Ferramenta para classificar os subtipos de incontinência urinária feminina baseada em questionários de sintomas urinários recomendados pela International Continence Society (ICS)
Data
2024-11-13
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
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Resumo
Objetivo: Desenvolver uma ferramenta para classificar os subtipos mais frequentes de IU feminina, baseado em questionários de sintomas urinários recomendados pela International Continence Society (ICS). Métodos: este é um estudo observacional transversal descritivo, baseado em uma coleta de dados planejada e sistematizada. Foram incluídas no banco de dados (BD), 635 mulheres incontinentes com idade superior a 18 anos, encaminhadas das Unidades Básicas de Saúde, localizadas no estado de São Paulo. O atendimento especializado foi realizado no ambulatório de Disfunção Miccional Feminina da Disciplina de Urologia da UNIFESP. O diagnóstico clínico foi obtido através da avaliação do especialista, baseado na anamnese e no exame físico e, quando necessários, exames complementares. O diagnóstico de sintomas foi obtido pela combinação de respostas dos questionários: International Consultation on Incontinence Questionnaire-Short Form (ICIQ-SF) e Overactive Bladder Validated 8-question (OAB-V8). Resultados: sequencialmente, foram incluídas no banco de dados 635 mulheres com incontinência, com idade média de 58 anos (±12,7) e IMC de 28,4 kg/m². Destas, 86% tinham filhos, 66% estavam na menopausa, 49% apresentavam hipertensão arterial sistêmica, 17% faziam uso de antidepressivos e 15% eram tabagistas. Entre as 467 pacientes com diagnóstico clínico, 181 (32%) apresentavam incontinência urinária de esforço (IUE), 219 (54%) incontinência urinária mista (IUM) e 67 (13%) incontinência urinaria de urgência (IUU). Um total de 590 mulheres foram capazes de preencher os questionários e tiveram seu diagnóstico baseado nestes instrumentos, 132 (23%) apresentavam IUE, 357(62%) IUM e 101 (15%) IUU. Segundo o coeficiente de Kappa ponderado, uma concordância moderada de 0,43, com intervalo de confiança de 95% [0,30; 0,55], foi encontrada entre o diagnóstico médico e o diagnóstico autorreferido pelas pacientes nos questionários. Na análise das discordâncias, das 229 pacientes que foram diagnosticadas com IUM nos questionários, 77 foram diagnosticadas pelo médico como portadoras de IUE, entretanto, 67% delas responderam que se incomodavam muito ou muitíssimo com os sintomas de urgência. A correlação moderada entre os dois diagnósticos avaliados neste estudo parece indicar que existe uma dificuldade, até mesmo entre os especialistas, em detectar sintomas de bexiga hiperativa.
Conclusões: A correlação moderada entre os diagnósticos avaliados neste estudo parece indicar que o médico especialista durante sua avaliação clínica não percebe os sintomas de urgência e urge-incontinência referido pelas pacientes nos questionários. Este método diagnóstico possui potencial para ser utilizado como método reprodutível em estudos médicos e também para outros profissionais de saúde.
Objective: effective clinical assessment of female urinary incontinence (UI) is essential for subtype identification, including stress, mixed, and urge UI. This study aimed to develop a diagnostic method based on International Continence Society (ICS)-recommended questionnaires, comparing clinical diagnosis to questionnaire-based diagnosis. Methods: a cross-sectional observational study included 635 incontinent women over 18 years old from São Paulo. Clinical diagnosis relied on specialist evaluation, history, and tests, while questionnaire diagnosis utilized ICS-endorsed tools. Results: among 635 patients, clinical diagnosis identified 467 cases of urinary incontinence, which presented 32% stress cases, 54% mixed cases, and 13% urge cases. Furthermore, questionnaire-based diagnoses identified 590 cases of urinary incontinence, which presented 23% stress cases, 62% mixed cases, and 15% urge cases. The kappa coefficient between medical and self-reported diagnosis was Moderate (Kappa = 0.43), indicating the challenge in determining the patients with Overactive bladder symptoms. Conclusions: using questionnaires to classify UI subtypes was more likely to MUI, highlighting a discrepancy between the questionnaire-based and clinical diagno
Objective: effective clinical assessment of female urinary incontinence (UI) is essential for subtype identification, including stress, mixed, and urge UI. This study aimed to develop a diagnostic method based on International Continence Society (ICS)-recommended questionnaires, comparing clinical diagnosis to questionnaire-based diagnosis. Methods: a cross-sectional observational study included 635 incontinent women over 18 years old from São Paulo. Clinical diagnosis relied on specialist evaluation, history, and tests, while questionnaire diagnosis utilized ICS-endorsed tools. Results: among 635 patients, clinical diagnosis identified 467 cases of urinary incontinence, which presented 32% stress cases, 54% mixed cases, and 13% urge cases. Furthermore, questionnaire-based diagnoses identified 590 cases of urinary incontinence, which presented 23% stress cases, 62% mixed cases, and 15% urge cases. The kappa coefficient between medical and self-reported diagnosis was Moderate (Kappa = 0.43), indicating the challenge in determining the patients with Overactive bladder symptoms. Conclusions: using questionnaires to classify UI subtypes was more likely to MUI, highlighting a discrepancy between the questionnaire-based and clinical diagno
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Citação
GIROTTI, Marcia Eli. Ferramenta para classificar os subtipos de incontinência urinária feminina baseada em questionários de sintomas urinários recomendados pela International Continence Society (ICS). 2024. 68 f. Tese (Doutorado em Urologia) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). São Paulo, 2024.