PPG - Microbiologia e Imunologia

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    Acesso aberto (Open Access)
    Comunicação celular in vitro mediada por vesículas extracelulares isoladas de fungos patogênicos cultivados em condições de estresse
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-11-18) Silva, Camila Pereira da [UNIFESP]; Puccia, Rosana [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/8787784443554068
    Vesículas extracelulares (EVs) são estruturas arredondadas delimitadas por uma membrana lipídica de camada dupla. Elas transportam moléculas de natureza diversa e de forma protegida para o meio extracelular, com potencial de estabelecer comunicação à distância. Dados prévios do laboratório mostraram a capacidade de EVs do patógeno fúngico Paracoccicioides brasiliensis modular o fenótipo de células do mesmo isolado e apontaram para uma ampla alteração no proteoma e transcriptoma de EVs de P. brasiliensis (isolado vPb18, virulento) e Candida albicans (cepa 90028) cultivados em condições de estresse oxidativo e nitrosativo subletal. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de EVs produzidas nessas condições no fenótipo de outras células fúngicas. Os experimentos de dose-resposta mostraram que concentrações de 5 mM de NaNO2 e 0,5 mM de H2O2 são subletais, porém causam estresse em células de vPb18 cultivadas na presença de estressor por 24 h, a 36oC, em meio sólido de Ham’s F-12 acrescido de 1,5% de glicose (Ham/glc). Para C. albicans, a concentração de 5 mM de H2O2 é subletal e causa estresse nas mesmas condições de cultura, como sugerido pela incorporação do reagente di-hidroetílico. As vEVs produzidas por vPb18 cultivado em condições subletais de estresse nitrosativo (vEVNO) e oxidativo (vEVOxi) não apresentaram diferença estatisticamente significante, em relação aos respectivos controles vEVcNO e vEVcOxi, no diâmetro médio estimado por rastreamento de nanopartículas (NTA), na variação do potencial Zeta, ou no conteúdo de proteína. O diâmetro hidrodinâmico avaliado por dispersão dinâmica de luz (DLS) não variou para vEVNO, mas foi estatisticamente superior para vEVOxi, assim como o índice de polidispersão, porém o conteúdo de esterol foi estatisticamente inferior ao do controle. As EVCaOxi, produzidas por C. albicans cultivada sob estresse oxidativo subletal, apresentaram valores estatisticamente semelhantes aos do controle EVcCa no diâmetro aferido por NTA, na variação do potencial Zeta e no índice de polidispersão. O valor médio de DLS e o conteúdo de proteína foram estatisticamente superiores para EVCaOxi em relação ao controle EVcCa. O efeito de EVs foi testado por co-incubação por 4 h, a 36oC, de vEVNO, vEVOxi e seus controles com células de P. brasiliensis aPb18 (variante atenuada) e Pb3, com subsequente cultivo em spots de diluição seriada em meio Ham/glc, acrescido de agentes estressores. Em nossas condições experimentais, observamos uma visível redução da resistência de aPb18 ao Congo red e ao NaCl após pré-incubação com vEVOxi. Outros efeitos foram discretos e independentes da origem das vEVs, a saber: a) aumento da resistência de aPb18 ao sorbitol após pré-incubação com vEVNO,vEVOxi e seus controles; b) sutil aumento da resistência do isolado Pb3 ao NaCl, mediado por vEVNO, seu controle e ao Congo red, mediado por vEVOxi e seu controle. A co-incubação de EVCaOxi e seu controle com células de C. albicans resultou em um discreto aumento de resistência ao Calcofluor white, porém não ao Congo red ou ao H2O2, nas condições testadas. Entretanto, EVCaOxi causou uma sutil diminuição de crescimento das leveduras mesmo na ausência de estressor. Em conjunto, os resultados deste trabalho sugerem que as EVs produzidas sob estresse oxidativo subletal sofrem uma variação na constituição da superfície tanto para P. brasiliensis como para C. albicans, resultando em aumento no diâmetro hidrodinâmico. Todavia, a carga superficial de potencial Zeta, que foi negativa sugerindo estabilidade das partículas, aparentemente não foi afetada. Por outro lado, a redução de resistência de aPb18 ao Congo red e ao NaCl, mediada por vEVOxi, assim como a redução da viabilidade de C. albicans, mediada por EVCaOxi, deve estar relacionada a alterações nas vEVs causadas pelo estresse oxidativo. Os resultados desta dissertação são originais e serão explorados mais amplamente no laboratório no futuro próximo.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Papel da acetilação na regulação de processos biológicos: uma abordagem de bioinformática e biologia sintética
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-07-01) Bonifácio, Bruno Souza [UNIFESP]; Moretti, Nilmar Silvio [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/2131472726202687; http://lattes.cnpq.br/6655678336873160
