Navegando por Palavras-chave "Mujeres negras"
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- ItemEmbargoO que sonham jovens mulheres negras frequentadoras de cursinhos populares(Universidade Federal de São Paulo, 2023-07-11) Vieira, Lais da Silva [UNIFESP]; Imbrizi, Jaquelina Maria [UNIFESP]; Leal, Vandia Cristina Rodrigues [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8544178085625311; http://lattes.cnpq.br/8682215618761531; http://lattes.cnpq.br/2243095473362318; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)O presente artigo apresenta os resultados parciais da pesquisa “As aspirações da juventude preta periférica e suas manifestações no conteúdo onírico”, que teve por objetivo verificar as relações entre o conteúdo dos sonhos de jovens negros frequentadores de cursinho popular com as suas idealizações de futuro e compreender as implicações simbólicas e concretas do racismo em seus projetos de vida. Os procedimentos utilizados foram a roda de conversa sobre sonhos e entrevistas semiestruturadas. Os dados produzidos foram analisados à luz da obra de autores que articulam Psicanálise e Psicologia Social. Para este artigo, a fim de tratar das intersecções entre gênero, raça e classe social, escolhemos apresentar o material de duas sonhantes que participaram da pesquisa. As temáticas em comum encontradas foram a solidão afetiva e institucional e a luta pelo acesso à educação e seu uso como ferramenta de ascensão social, possibilitando uma idealização positiva do futuro.
- ItemAcesso aberto (Open Access)Vozes inauditas de mulheres negras nos processos judiciais de destituição do poder familiar(Universidade Federal de São Paulo, 2024-03-20) Teixeira, Vanina Dias [UNIFESP]; Silva, Maria Liduina de Oliveira e [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8772472007007461; http://lattes.cnpq.br/0131346964212516; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)A discussão sobre a perda do poder familiar na particularidade de mães negras está no cerne desta pesquisa, cujo objetivo é conhecer e analisar a história de vida de mães e mulheres negras destituídas do poder familiar, no sentido de entender de que modo o racismo perpassa os autos processuais de destituição, na medida em que a condição étnico-racial e a precária condição de sobrevivência denunciam o lugar de desigualdade social e as marcas deletérias do racismo invisibilizado nos muros do poder judiciário. Partimos do pressuposto de que a destituição do poder familiar de mães negras e pobres se constituiu como um fenômeno historicamente influenciado pelas expressões da questão social e, sobretudo, pelas múltiplas determinações da questão racial inerentes à sociabilidade capitalista. Portanto, pressupõe-se que a destituição de mães negras reforça a manifestação do racismo na trajetória de vida dessas mulheres e de seus filhos ou filhas, como também legitima a desigualdade racial e a responsabilização individual dessas mulheres de tal maneira que naturaliza situações de violações de direito e desproteções sociais por parte do Estado, impossibilitando o direito à maternidade. Adotamos a História Oral como recurso metodológico para a produção de narrativas com três mulheres negras que foram destituídas do poder familiar, a fim de conhecer suas vivências e, por meio dessas histórias, apreender de que modo o racismo incide nos autos processuais de destituição do poder familiar. Somando-se a isso, realizamos uma pesquisa documental, a partir de uma abordagem qualitativa, analisando 34 autos processuais de destituição do poder familiar que tramitaram entre os anos de 2020 e 2021 na Vara da Infância e da Juventude no município de Santos/SP. Os achados da pesquisa indicam uma perversa articulação entre pobreza e racismo constitutiva de uma ordem capitalista e, à vista disso, mães negras e pobres passam a ser rés nos processos judiciais de destituição do poder familiar, enquanto mecanismos que reproduzem o racismo são escamoteados pela apreensão da branquitude, não mais como mero preconceito de cor, mas sim como estruturantes para a manutenção de privilégios da brancura sobre as demais populações. Ou seja, os resultados deste estudo demonstram que à medida que a vida dessas mulheres e mães é atravessada pela pobreza, pelo racismo e pelo sexismo, suas vozes são inauditas nos autos processuais de destituição do poder familiar, cujo papel do Estado não tem sido assegurar proteção, mas sim possibilitar que a destituição do poder familiar seja uma única solução, mormente quando se trata de mães negras e periféricas, com baixa ou nenhuma renda, que vivem em moradias precárias ou apresentem a rua como território de vivência e/ou com uso de substância psicoativa. Concluímos apontando a premência na construção de novos olhares para a realidade cotidiana dessas mães negras, cujas intervenções judiciárias possam produzir respostas na contramão do imediatismo, da banalização, da desumanização dos corpos negros e, assim, contribuir coletivamente para o enfrentamento da judicialização da vida de mães negras e para que a perda do poder familiar não seja uma resposta única de proteção assentada em nome do melhor interesse na criança.