Sensibilização alérgica em brasileiros com dermatite atópica : comparação entre os perfis de sensibilização a componentes alergênicos em diferentes fenótipos
Data
2017-08-15
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Background: atopic dermatites (AD), the most common cutaneous inflammatory disease and prime manifestation of atopic march, it is mostly IgE-mediated. It is estimated that, in one third of moderate to severe cases, food allergens are involved. In the latest years, the development of molecular allergy has brought a better understanding of the sensitization process and favored the establishment of more precise diagnosis and prognosis. Until now molecular studies with AD patients are scarces. Objectives: (1) analyze the sensitization profile (focusing on food allergens) of different severity of AD by the measurement of specific IgE towards allergens (ImmunoCAP®) and its components on a microarrayed-based platform (ImmunoCAP-ISAC®); (2) compare ImmunoCAP® and ImmunoCAP-ISAC® results; (3) identify cross-reactive components for the studied population. Methods: a cross-sectional study on a tertiary allergy service in São Paulo, Brazil. Patients with non-severe AD (SCORAD<50), severe AD (SCORAD≥50) and suspected for IgE-mediated food allergy without AD had their sensitization profile determined by ImmunoCAP® (white hen’s egg, cow’s milk, alpha-lactalbumin, beta-lactoglobulin, casein, fish, peanut, soy, wheat, dog’s epithelium, cat’s epithelium, Blomia tropicalis, Dermatophagoides pteronyssinus, Blatella germanica and Periplaneta Americana, fx2- seafood mix- and mx2- fungus mix- and ImmunoCAP-ISAC® besides the measurement of total IgE. Results: 76 patients took part in the study (non-severe AD, n=29; severe AD, n=30; suspected IgE-mediated food allergy, n=14- 3 patients with eosinophilic esophagitis were withdrawn). The severe AD group showed significantly higher total IgE levels (>5000 vs 791 vs 939,5 kU/l, severe AD, non-severe AD and suspected food allergics, respectively) and sensitization to a broader number of ImmunoCAP® allergens. Molecular analysis revealed association between severe AD and nPen m1 sensitization (46,7% vs 13,8% of non-severe AD). Moderate positive correlation (0,523 to 0,684) were observed to dog’s epithelium ImmunoCAP® and rCan f 1, Blomia tropicalis ImmunoCAP® and rBlo t 5, CAPfx2 and nPen m 1, alpha-lactalbumin ImmunoCAP® and nBos d 4, beta-lactoglobulin ImmunoCAP® and nBos d 5 and casein ImmunoCAP® and n Bos d 8. Correlations between cat’s epithelium ImmunoCAP® and rFel d 1, Dermatophagoides pteronyssinus (Dp) and nDer p 1 and Dp and rDer p 2 were stronger (0,701 to 0,741). Shrimp and house-dust mite tropomyosin and cat serum albumin were the cross-reactive componentes with higher sensitization rates (30% and 13,7%, respectively). Conclusions: in general, severe AD patients were sensitized more often to food allergens compared to non-severe AD patients. There were no difference between the two groups for ImmunoCAP® inhalant allergens. However, molecular analysis showed significantly higher sensitization rates to Blo t 5 and nPen m 1. ImmunoCAP® and ImmunoCAP-ISAC® do not have comparable results. At the present studied population cross-reactive components with higher sensitization rates were tropomyosins and serum albumins.
