Epidemiologia da dor aguda em unidades de terapia intensiva neonatal universitárias

Data
2004
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Objetivo: avaliar a frequencia de realizacao de procedimentos potencialmente dolorosos e do emprego de medicamentos para o alivio da dor em recem-nascidos (RN) sob cuidados intensivos. Metodo: coorte prospectiva avaliada entre 1-31/out/01 de todos os RN internados em 4 UTIs universitarias do Estado de São Paulo. Coletou-se dados sobre: caracteristicas gerais das 4 unidades e do ensino sobre dor e analgesia no periodo neonatal; dados demograficos dos RN internados; morbidade clinica durante a internacao em UTI; numero de procedimentos potencialmente dolorosos e suas tentativas durante a I internacao em UTI e frequencia do emprego de analgesicos. A analise foi descritiva e procedeu-se a regressao logistica para verificar os fatores associados ao uso de analgesia nesta populacao. Resultados: no periodo do estudo foram internados 91 RN, que contabilizaram 1025 pacientes-dia. O numero medio de procedimentos potencialmente dolorosos realizado por RN variou de tres a cinco por dia. Foram feitas, em media, 1,4 puncoes capilares por RN/dia, 1 puncao venosa e 1 arterial, 0,2 intubacoes traqueais, 0,1 insercoes de cateteres centrais, 0,04 puncoes lombares e 0,01 insercoes de drenos de torax por paciente por dia do estudo, nas 4 instituicoes analisadas. Apenas 25 por cento dos 1025 pacientes-dia e 23 por cento dos 91 RN estudados receberam alguma dose de analgesico por via sistemica. Nao foi administrada nenhuma medicacao especifica para o alivio da dor aguda durante os seguintes eventos dolorosos: puncoes arteriais, venosas, capilares e lombares e intubacoes. Os RN ja estavam sob analgesia sistemica em 41 por cento das puncoes arteriais, em 29 por cento das venosas, em 27 por cento das capilares, em 40 por cento das lombares e em 28 por cento das intubacoes traqueais. Na insercao de dreno de torax, 100 por cento dos RN receberam analgesia especifica. Para a passagem de cateteres centrais (flebotomia e/ou PICC), 37 por cento dos RN receberam analgesicos. Dos 17 RN nos tres primeiros dias de pos-operatorio, apenas 9 receberam alguma dose de analgesico e, dentre 10 RN com enterocolite necrosante, 8 nao receberam analgesicos na fase aguda da doenca. Houve grande variacao entre as unidades quanto a frequencia de realizacao dos procedimentos e ao emprego de analgesia. O medicamento mais utilizado foi o fentanil (93 por cento), sendo sua principal indicacao a presenca de ventilacao mecanica. Os fatores associados a prescricao de analgesicos foram a necessidade de ventilacao mecanica e a de dreno de torax: a presenca de ventilacao mecanica elevou em I 6,9 vezes a chance de o RN receber analgesicos e a do dreno de torax aumentou essa chance em 5,0 vezes. Conclusao: Ha necessidade de melhorar a formacao dos profissionais de Saúde para diminuir a distancia entre os conhecimentos cientificos existentes a respeito da dor no RN e a pratica clinica relativa a analgesia
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Citação
São Paulo: [s.n.], 2004. 171 p.