Avaliação do risco de invasão de espécies não-nativas e caracterização histopatológica de peixes da Bacia do Alto Tietê SP, Brasil
Data
2023-12-13
Autores
Valle, Amanda de Azevedo 
Orientadores
Azevedo, Juliana de Souza
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
The introduction of species is a global problem. In the context of aquaculture, introductions into
watersheds located in urbanized areas deserve special attention. Although the dangers of this
introduction are recognized, there is still a significant lack of studies on invasions in urbanized
reservoirs. In this context, this research aimed to assess the risk of invasion by non-native freshwater species in the Alto Tietê Hydrographic Basin (BH-AT), kept in fishing grounds in the
extreme south of São Paulo. The risk of invasion was assessed using the Aquatic Species Invasiveness Screening Kit (AS-ISK) software version 2.3, a protocol for deciding on the impact of
invasive species. The categorization covers 1) Biogeography/History; 2) Biology/Ecology; and
3) Climate Change, to provide quantitative results. The risk of invasion was categorized in the
Basic Risk Assessment (BRA) scenario and the risk scenario associated with Climate Change
(BRA+CCA), as follows for the BRA scenario: <1 = low risk of invasion; 1 - 21.9 = medium
risk; >21.9 = high risk. In turn, perception data was obtained from interventions in the field,
using a semi-structured form and through the collection of secondary bio-ecological data. In
addition, the health of the fish was checked through histopathological evaluation of the liver
tissue of Oreochromis niloticus, a species commonly found in all fishing grounds in the region.
About the invasion potential for the Basic Risk Assessment, medium invasive potential was
found for Cyphochrax modestus (BRA = 5), Astyanax fasciatus (BRA = 10), Hypostomus ancistroides (BRA = 18), Geophagus brasiliensis (BRA = 21) and Hoplias malabaricus (BRA =
21) and high invasive potential for Colossoma macropomum (BRA = 22), Rhamdia quelen
(BRA = 28), Synbranchus marmoratus (BRA = 28), Piaractus mesopotamicus (BRA = 29),
Crenicichla lenticulata (BRA = 31), Oreochromis niloticus (BRA = 31), Pseudoplatystoma
fasciatum (BRA = 35), Salminus sp. (BRA = 35), Pseudoplatystoma corruscans (BRA = 37),
Copton rendalli (BRA = 37), Cyprinus carpio (BRA = 45) and Clarias gariepinus (BRA = 59).
In addition, data indicates that the species cultivated are likely to come from inland farms in the
municipalities of São Paulo and Minas Gerais. In this sense, the compilation of data, together
with the risk assessment, indicates that the fishing grounds of the BH-AT are potential dispersers of exotic, potentially invasive species.
A introdução de espécies é um problema de escala global. Ao se pensar no contexto da aquicultura, introduções em bacias hidrográficas situadas em áreas urbanizadas merecem especial atenção. Embora reconhecido os perigos desta introdução, ainda existe um significante deficit em estudos para invasões em reservatórios urbanizados. Sendo assim, esta pesquisa objetivou avaliar o risco de invasão de espécies dulçoaquícolas não-nativas na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (BH-AT), mantidas em pesqueiros do extremo sul de São Paulo. A avaliação do risco de invasão utilizou o software Aquatic Species Invasiviness Screening Kit (AS-ISK) versão 2.3., um protocolo voltado à decisão quanto ao impacto de espécies invasoras. A categorização abrange 1) Biogeografia/Histórico; 2) Biologia/Ecologia; e 3) Alterações Climáticas, de modo a fornecer resultados quantitativos. O risco de invasão foi categorizado nos cenários Avaliação Básica de Risco (ABR) e associado às Mudanças Climáticas (ABR+AMC), a saber para o cenário ABR: <1 = baixo risco de invasão; 1 – 21,9 = médio risco; >21,9 = alto risco. Por sua vez, dados de percepção foram obtidos a partir de intervenções em campo, utilizando-se um formulário semiestruturado e através da coleta de dados bioecológicos secundários. Em conjunto, foi verificada a saúde dos peixes a partir da avaliação histopatológica no tecido hepático de Oreochromis niloticus, espécie comumente encontrada em todos os pesqueiros da região. Em relação ao potencial de invasão para Avaliação Básica de Risco, foi verificado médio potencial invasor para Cyphochrax modestus (ABR = 5), Astyanax fasciatus (ABR = 10), Hypostomus ancistroides (ABR = 18), Geophagus brasiliensis (ABR = 21) e Hoplias malabaricus (ABR = 21) e alto potencial invasor para Colossoma macropomum (ABR = 22), Rhamdia quelen (ABR = 28), Synbranchus marmoratus (ABR = 28), Piaractus mesopotamicus (ABR = 29), Crenicichla lenticulata (ABR = 31), Oreochromis niloticus (ABR = 31), Pseudoplatystoma fasciatum (ABR = 35), Salminus sp. (ABR = 35), Pseudoplatystoma corruscans (ABR = 37), Copton rendalli (ABR = 37), Cyprinus carpio (ABR = 45) e Clarias gariepinus (ABR = 59). Ainda, dados apontam a probabilidade de as espécies cultivadas serem provenientes de psiculturas do interior dos municípios de São Paulo e Minas Gerais. A compilação de dados, munidos a avaliação de risco, indicam que os pesqueiros da BH-AT são potenciais dispersores de espécies exóticas, potencialmente invasoras.
