Papel da galectina-3 na lesão de isquemia e reperfusão tecidual renal
Data
2006
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
O transplante renal nos dias de hoje significa um importante ganho em qualidade de vida para os pacientes nefropatas crônicos terminais. A pesquisa médica alia-se a esta caminhada através da procura de novos horizontes no sentido de preservar ao máximo a qualidade do órgão transplantado, que sofre um grau de isquemia no seu caminho do doador para o receptor. Esta lesão isquêmica sofrida pelo rim envolve uma resposta inflamatória tecidual. A galectina-3, uma lectina multifuncional, está envolvida com ativação de mastócitos, interação célula-matriz, diferenciação de células B e proliferação de células T, entre outras atividades biológicas. Este trabalho avaliou a relação da presença da galectina-3 tecidual com as lesões provocadas pelo processo inflamatório no modelo de isquemia seguida de reperfusão renal, em camundongos. Para tal, camundongos nocautes para galectina-3 e seus controles foram submetidos à oclusão bilateral dos pedículos renais, por 45 minutos. Amostras de sangue e rins foram colhidas após diferentes tempos de reperfusão do tecido renal. Foram realizadas dosagens de uréia sérica, análise histomorfométrica de necrose tubular aguda e regeneração tecidual além de quantificação tecidual renal de espécies reativas de oxigênio, diferentes tipos celulares inflamatórios e de expressão de RNAm de HO-1, um gene de proteção tecidual, e MCP-1, uma quimiocina pró-inflamatória. Os animais nocautes para galectina-3 apresentaram menores níveis séricos de uréia em relação ao controle nos grupos de 6h (KO = 81,45 vs. wt = 130,92, p = 0,05) e 24h (KO = 123,74 vs. wt = 264,44, p < 0,0001). Em 24h, também apresentaram menor grau de necrose tubular (KO = 11,5+/-11,64 vs. wt = 48,60+/-12,84) assim como maior grau de regeneração tecidual renal (5,62+/-4,09 vs. 1,39+/-1,59, p < 0,0001). Estes animais nocautes apresentaram menor produção de espécies reativas de oxigênio após 3h de reperfusão e menor influxo de células T citotóxicas no tecido renal isquemiado. Já os animais selvagens apresentaram maior influxo tecidual renal de leucócitos. À análise molecular quantitativa utilizando-se o Real Time PCR, não foi evidenciada diferença entre a expressão de RNAm de HO-1. Já a expressão de RNAm de MCP-1 foi menor nos animais nocautes mas os valores não foram estatisticamente significantes. Tais achados confirmam que a ausência de galectina-3 tecidual favorece menor lesão inflamatória confirmada por menores aumentos de uréia sérica após isquemia tecidual, menor produção de espécies reativas de oxigênio, menor grau de necrose tubular aguda e maior regeneração tubular e menor influxo tecidual de células inflamatórias. Não pôde-se concluir a respeito da relação de HO-1 e MCP-1 com a ausência de galectina-3 tecidual renal.
Descrição
Citação
São Paulo: [s.n.], 2006. 90 p.