Modelo matemático como indicador de risco na utilização do enxerto no transplante de pâncreas-rim

Data
2013-11-27
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
O transplante de pâncreas-rim é padrão-ouro no tratamento de pacientes com DM tipo I com insuficiência renal em estágio terminal. Apesar da melhoria nos resultados, ainda está associado a alta taxa de complicações. Devido ao crescimento da demanda objetivou-se analisar dados de um serviço, buscando fatores de risco inter-relacionados ao procedimento transplante de pâncreas-rim e características de nosso meio, a fim de obter parâmetros objetivos relacionados às complicações do procedimento. Métodos: Foram analisados retrospectivamente 304 prontuários de pacientes submetidos a transplante combinado pâncreas-rim de janeiro de 2001 até julho de 2011, colhendo os seguintes dados no momento da notificação: idade, IMC, amilase, glicemia, natremia, creatinina e tempo de isquemia - e confeccionando a nota para cada enxerto e avaliando a evolução pós-operatória de cada doador. Resultados: A média de idade foi de 36 anos, 58 % do sexo masculino; A média dos escores: sem complicação (12,7), hematoma (13,9; p=0,03), trombose (14,8; p=0,005), fístula (14,2; p= 0,01), deiscência (12,91; p= 0,51), perda 3 meses (14,2; p= 0,001), perda 1 ano (14;p= 0,002), rejeição celular aguda (13,7; p= 0,06), reoperação(13,5; p=0,16), infecções abdominais (14,6; p< 0,0001), enxertectomia (14,3; p= 0,004). Obtivemos 83,2% e 79,9% de sobrevida do enxerto em 3 e 12 meses respectivamente, e 88,8% e 85,5% de sobrevida dos pacientes em 3 e 12 meses respectivamente. Conclusões: O grupo de pacientes que apresentou nenhuma complicação, e portanto, melhor evolução pós-operatória, obteve a menor média do CAP-SP Escore. O CAP-SP Escore mostrou-se como instrumento satisfatório na avaliação dos enxertos pancreáticos, especialmente em relação as complicações: trombose, fistula, perda do pâncreas em 3, perda do pâncreas em 12 meses, infecções abdominais e enxertectomia, pois a diferença obtida na comparação entre esses grupos, com o grupo que não apresentou complicação foi significante estatisticamente. Observamos que o número de complicações apresentadas em cada paciente também influencia no CAP-Escore, ou seja, quanto maior o numero de complicações por paciente, maior é a média do escore para o respectivo grupo de pacientes. Aproximadamente 1/3 (35%) dos enxertos que receberam Escore &#8805;14 não apresentaram complicações enquanto aproximadamente 2/3 (65%) dos enxertos que obtiveram Escore &#8805;14 apresentaram complicação, e essa diferença é estatisticamente significante. Em relação ao valor 14 do CAP-SP Escore, os enxertos que receberam nota maior que esse ponto de corte tem aproximadamente o dobro de chance de apresentarem complicação. A probabilidade de um paciente apresentar uma complicação aumenta 17,8%, ao acréscimo de 1 ponto do CAP-SP Escore. Finalmente, embora o CAP-SP Escore tenha apresentado capacidade preditiva não ideal, constitui instrumento a ser usado como mais um recurso para auxiliar o cirurgião de transplante a recomendar um órgão, oferecido em situação limítrofe, e tentar assim, diminuir o tempo de espera na fila, ao evitar o descarte de um enxerto que provavelmente apresentaria boa evolução pós-operatória.
Descrição
Citação
GRIGOLLI FILHO, Enarco. Modelo matemático como indicador de risco na utilização do enxerto no transplante de pâncreas-rim. 2013. 79 f. Dissertação (Mestrado Profissional) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2013.