Introdução: A dermatite atópica (DA), doença inflamatória da pele mais comum e manifestação inicial da marcha atópica, cursa com sensibilização alérgica na maioria dos casos. Estima-se que, em um terço dos casos moderados a graves, alérgenos alimentares estejam envolvidos. O desenvolvimento da alergologia molecular permitiu nos últimos anos compreender melhor o processo de sensibilização tornando mais acurado o diagnóstico e inclusive permitindo inferências prognósticas. Ainda são os escassos os estudos envolvendo pacientes com DA. Objetivos: (1) Estudar o padrão de sensibilização alérgica de pacientes com diferentes intensidades de DA, pela mensuração de IgE sérica específica para alérgenos fonte e componentes, usando-se a técnica habitual (ImmunoCAP®) e uma plataforma multiplex (ImmunoCAP-ISAC®); (2) Comparar os resultados das duas técnicas empregadas; (3) Identificar componentes de reatividade cruzada relevantes para a população estudada. Métodos: Estudo transversal realizado em serviço especializado em alergia no município de São Paulo, Brasil. Pacientes com DA não grave (SCORAD < 50), DA grave (SCORAD ≥ 50) e suspeita de alergia alimentar (AA) imediata isolada tiveram o perfil de sensibilização alérgica determinado por ImmunoCAP® (para clara de ovo, leite de vaca, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina, caseína, peixe, amendoim, soja, trigo, cão, gato, Blomia tropicalis, Dermatophagoides pteronyssinus, barata doméstica e barata de esgoto e grupos de triagem para frutos do mar, o fx2 - peixe, camarão, mexilhão azul, atum e salmão - e fungos, o mx2 -Penicillium chrysogenum, Cladosporium herbarum, Aspergillus fumigatus, Candida albicans, Alternaria alternata, Setomelanomma rostrat) e ImmunoCAP-ISAC® , versão 112, além da determinação de IgE sérica total. Resultados: 76 participantes tiveram seu perfil de sensibilização estudados (DA não grave, n=29; DA grave, n=30 e suspeita de AA isolada, n= 14 - excluídos 3 pacientes com esofagite eosinofílica). O grupo DA grave apresentou concentrações de IgE total significantemente maiores (>5.000 vs 791 vs 939,5 kU/l, para DA grave, DA não grave e suspeita de AA isolada, respectivamente) e maior número de sensibilizações para alérgenos alimentares e inalantes empregando-se o ImmunoCAP®. O estudo molecular revelou associação entre DA grave e sensibilização para nPen m 1, a tropomiosina do camarão (46,7% vs 13,8% no grupo DA não grave). Quanto à comparação dos resultados pelos dois métodos, foram observadas correlações positivas moderadas (0,523 a 0,684) entre ImmunoCAP® para cão e rCan f 1, ImmunoCAP® para Blomia tropicalis e rBlo t 5, CAP/ fx2 e nPen m 1, ImmunoCAP® para alfa-lactoalbumina e nBos d4, ImmunoCAP® para beta-lactoglobulina e nBos d 5 e entre ImmunoCAP® para caseína e nBos d 8. Já, as correlações entre ImmunoCAP® para gato e rFel d 1, entre Dermatophagoides pteronyssinus (Dp) e nDer p1 e entre Dp e rDer p 2, foram mais fortes (0,701 a 0,741). Os componentes de reatividade cruzada com maiores taxas de sensibilização foram a tropomiosina do camarão e do ácaro (30%) e albumina sérica felina (13,7%). Conclusões: em geral os pacientes com DA grave foram mais sensibilizados a alérgenos alimentares quando comparados àqueles com menor intensidade da doença. Não houve diferença de sensibilização para aeroalérgenos nos dois grupos empregando-se o ImmunoCAP®. Porém, na investigação molecular, aqueles com DA grave tiveram níveis de sensibilização significantemente maiores para o componente rBlo t 5 e nPen m1. Os resultados obtidos pelos métodos ImmunoCAP® e ImmunoCAP-ISAC® mostraram resultados distintos e nos fazem concluir que não são comparáveis. Na população estudada, os componentes de reação cruzada com maior prevalência de sensibilização foram as tropomiosinas e as albuminas séricas.
