Infecção do trato urinário associada à sonda vesical após cirurgia cardiovascular: impacto de um programa de prevenção
Data
2014-10-31
Autores
Andrioli, Edivete Regina 
Orientadores
Medeiros, Eduardo Alexandrino Servolo de Medeiros
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
Introduction: Urinary tract infection (UTI) is one of the most common hospital-acquired infections. Approximately 80% of these infections are associated to an indwelling urinary catheter (CAUTI). Despite the risk of infections and complications due to urinary catheter use to be known, few Brazilian studies have assessed the impact of interventions to reduce the length of stay of catheter, the CAUTI rate and the urinary catheter utilization ratio. Objectives: To assess the impact of a prevention program on CAUTI rate and urinary catheter utilization ratio in the Cardiovascular Surgery Intensive Care Unit at Hospital São Paulo; to evaluate the impact on adherence to recommendations of insertion, management and length of stay of urinary catheter; and to determine CAUTI rate and asymptomatic bacteremic Urinary Tract Infection rate. Methods: Prospective and intervencional study conducted at Hospital São Paulo, Universidade Federal de São Paulo / Escola Paulista de Medicina, from April 1st 2011 to September 30th 2012, and divided into three periods - pre-intervention, intervention and postintervention - with six-month duration each period. In the intervention period was carried out an observation of catheter insertion technique in the operating room, observation of catheter maintenance care in the Cardiovascular Surgery Intensive Care Unit, assessment of necessity of catheter staying, training to correct the mismatches and implement CAUTI prevention measures, evaluation of knowledge before and post training, dissemination of compliance rate and CAUTI rate. In the pre and postintervention periods was monitored CAUTI rate and urinary catheter utilization rate. The CDC/NHSN criteria, 2011, were adopted to identify UTI. In the statistical analysis was adopted a 5% significant level. Results: In the first phase we had 110 patients undergoing to cardiovascular surgery, 102 in the second phase and 118 in the third phase. There was no statistical difference among clinical and demographic variables of patients, length of stay in the ICU and in the hospital, and length of stay of invasive devices, in three phases of study. In the first period occurred six CAUTI, five in the second and two in the third, and no one Asymptomatic Bacteremic Urinary Tract Infection in three periods. The CAUTI rate was 11,42 infections/1000 catheter-days in the first phase, 7,83 in the second and 4,40 in the third, there was a 61,7% reduction, however no significant trend was observed (p=0.216). The urinary catheter utilization rate was 0.62, 0.72 and 0.61, respectively, there was a 1,4% reduction, without a significant tendency (p=0,881). The risk of infection in the pre-intervention phase was 2,60 times major than the postintervention phase (RR 2.60; CI95% 1.35 ? 5.00; p=0.004) and the men had risk of infection 3,80 times major than the women (RR 3.80; CI95% 2.06 ? 7.04; p<0.001). There was an improvement of hand hygiene compliance before bladder catheter insertion (p=0.001) and after (p=0.004), catheter fixation (p=0,001) and all maintenance care together (p=0.036). The assessment of reasons of catheter staying revealed no difference statistical, including when was inappropriate (p=0.247). The knowledge of professionals improved post training (p=0,015). Conclusion: With the program adopted, the CAUTI rate was reduced by 61,7% in the Cardiovascular Surgery Intensive Care Unit at Hospital São Paulo. The urinary catheter utilization ratio was not reduced. There was a meaningful improvement of practice with regard to hand hygiene before and after catheter insertion, catheter fixation and all maintenance care together, and also of knowledge of professionals.