    A acetilação de lisina é uma modificação pós-traducional crucial e avanços em técnicas proteômicas permitiram investigar os acetilomas de diferentes espécies, destacando a importância da acetilação em diversos organismos. Para melhor entender o papel dessa modificação na regulação de processos celulares, na primeira parte desse trabalho, avaliamos uma gama de 50 acetilomas publicados entre 2009 e 2022 de espécies de vários grupos filogenéticos: bactérias, fungos, protozoários, vermes, plantas, insetos, peixes e mamíferos. Análises dos níveis de acetilação, mostraram que bactérias apresentam o maior número de sítios de acetilação, seguidas por fungos e protozoários. Proteínas com um único sítio de acetilação foram predominantes em todas as espécies. Além disso, analisamos domínios acetilados em todas as espécies, constatando que proteínas contendo os domínios HSP70 foram as que apresentaram maiores níveis de acetilação. Os processos metabólicos de ATP e as vias de aminoacil-tRNA sintetase mostraram-se altamente acetilados, destacando seus papéis cruciais na produção de energia e na expressão gênica, respectivamente. Nossa análise também revelou acetilação significativa em vias metabólicas relacionadas à glicose e à produção de ATP. Além disso, verificamos que o mecanismo regulatório da acetilação na proteína superóxido dismutase A (SODA) parece ser conservado entre diferentes espécies. Na segunda parte do trabalho, exploramos o sistema de biologia sintética do par ortogonal da pirrolisil-tRNA sintetase e do tRNApyl (Pylt) para o estudo da acetilação proteica de resíduos específicos de lisina. Portanto, um dos objetivos foi implementar esse método para expressar proteínas contendo resíduos de lisina acetilada usando como modelo as enzimas aldolase de T. brucei e SODA de T. cruzi. Conseguimos expressar e purificar ambas as enzimas e validar a presença da acetilação por Western blot e dot-blot. Utilizando as proteínas acetiladas purificadas confirmamos o efeito inibitório da acetilação, como observado anteriormente pelo nosso grupo. Com isso, conseguimos estabelecer a ferramenta de par-ortogonal para expressão de proteínas acetiladas, abrindo novas oportunidades para estudar modificações proteicas em tripanosomatídeos e outras espécies.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Trafs (TNF receptor associated factors) de Schistosoma mansoni: caracterização molecular e filogenética para o entendimento de seus papéis no desenvolvimento parasitário e no parasitismo
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024) Bertevello, Claudio Romero [UNIFESP]; Santos, Katia Cristina Oliveira Pereira [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4758763489087525; http://lattes.cnpq.br/2025091249869612
    Objetivo: Caracterização in silico e análise filogenética dos genes homólogos dos TRAFs de S. mansoni e de outros helmintos utilizando os dados públicos de genoma e transcriptoma. Métodos: O contexto genômico e as marcas de H3K4me3 das TRAFs de S. mansoni foram analisados por um genome browser. Os níveis de expressão dos transcritos de SmTRAF1 e SmTRAF2 foram obtidos em publicações e bancos que continham dados de expressão nos estágios de desenvolvimento, em infecções unissexual e bissexual e expressão espacial de sequenciamento single-cell de vermes adultos. Buscas por homólogos de TRAF nos outros helmintos foram realizadas por BLAST e por HMMER nos genomas depositados no Wormbase Parasite. A análise dos domínios conservados e regiões “coiled-coil” foram feitas utilizando os programas SMART, CDD e MarCoil, respectivamente. O alinhamento global dos domínios MATH para a filogenia foi realizado por MUSCLE, e a análise filogenética foi computada por Inferência Bayesiana utilizando sequências referências dos TRAFs de mamíferos, aves e invertebrados. Resultados: Marcas de H3K4me3 para TRAF1 (Smp_336340) revelaram picos em miracídio (isoforma 1), adulto e cercaria (isoformas 2 e 3), indicando que o início da predição gênica está correto. A isoforma 1 de SmTRAF1 apresentou expressão em cercaria, e menor expressão em esquistossômulos. A isoforma 2 é mais expressa em miracídios e cercaria, e a isoforma 3 foi expressa em miracídio e machos. SmTRAF1 é mais expresso em machos e fêmeas de infecção unissexual (imaturos), com o mesmo padrão nas gônadas destes parasitas. A expressão espacial de SmTRAF1 é detectada na maioria dos tipos celulares, com destaque em células progenitoras de neoblastos, neoblastos e neurônios. O TRAF 2, que não é encontrado na montagem atual do genoma, possui expressão somente em cercaria. A busca por homólogos de TRAF em outros helmintos resultou na identificação de 45 genes preditos em 31 espécies de platelmintos e 70 genes preditos em 57 espécies de nematoides (79,49% e 43,85% das espécies depositadas no Wormbase parasite, respectivamente). As análises filogenéticas dos domínios MATH indicaram que os TRAFs dos helmintos (inclusive TRAF1 de S. mansoni) se agruparam majoritariamente com os TRAF4 das sequências referências. A exceção foi SmTRAF2 se agrupou junto às sequencias referências de TRAF2 e alguns homólogos de M. lignano e S. mediterranea (platelmintos de vida livre) se agruparam no mesmo ramo que TRAF3. Conclusões: As isoformas de SmTRAF1 (agora denominada SmTRAF4) se expressam diferencialmente ao longo dos estágios de desenvolvimento e do status de maturação sexual e SmTRAF2 é expresso exclusivamente em cercarias, indicando envolvimento em processos biológicos e vias de sinalização distintos. A maioria das espécies de platelmintos depositadas no Wormbase Parasite possuem homólogos de TRAF, opostamente ao observado em nematoides. Estes homólogos são essencialmente ortólogos de TRAF4, o TRAF evolutivamente mais ancestral que classicamente interage com receptores de NGF.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Estudo sobre o papel de IL-17A/F em modelo de hepatite autoimune