Introdução: A dermatite atópica (DA), doença inflamatória da pele mais comum e manifestação inicial da marcha atópica, cursa com sensibilização alérgica na maioria dos casos. Estima-se que, em um terço dos casos moderados a graves, alérgenos alimentares estejam envolvidos. O desenvolvimento da alergologia molecular permitiu nos últimos anos compreender melhor o processo de sensibilização tornando mais acurado o diagnóstico e inclusive permitindo inferências prognósticas. Ainda são os escassos os estudos envolvendo pacientes com DA. Objetivos: (1) Estudar o padrão de sensibilização alérgica de pacientes com diferentes intensidades de DA, pela mensuração de IgE sérica específica para alérgenos fonte e componentes, usando-se a técnica habitual (ImmunoCAP®) e uma plataforma multiplex (ImmunoCAP-ISAC®); (2) Comparar os resultados das duas técnicas empregadas; (3) Identificar componentes de reatividade cruzada relevantes para a população estudada. Métodos: Estudo transversal realizado em serviço especializado em alergia no município de São Paulo, Brasil. Pacientes com DA não grave (SCORAD < 50), DA grave (SCORAD ≥ 50) e suspeita de alergia alimentar (AA) imediata isolada tiveram o perfil de sensibilização alérgica determinado por ImmunoCAP® (para clara de ovo, leite de vaca, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina, caseína, peixe, amendoim, soja, trigo, cão, gato, Blomia tropicalis, Dermatophagoides pteronyssinus, barata doméstica e barata de esgoto e grupos de triagem para frutos do mar, o fx2 - peixe, camarão, mexilhão azul, atum e salmão - e fungos, o mx2 -Penicillium chrysogenum, Cladosporium herbarum, Aspergillus fumigatus, Candida albicans, Alternaria alternata, Setomelanomma rostrat) e ImmunoCAP-ISAC® , versão 112, além da determinação de IgE sérica total. Resultados: 76 participantes tiveram seu perfil de sensibilização estudados (DA não grave, n=29; DA grave, n=30 e suspeita de AA isolada, n= 14 - excluídos 3 pacientes com esofagite eosinofílica). O grupo DA grave apresentou concentrações de IgE total significantemente maiores (>5.000 vs 791 vs 939,5 kU/l, para DA grave, DA não grave e suspeita de AA isolada, respectivamente) e maior número de sensibilizações para alérgenos alimentares e inalantes empregando-se o ImmunoCAP®. O estudo molecular revelou associação entre DA grave e sensibilização para nPen m 1, a tropomiosina do camarão (46,7% vs 13,8% no grupo DA não grave). Quanto à comparação dos resultados pelos dois métodos, foram observadas correlações positivas moderadas (0,523 a 0,684) entre ImmunoCAP® para cão e rCan f 1, ImmunoCAP® para Blomia tropicalis e rBlo t 5, CAP/ fx2 e nPen m 1, ImmunoCAP® para alfa-lactoalbumina e nBos d4, ImmunoCAP® para beta-lactoglobulina e nBos d 5 e entre ImmunoCAP® para caseína e nBos d 8. Já, as correlações entre ImmunoCAP® para gato e rFel d 1, entre Dermatophagoides pteronyssinus (Dp) e nDer p1 e entre Dp e rDer p 2, foram mais fortes (0,701 a 0,741). Os componentes de reatividade cruzada com maiores taxas de sensibilização foram a tropomiosina do camarão e do ácaro (30%) e albumina sérica felina (13,7%). Conclusões: em geral os pacientes com DA grave foram mais sensibilizados a alérgenos alimentares quando comparados àqueles com menor intensidade da doença. Não houve diferença de sensibilização para aeroalérgenos nos dois grupos empregando-se o ImmunoCAP®. Porém, na investigação molecular, aqueles com DA grave tiveram níveis de sensibilização significantemente maiores para o componente rBlo t 5 e nPen m1. Os resultados obtidos pelos métodos ImmunoCAP® e ImmunoCAP-ISAC® mostraram resultados distintos e nos fazem concluir que não são comparáveis. Na população estudada, os componentes de reação cruzada com maior prevalência de sensibilização foram as tropomiosinas e as albuminas séricas.