Introdução: A infecção do trato urinário (ITU) é uma das mais frequentes infecções relacionadas à assistência à saúde. Cerca de 80% das ITU são associadas ao cateter urinário/sonda vesical (ITU-SV). Apesar do risco de infecções e complicações advindas do uso do cateter urinário ser conhecido, poucos estudos brasileiros têm avaliado o impacto de intervenções na redução do tempo de permanência do cateter, taxa de uso e densidade de ITU-SV. Objetivos: Avaliar o impacto de um programa de prevenção de ITU-SV na densidade de incidência de ITU e taxa de uso de sonda vesical, na UTI de Cirurgia Cardiovascular do Hospital São Paulo; analisar o impacto do programa na adesão às recomendações de inserção, manutenção e permanência da sonda vesical e no conhecimento dos profissionais; determinar a densidade de incidência de ITU-SV e de bacteremia secundária a ITU assintomática. Métodos: Estudo prospectivo, intervencionista, não randomizado, realizado na UTI de Cirurgia Cardiovascular do Hospital São Paulo, Universidade Federal de São Paulo / Escola Paulista de Medicina. O estudo ocorreu no período de 01/04/2011 a 30/09/2012, dividido em três fases, pré-intervenção, intervenção e pós-intervenção, com seis meses de duração cada uma. Na fase de intervenção, foi realizada observação da inserção da sonda vesical no Centro Cirúrgico e dos cuidados de manutenção na UTI de Cirurgia Cardiovascular, avaliação da necessidade de permanência da sonda vesical, treinamento para correção das inadequações observadas e implementação de medidas de prevenção de ITU-SV, avaliação do conhecimento antes e após o treinamento, divulgação da adesão às recomendações e da densidade de ITU-SV. Nas fases pré e pós-intervenção, a densidade de incidência de ITU-SV e a taxa de uso de sonda vesical foram monitoradas. Os critérios diagnósticos foram dos Centers for Disease Control and Prevention, EUA, 2011. Na análise estatística foi utilizado um nível de significância de 5%. Resultados: Na primeira fase tivemos 110 pacientes submetidos à cirurgia cardiovascular, 102 na segunda e 118 na terceira. Não houve diferença estatística das variáveis clínicas e demográficas dos pacientes, do tempo de permanência na UTI e no hospital, e do tempo de uso de dispositivos invasivos nas três fases do estudo. Ocorreram seis ITU-SV na primeira fase, cinco na segunda e duas na terceira, e nenhuma bacteremia secundária a ITU assintomática. A densidade de ITU-SV foi 11,47 infecções/1000 sondas-dia na primeira fase, 7,83 na segunda e 4,40 na terceira, havendo redução de 61,7%, porém sem tendência estatística (p = 0,216). A taxa de uso de sonda vesical foi 0,62 na primeira fase, 0,72 na segunda e 0,61 na terceira, havendo redução de 1,4%, sem tendência estatística (p=0,881). Observou-se que o risco de infecção na fase pré-intervenção foi 2,60 vezes maior que na fase pós-intervenção (RR 2,60; IC95% 1,35-5,00; p=0,004) e que os homens tiveram risco de infecção 3,80 vezes maior que as mulheres (RR 3,80; IC95% 2,06 ?7,04; p<0,001). Houve melhora da adesão a higiene das mãos antes da inserção da sonda vesical (p=0,001) e após (p=0,004), a fixação da sonda vesical ao paciente (p=0,001) e a todos os cuidados juntos (p=0,036). A avaliação dos motivos de permanência da sonda vesical não revelou diferença estatística, inclusive quando o motivo era inapropriado (p=0,247). Houve melhora do conhecimento dos profissionais após o treinamento (p=0,015). Conclusão: Com o programa adotado, tivemos redução de 61,7% da densidade de ITU-SV na UTI de Cirurgia Cardiovascular do Hospital São Paulo. Não tivemos redução da taxa de uso de sonda vesical. Houve melhora da prática de trabalho, em relação a higiene das mãos antes e após a inserção da sonda vesical, a fixação da sonda ao paciente e a todos os cuidados juntos, e também do conhecimento dos profissionais.