    (Universidade Federal de São Paulo, 2024-07-31) Martins, Joana Irisvânia do Carmo [UNIFESP]; Keller, Alexandre de Castro [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/9264244341601758; http://lattes.cnpq.br/0155112129332609
    A lesão hepática induzida por Concanavalina A (ConA) é um modelo amplamente utilizado para estudo da hepatite autoimune, uma doença inflamatória, de etiologia ainda incerta, na qual os principais alvos do sistema imunológico são os hepatócitos. A IL-17 (IL-17A) é uma citocina pleiotrópica envolvida na hepatite induzida por ConA, ainda com um papel controverso. Os trabalhos da literatura divergem quanto às funções inflamatórias, protetoras ou neutras da IL-17 para o desenvolvimento da hepatite. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho foi avaliar a influência da IL-17A/F em um modelo de hepatite induzida por ConA. Para tanto, foi administrada ConA por via intravenosa em animais C57BL/6 WT, IL-17A/F-/- e IL-17RA-/- sendo a hepatite avaliada após 12h. A quantificação sérica de enzimas hepáticas e a análise histológica demonstram que a hepatite é mais grave em animais deficientes na sinalização de IL-17A/F. A quantificação de citocinas inflamatórias no soro por CBA em 6h, revelou que animais IL-17A/F-/- apresentam maior resposta inflamatória de fase aguda. Esses animais também apresentam quantidade maior de células T hepáticas na análise por citometria de fluxo. Ainda, nos ensaios in vitro as células de animais IL-17A/F-/-, comparadas a de animais WT, têm maior porcentagem de células positivas para a citocina pró-inflamatória TNF-α quando ativadas. Na análise de efeitos diretos sobre hepatócitos, foi observado que IL-17A não protege essas células da morte induzida pela via Fas-FasL, no entanto a hepatite induzida por ConA não é diferente para animais WT e gld, deficientes na molécula FasL, o que indica que essa via não é essencial nesse modelo. Em conclusão, os resultados desse trabalho mostram que animais deficientes em IL-17A/F são mais sensíveis à hepatite induzida por ConA, apresentando características inflamatórias mais acentuadas. Apesar dos mecanismos envolvidos nesse fenômeno não estarem esclarecidos, foi visto que o dano tecidual é independente da via Fas-FasL.
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    Acesso aberto (Open Access)
    Associação de variantes do genoma mitocondrial à esclerose lateral amiotrófica e sua distribuição em haplogrupos
    (Universidade Federal de São Paulo, 2021-08-11) Campos, João Henrique Coelho [UNIFESP]; Briones, Marcelo Ribeiro da Silva [UNIFESP]; Antoneli Junior, Fernando Martins [UNIFESP]; Ferreira, Renata Carmona e [UNIFESP]; http://lattes.cnpq.br/4503426222486154; http://lattes.cnpq.br/4802855675139252; http://lattes.cnpq.br/0018992452321910; http://lattes.cnpq.br/2892231725090978
    A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença progressiva, fatal, irreversível e incurável. É a terceira doença neurodegenerativa mais comum e a mais frequente entre as doenças dos neurônios motores que se iniciam na idade adulta. Embora existam formas familiares e esporádicas, estudos com gêmeos revelam que mesmo as formas esporádicas possuem um componente genético significativo. Até o momento, variantes em 37 genes nucleares foram associadas à ELA. Embora a disfunção mitocondrial tenha sido associada à doença, variantes nos genomas mitocondriais (mitogenomas) ainda não foram associadas à ELA. Neste estudo, realizamos uma análise de associação ampla do genoma (GWAS) em mitogenomas de 1.965 pacientes com ELA e 2.547 controles. Identificamos 51 variantes no mitogenoma com p-valor < 10-7, das quais 13 têm Odds Ratios (OR) >1 e 38 têm OR <1. A distribuição dessas variantes é consistentemente diferente nos haplogrupos mitocondriais. Os escores de risco poligênico (PRS) indicam que, devido a diferentes combinações de variantes com OR >1 e OR <1, cada haplogrupo pode ser considerado um fator de risco (por exemplo, haplogrupos K, M, V e parte do H) ou um fator de proteção (por exemplo, haplogrupos A, B, D e F). Além disso, o GWAS intra-haplogrupo revelou variantes únicas associadas à ELA nos haplogrupos L e U. Os escores de risco poligênico dos casos de início bulbar são mais altos em comparação com os de início apendicular, de membros e espinhal nos haplogrupos H e L. Este estudo sugere que as variantes no mitogenoma (SNVs) podem ser incluídas nos testes genéticos de rotina para ELA, e que a terapia de reposição mitocondrial possui uma base potencial para o tratamento da doença.