A introdução de espécies é um problema de escala global. Ao se pensar no contexto da aquicultura, introduções em bacias hidrográficas situadas em áreas urbanizadas merecem especial atenção. Embora reconhecido os perigos desta introdução, ainda existe um significante deficit em estudos para invasões em reservatórios urbanizados. Sendo assim, esta pesquisa objetivou avaliar o risco de invasão de espécies dulçoaquícolas não-nativas na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (BH-AT), mantidas em pesqueiros do extremo sul de São Paulo. A avaliação do risco de invasão utilizou o software Aquatic Species Invasiviness Screening Kit (AS-ISK) versão 2.3., um protocolo voltado à decisão quanto ao impacto de espécies invasoras. A categorização abrange 1) Biogeografia/Histórico; 2) Biologia/Ecologia; e 3) Alterações Climáticas, de modo a fornecer resultados quantitativos. O risco de invasão foi categorizado nos cenários Avaliação Básica de Risco (ABR) e associado às Mudanças Climáticas (ABR+AMC), a saber para o cenário ABR: <1 = baixo risco de invasão; 1 – 21,9 = médio risco; >21,9 = alto risco. Por sua vez, dados de percepção foram obtidos a partir de intervenções em campo, utilizando-se um formulário semiestruturado e através da coleta de dados bioecológicos secundários. Em conjunto, foi verificada a saúde dos peixes a partir da avaliação histopatológica no tecido hepático de Oreochromis niloticus, espécie comumente encontrada em todos os pesqueiros da região. Em relação ao potencial de invasão para Avaliação Básica de Risco, foi verificado médio potencial invasor para Cyphochrax modestus (ABR = 5), Astyanax fasciatus (ABR = 10), Hypostomus ancistroides (ABR = 18), Geophagus brasiliensis (ABR = 21) e Hoplias malabaricus (ABR = 21) e alto potencial invasor para Colossoma macropomum (ABR = 22), Rhamdia quelen (ABR = 28), Synbranchus marmoratus (ABR = 28), Piaractus mesopotamicus (ABR = 29), Crenicichla lenticulata (ABR = 31), Oreochromis niloticus (ABR = 31), Pseudoplatystoma fasciatum (ABR = 35), Salminus sp. (ABR = 35), Pseudoplatystoma corruscans (ABR = 37), Copton rendalli (ABR = 37), Cyprinus carpio (ABR = 45) e Clarias gariepinus (ABR = 59). Ainda, dados apontam a probabilidade de as espécies cultivadas serem provenientes de psiculturas do interior dos municípios de São Paulo e Minas Gerais. A compilação de dados, munidos a avaliação de risco, indicam que os pesqueiros da BH-AT são potenciais dispersores de espécies exóticas, potencialmente invasoras.
Descrição
Citação
VALLE, Amanda de Azevedo. Avaliação do risco de invasão de espécies não-nativas e caracterização histopatológica de peixes da Bacia do Alto Tietê, SP, Brasil. 2023. 76 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Ambientais) - Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas, Universidade Federal de São Paulo, Diadema, 2023