Introdução: A infecção do trato urinário (ITU) é uma das mais frequentes infecções relacionadas à assistência à saúde. Cerca de 80% das ITU são associadas ao cateter urinário/sonda vesical (ITU-SV). Apesar do risco de infecções e complicações advindas do uso do cateter urinário ser conhecido, poucos estudos brasileiros têm avaliado o impacto de intervenções na redução do tempo de permanência do cateter, taxa de uso e densidade de ITU-SV. Objetivos: Avaliar o impacto de um programa de prevenção de ITU-SV na densidade de incidência de ITU e taxa de uso de sonda vesical, na UTI de Cirurgia Cardiovascular do Hospital São Paulo; analisar o impacto do programa na adesão às recomendações de inserção, manutenção e permanência da sonda vesical e no conhecimento dos profissionais; determinar a densidade de incidência de ITU-SV e de bacteremia secundária a ITU assintomática. Métodos: Estudo prospectivo, intervencionista, não randomizado, realizado na UTI de Cirurgia Cardiovascular do Hospital São Paulo, Universidade Federal de São Paulo / Escola Paulista de Medicina. O estudo ocorreu no período de 01/04/2011 a 30/09/2012, dividido em três fases, pré-intervenção, intervenção e pós-intervenção, com seis meses de duração cada uma. Na fase de intervenção, foi realizada observação da inserção da sonda vesical no Centro Cirúrgico e dos cuidados de manutenção na UTI de Cirurgia Cardiovascular, avaliação da necessidade de permanência da sonda vesical, treinamento para correção das inadequações observadas e implementação de medidas de prevenção de ITU-SV, avaliação do conhecimento antes e após o treinamento, divulgação da adesão às recomendações e da densidade de ITU-SV. Nas fases pré e pós-intervenção, a densidade de incidência de ITU-SV e a taxa de uso de sonda vesical foram monitoradas. Os critérios diagnósticos foram dos Centers for Disease Control and Prevention, EUA, 2011. Na análise estatística foi utilizado um nível de significância de 5%. Resultados: Na primeira fase tivemos 110 pacientes submetidos à cirurgia cardiovascular, 102 na segunda e 118 na terceira. Não houve diferença estatística das variáveis clínicas e demográficas dos pacientes, do tempo de permanência na UTI e no hospital, e do tempo de uso de dispositivos invasivos nas três fases do estudo. Ocorreram seis ITU-SV na primeira fase, cinco na segunda e duas na terceira, e nenhuma bacteremia secundária a ITU assintomática. A densidade de ITU-SV foi 11,47 infecções/1000 sondas-dia na primeira fase, 7,83 na segunda e 4,40 na terceira, havendo redução de 61,7%, porém sem tendência estatística (p = 0,216). A taxa de uso de sonda vesical foi 0,62 na primeira fase, 0,72 na segunda e 0,61 na terceira, havendo redução de 1,4%, sem tendência estatística (p=0,881). Observou-se que o risco de infecção na fase pré-intervenção foi 2,60 vezes maior que na fase pós-intervenção (RR 2,60; IC95% 1,35-5,00; p=0,004) e que os homens tiveram risco de infecção 3,80 vezes maior que as mulheres (RR 3,80; IC95% 2,06 ?7,04; p<0,001). Houve melhora da adesão a higiene das mãos antes da inserção da sonda vesical (p=0,001) e após (p=0,004), a fixação da sonda vesical ao paciente (p=0,001) e a todos os cuidados juntos (p=0,036). A avaliação dos motivos de permanência da sonda vesical não revelou diferença estatística, inclusive quando o motivo era inapropriado (p=0,247). Houve melhora do conhecimento dos profissionais após o treinamento (p=0,015). Conclusão: Com o programa adotado, tivemos redução de 61,7% da densidade de ITU-SV na UTI de Cirurgia Cardiovascular do Hospital São Paulo. Não tivemos redução da taxa de uso de sonda vesical. Houve melhora da prática de trabalho, em relação a higiene das mãos antes e após a inserção da sonda vesical, a fixação da sonda ao paciente e a todos os cuidados juntos, e também do conhecimento dos profissionais.
Descrição
Citação
ANDRIOLI, Edivete Regina. Infecção do trato urinário associada à sonda vesical após cirurgia cardiovascular: impacto de um programa de prevenção. 2014. 90 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2014.