Educação Interprofissional e Praticas Colaborativas: percepção dos gestores da Atenção Primária de Santos/SP
Data
2023-05-19
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introdução: Em um mundo em crise financeira e ambiental, espera-se que os gestores públicos trabalhem a favor de atender às demandas de forma eficiente e com gasto mínimo de recursos. O mundo contemporâneo interligado pela internet e fragilizado após uma Pandemia, tornou as pessoas suscetíveis a priorizarem seus interesses em detrimento dos coletivos. No Brasil, o SUS, que já vinha enfrentando o subfinanciamento desde a sua constituição, foi afetado ainda mais em decorrência desta realidade atual, exigindo do gestor habilidade em encontrar um caminho que o fortaleça em suas premissas. A reformulação da atenção à saúde em Redes de Atenção é um passo nesta perspectiva, descentralizando o cuidado e promovendo autonomia para tomada de decisão no nível local de gestão. Porém, sem alinhar o trabalho ao ensino buscando resolver os problemas através das trocas de saberes e práticas entre profissionais e gestores, não seria possível. É necessário compreender que a formação no SUS para o SUS é fundamental. As práticas colaborativas precisam ser identificadas e reconhecidas, bem como a educação interprofissional como intenção formativa, deve ser colocada na agenda dos gestores de saúde. Entender como percebem e as reconhecem em seus cotidianos, torna-se necessário para corrigir divergências e incoerências no processo de gerir à área de saúde de forma integral e universal. Objetivos: Apreender, sob o ponto de vista da gestão do Departamento de Atenção Básica, Seção de Atenção à Saúde da Comunidade e Seção de Formação, as perspectivas para o desenvolvimento das Práticas Interprofissionais Colaborativas na Atenção Primária de Saúde, no município de Santos/SP. Método: O presente estudo tem como delineamento metodológico a pesquisa qualitativa, de campo exploratório e descritivo, adotando a entrevista semiestruturada aos gestores da Atenção Primária, que permitiu a produção de dados. Resultados: a alta rotatividade dos gestores é uma fragilidade, assim como o distanciamento entre as esferas, tendo como consequência uma prática individualizada, dificultando a elaboração de um plano objetivo gestor consensual direcionado à sua população. Estes demonstraram não estarem familiarizados com os conceitos das Práticas Colaborativas e da Educação Interprofissional, reforçando a necessidade de trazer a temática ao conhecimento dos profissionais de saúde. Os programas de residência são oportunidades de melhorar as atividades de educação permanente nos serviços, trazendo qualificação ao produto de saúde, nas unidades. Considerações Finais: Faz -se necessário alinhar as esferas em um objetivo comum de gestão a fim de se contemplar um produto de saúde sustentável e eficaz. É preciso fomentar as práticas de educação em saúde, bem como fortalecer a organização da saúde em redes de atenção, além de favorecer ambientes que privilegiam a ocorrência das práticas colaborativas, transpondo o modelo ultrapassado de fragmentação da saúde ainda existente. Por fim, elaborar um plano avaliativo dos processos e práticas de saúde servindo como marco regulador para correção e reformulação das ações, propiciando a melhoria permanente das ações relacionadas à saúde de todas as pessoas.