Estudo do desempenho no teste do desenho do relógio em idosos longevos
Data
2015-09-30
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introdução: Com o envelhecimento populacional e aumento na prevalência de doenças neurodegenerativas, é necessário determinarmos o desempenho cognitivo normal de idosos brasileiros para contribuirmos na triagem de déficits cognitivos. O teste do desenho do relógio é um instrumento prático, de fácil aplicação e rápida realização, capaz de avaliar diversos domínios cognitivos. Há, entretanto, escassez de estudos sobre o desempenho normal de idosos brasileiros, sendo que não há até o momento um estudo normativo sobre o desempenho cognitivo normal de idosos longevos brasileiros pouco escolarizados. Objetivos: Analisar o desempenho de idosos acima de 80 anos cognitivamente preservados no teste do desenho do relógio e demais testes de triagem (Mini-exame do estado mental, bateria cognitiva breve e fluência verbal), bem como identificar fatores interferentes. Métodos: Estudo transversal realizado no Ambulatório da Disciplina de Geriatria da UNIFESP a partir dos critérios de inclusão do Projeto Longevos, com 200 idosos acima de 80 anos residentes na comunidade, independentes, e que não portavam nenhuma doença aguda ou doença crônica grave descompensada. Avaliamos gênero, idade, anos completos de escolaridade, etnia, naturalidade, presença de comorbidades clínicas, bem como o desempenho nos seguintes testes cognitivos: Mini-Exame do Estado Mental, Fluência Verbal, Bateria Cognitiva Breve e o Teste do Desenho do Relógio (MEEM, FV, BB e TDR) e nas atividades básicas e instrumentais de vida diária (ABVD e AIVD). Pontuamos o TDR nos sistemas de Freedman, Shulman e Sunderland, realizando uma análise quantitativa e qualitativa dos resultados. Resultados: Dos 200 longevos, 69,5% são mulheres, 80% brasileiros, 66% caucasoides, sendo que a maioria, 53,5%, tem escolaridade de 1 a 4 anos completos. A idade média foi de 85,46 anos. Houve uma melhora estatisticamente significativa no desempenho do TDR independente do sistema de pontuação e do MEEM entre os níveis de escolaridade. Houve um efeito teto no desempenho do TDR a partir de 9 anos de escolaridade. Bateria cognitiva breve e fluência verbal não sofreram impacto da escolaridade e a idade interferiu, apenas, na fluência verbal nos grupos extremos de escolaridade (menos de 1 ano e acima de 9 anos). Na análise qualitativa, a maioria dos itens do sistema de Freedman sofrem impacto da escolaridade, sendo que o erro mais comumente apresentado pelos longevos foi na proporção dos ponteiros. Conclusão: Frente ao impacto da escolaridade no TDR é necessário que sejam determinados pontos de corte específicos para cada grau de escolaridade ou instrução, para que haja maior clareza na determinação do baixo desempenho neste teste de triagem cognitiva.
Descrição
Citação
LEME, Fernanda El Ghoz. Estudo do desempenho no teste do desenho do relógio em idosos longevos. 2015. 107 f. Dissertação (Mestrado Profissional) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2015.