Oligossacarídeos do leite humano : relação com as características socioambientais, genéticas, presença de doença alérgica materna e com a microbiota fecal do lactente
Data
2017-08-31
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
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Resumo
Introduction: The composition of human milk oligosaccharides (HMOs) is highly variable in the population. The prebiotic effects of HMOs appear to be exerted by specific molecules on certain bacteria of the infant gut microbiota and may be influenced by the variability of HMOs composition. Objective: To investigate the composition of HMOs and their relationship with socioenvironmental and genetic characteristics, maternal allergic disease and with the infant fecal microbiota. Methods: 78 mother-infant pairs in exclusive breastfeeding were recruited. Clinical data of the nursing mother and infant were obtained from the medical records and with the aid of questionnaires. The presence of allergic disease in the mother was diagnosed by the ISAAC (International Study of Asthma and Allergies in Childhood) questionnaire. The socioeconomic level of the family was established according to the criteria of the Brazilian Association of Research Companies (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa). Human milk (HM) samples (n = 78) and infant feces samples (n = 54) were obtained from the mother-infant pairs. HM samples were analyzed for the concentration of 16 HMOs by LC-MS and the infant feces samples were analyzed for the concentration of 16 microorganisms by qPCR. The presence of α1-2 fucosylated HMOs in HM was used to determine the secretor phenotype of the mother. Results: Of the 78 nursing mothers, 87% were secretors and 13% were non-secretors. HM from secretors and non-secretors presented significant differences in the HMO profile and a high variability was observed in the HMO composition of mothers with the same secretor phenotype. Weight, BMI and nutritional status of the mother were associated with HMOs concentration. Allergic disease and socioeconomic level were not associated with HMOs concentration. Negative correlations were observed between HMOs and infant weight gain. There were no differences in the microbiota composition of infants from secretor and non-secretor mothers, but positive and negative correlations were observed among several HMOs and microorganisms from the infant feces. Conclusion: Weight, BMI and nutritional status are associated with HMOs concentration. Despite the quantitative and qualitative differences in the ingested HMOs, infants breastfed by secretor and non-secretor mothers do not have differences in the fecal microbiota composition.
Introdução: A composição de oligossacarídeos do leite humano (OLHs) é altamente variável na população. Os efeitos prebióticos dos OLHs parecem ser exercidos por moléculas específicas sobre determinadas bactérias da microbiota do lactente, podendo sofrer influência da variabilidade da composição dos OLHs. Objetivos: Investigar a composição de OLHs e a sua relação com as características socioambientais, genéticas, presença de doença alérgica na nutriz e com a microbiota fecal do lactente. Métodos: Foram recrutados 78 pares nutriz-lactente em aleitamento materno exclusivo. Dados clínicos da nutriz e do lactente foram obtidos dos prontuários e com o auxílio de questionários. A presença de doença alérgica na nutriz foi diagnosticada pelo questionário do ISAAC (International Study of Asthma and Allergies in Childhood). O nível socioeconômico da família foi estabelecido segundo o critério da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Amostras de leite humano (LH, n = 78) e fezes do lactente (n = 54) foram obtidas dos pares nutriz-lactente. As amostras de LH foram analisadas para a concentração de 16 OLHs por LC-MS e as amostras de fezes dos lactentes foram analisadas para a concentração de 16 micro-organismos por qPCR. A presença de OLHs α1-2 fucosilados no LH foi utilizada para a determinação do fenótipo secretor da nutriz. Resultados: Das 78 nutrizes, 87% apresentaram fenótipo secretor e 13% não secretor. O perfil de OLHs de nutrizes secretoras e não secretoras apresentou diferenças significativas e elevada variabilidade foi observada na composição de OLHs de nutrizes com o mesmo fenótipo secretor. Peso, IMC e estado nutricional materno apresentaram associação com a concentração de OLHs. Doença alérgica e nível socioeconômico não apresentaram associação com a concentração de OLHs. Correlações negativas foram observadas entre OLHs e ganho de peso do lactente. Não houve diferenças na composição da microbiota de lactentes amamentados por nutrizes secretoras e não secretoras, mas correlações positivas e negativas foram observadas entre diversos OLHs e micro-organismos nas fezes dos lactentes. Conclusão: Peso, IMC e estado nutricional estão associados à concentração de OLHs. Apesar das diferenças quantitativas e qualitativas nos OLHs ingeridos, lactentes amamentados por nutrizes secretoras e não secretoras não apresentam diferenças na composição da microbiota fecal.nte
Introdução: A composição de oligossacarídeos do leite humano (OLHs) é altamente variável na população. Os efeitos prebióticos dos OLHs parecem ser exercidos por moléculas específicas sobre determinadas bactérias da microbiota do lactente, podendo sofrer influência da variabilidade da composição dos OLHs. Objetivos: Investigar a composição de OLHs e a sua relação com as características socioambientais, genéticas, presença de doença alérgica na nutriz e com a microbiota fecal do lactente. Métodos: Foram recrutados 78 pares nutriz-lactente em aleitamento materno exclusivo. Dados clínicos da nutriz e do lactente foram obtidos dos prontuários e com o auxílio de questionários. A presença de doença alérgica na nutriz foi diagnosticada pelo questionário do ISAAC (International Study of Asthma and Allergies in Childhood). O nível socioeconômico da família foi estabelecido segundo o critério da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Amostras de leite humano (LH, n = 78) e fezes do lactente (n = 54) foram obtidas dos pares nutriz-lactente. As amostras de LH foram analisadas para a concentração de 16 OLHs por LC-MS e as amostras de fezes dos lactentes foram analisadas para a concentração de 16 micro-organismos por qPCR. A presença de OLHs α1-2 fucosilados no LH foi utilizada para a determinação do fenótipo secretor da nutriz. Resultados: Das 78 nutrizes, 87% apresentaram fenótipo secretor e 13% não secretor. O perfil de OLHs de nutrizes secretoras e não secretoras apresentou diferenças significativas e elevada variabilidade foi observada na composição de OLHs de nutrizes com o mesmo fenótipo secretor. Peso, IMC e estado nutricional materno apresentaram associação com a concentração de OLHs. Doença alérgica e nível socioeconômico não apresentaram associação com a concentração de OLHs. Correlações negativas foram observadas entre OLHs e ganho de peso do lactente. Não houve diferenças na composição da microbiota de lactentes amamentados por nutrizes secretoras e não secretoras, mas correlações positivas e negativas foram observadas entre diversos OLHs e micro-organismos nas fezes dos lactentes. Conclusão: Peso, IMC e estado nutricional estão associados à concentração de OLHs. Apesar das diferenças quantitativas e qualitativas nos OLHs ingeridos, lactentes amamentados por nutrizes secretoras e não secretoras não apresentam diferenças na composição da microbiota fecal.nte