the VHI-10 score: the greater the perception of this influence, the larger the perceived vocal disadvantage. Sex was not a determinant factor on the outcome regarding the self-assessment instruments. A total of 73 individuals (8.5%) presented deviations for all protocols: ESS, PSQI and VHI-10, while 134 subjects (15.5%) had no deviation for anyone of them. No relationship was found for presence of snoring and vocal quality. The aspects that influence a vocal disadvantage are: voice self-assessment, ESS total score and self-assessment of the influence that sleep has on voice. The absence of daytime sleepiness is a protective factor (OR>1) against vocal disadvantage, meanwhile the presence of daytime somnolence is a damaging factor (OR<1). Conclusion: The sleep quality influences the vocal quality. A bad sleep quality is related to a bad vocal quality. Individuals with vocal disadvantages perceive a greater influence of sleep on voice; the variables that influence these vocal disadvantages are vocal self-assessment, ESS total score, and self-assessment that sleep has on voice. Individuals with daytime somnolence are more likely to have a vocal disadvantage.
Objetivo: Verificar a influência da qualidade do sono na qualidade vocal. Métodos: Um questionário on-line ou impresso foi disponibilizado para verificar a opinião do sujeito em relação a sua qualidade vocal e do sono. Esse questionário foi composto por 3 partes: 1. Dados demográficos e fatores associados à saúde vocal; 2. Autoclassificação do sono, da voz e da influência do sono na voz; 3. Instrumentos de autoavaliação de sono e de voz, que incluía a Escala de Sonolência de Epworth – ESE, Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh - IQSP e Índice de Desvantagem Vocal, na versão reduzida – IDV-10. Participaram do estudo 862 pessoas: 493 mulheres e 369 homens, com média de idade de 32 anos (idade máxima de 79 anos e mínima de 18 anos). Resultados: A percepção da influência do sono na própria voz, medida pela escala de autoclassificação, apontou relação significante (p<0,050) entre a autoclassificação do sono e da voz. Em outras palavras, se o sono foi autoavaliado como ruim, a autoclassificação da voz foi ruim também para os indivíduos que percebiam influência do sono na voz. Quanto pior a autoclassificação do sono ou a autoclassificação da voz, maiores eram as chances de o indivíduo apresentar alteração segundo a ESE, o IQSP e o IDV-10, o que mostra a influência das autoclassificações sobre os resultados dos instrumentos. A influência do sono na voz tem diferença apenas sobre o escore do IDV-10, sendo que quanto maior a percepção da influência, maior a chance de desvantagem vocal. Em relação aos instrumentos de autoavaliação, o sexo não foi determinante no resultado de nenhum deles. Foram identificados com alteração nos três protocolos - ESE, IQSP e IDV-10, 73 indivíduos (8,5%), enquanto 134 sujeitos (15,5%) não apresentaram desvios em nenhum deles. As variáveis autoclassificação do sono e da voz foram capazes de diferenciar esses dois grupos. Não houve relação entre presença de ronco e pior qualidade vocal. Os fatores que influenciam uma desvantagem vocal são a autoclassificação da voz, o escore total da ESE e a autoclassificação da influência do sono na voz. São protetores (OR<1) a autoclassificação da voz, a autoclassificação da influência do sono na voz e a ausência de sonolência diurna. A presença de sonolência diurna é fator danoso (OR>1) frente à desvantagem vocal. Conclusão: A qualidade do sono influencia a qualidade da voz, sendo que uma pior qualidade do sono está relacionada a uma pior qualidade da voz. Indivíduos com desvantagem vocal percebem maior influência do sono na voz, e as variáveis que influenciam a desvantagem vocal são a autoclassificação da voz, o escore total da ESE e a autoclassificação da influência do sono na voz. Sujeitos com sonolência diurna têm maiores chances de apresentarem desvantagem vocal.
Objetivo: Verificar a influência da qualidade do sono na qualidade vocal. Métodos: Um questionário on-line ou impresso foi disponibilizado para verificar a opinião do sujeito em relação a sua qualidade vocal e do sono. Esse questionário foi composto por 3 partes: 1. Dados demográficos e fatores associados à saúde vocal; 2. Autoclassificação do sono, da voz e da influência do sono na voz; 3. Instrumentos de autoavaliação de sono e de voz, que incluía a Escala de Sonolência de Epworth – ESE, Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh - IQSP e Índice de Desvantagem Vocal, na versão reduzida – IDV-10. Participaram do estudo 862 pessoas: 493 mulheres e 369 homens, com média de idade de 32 anos (idade máxima de 79 anos e mínima de 18 anos). Resultados: A percepção da influência do sono na própria voz, medida pela escala de autoclassificação, apontou relação significante (p<0,050) entre a autoclassificação do sono e da voz. Em outras palavras, se o sono foi autoavaliado como ruim, a autoclassificação da voz foi ruim também para os indivíduos que percebiam influência do sono na voz. Quanto pior a autoclassificação do sono ou a autoclassificação da voz, maiores eram as chances de o indivíduo apresentar alteração segundo a ESE, o IQSP e o IDV-10, o que mostra a influência das autoclassificações sobre os resultados dos instrumentos. A influência do sono na voz tem diferença apenas sobre o escore do IDV-10, sendo que quanto maior a percepção da influência, maior a chance de desvantagem vocal. Em relação aos instrumentos de autoavaliação, o sexo não foi determinante no resultado de nenhum deles. Foram identificados com alteração nos três protocolos - ESE, IQSP e IDV-10, 73 indivíduos (8,5%), enquanto 134 sujeitos (15,5%) não apresentaram desvios em nenhum deles. As variáveis autoclassificação do sono e da voz foram capazes de diferenciar esses dois grupos. Não houve relação entre presença de ronco e pior qualidade vocal. Os fatores que influenciam uma desvantagem vocal são a autoclassificação da voz, o escore total da ESE e a autoclassificação da influência do sono na voz. São protetores (OR<1) a autoclassificação da voz, a autoclassificação da influência do sono na voz e a ausência de sonolência diurna. A presença de sonolência diurna é fator danoso (OR>1) frente à desvantagem vocal. Conclusão: A qualidade do sono influencia a qualidade da voz, sendo que uma pior qualidade do sono está relacionada a uma pior qualidade da voz. Indivíduos com desvantagem vocal percebem maior influência do sono na voz, e as variáveis que influenciam a desvantagem vocal são a autoclassificação da voz, o escore total da ESE e a autoclassificação da influência do sono na voz. Sujeitos com sonolência diurna têm maiores chances de apresentarem desvantagem vocal.