Remoção de cateteres intravenosos periféricos a cada 96 horas ou segundo indicação clínica: estudo clínico, randômico e de não inferioridade
Data
2018-02-22
Tipo
Tese de doutorado
Título da Revista
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Título de Volume
Resumo
Introduction: Peripheral intravenous catheters (PIC) are widely used in clinical
practice for intravenous therapy. Although having many advantages when compared
to other types of intravascular access, they are not exempt of complications, and in
this study, phlebitis is highlighted. In order to prevent phlebitis, it is practiced, to a
substantial extent in the national health institutions, the routine replacement of the
PIC device at 72 or 96 hours. Aim: To verify if the PIC replacement as clinically
indicated is not inferior to the routine replacement every 96 hours regarding phlebitis
occurrence; to compare phlebitis severity, PIC dwell time, and other intravenous
therapy complications between the study groups. Method: this is a randomized,
controlled, noninferiority
clinical trial that recruited patients aged eighteen and older,
from two São Paulo City hospitals, after approval of ethical merit and clinical study
registry, from November 2015 to August 2016. For the sample calculation, 5% of
phlebitis prevalence was used, a significance level of 5%, test power of 80% and
noninferiority
margin of 3%, sample defined number of patients was 1305. The final
study sample was composed of 1319 patients, being 672 (50.9%) patients with PIC
replacement as per clinical indication and 647 (49.1%) with PIC replacement every
96 hours. Demographics, clinical and intravenous therapy variables were studied.
For the statistical analyzes of the categoric variables, the ChiSquare,
Fisher's Exact,
Fisher's Exact Generalization tests were used; for the numeric variables, MannWhitney
or KruskalWallis
(p≤0.005) tests were applied. The KaplanMeier
curve was
used for the survival analysis. Results: For the demographic variables, it was
identified a majority of white elderly patients, with almost the same proportion of
males and females, and about 55% presented some degree of overweight or obesity,
without significant differences between the groups, except for the type of admission
that was predominantly clinical (p=0.025). The 1319 patients used 2747 PIC of vialon
from different types, and 119 (9.0%) patients developed phlebitis using 134 (4.9%)
PIC, with 89.6% of phlebitis grade 1 and 2. There was no significant differences on
phlebitis occurrence, (p=0.162) patients and (p=0.324) PIC. The incidence rate of
phlebitis/1000 PICday
per patient was 14.9 in the clinically indicated replacement
group and 23.8 in the routine every 96 hours replacement group (p = 0.006). The
survival analyzes has shown no significant differences (p=0.247) between the groups
related to the occurrence of the first phlebitis episode. Regarding the number of
inserted PIC, it was observed that almost half of number of patients (46.6%) used
one PIC and 42.2 % used 2 to 3 PIC with no differences between the groups
(p=0.339). The clinically indicated group presented the higher PIC dwell time
average (p<0.001), highlighting pain (p=0.004) and infiltration (p=0.002).
Conclusion: The study hypothesis was accepted. The PIC replacement according to
clinical manifestations was not inferior to the replacement in accordance to time
programmed in 96 hours to phlebitis occurrence. Dwell time and the occurrence of
other complications, namely, pain and infiltration were more frequent on PIC
replacement as per clinical indication.
IntroIntrodução: Cateteres intravenosos periféricos (CIP) são amplamente utilizados na prática clínica para a realização da terapia intravenosa. Apesar de apresentarem inúmeras vantagens em relação a outros tipos de acesso intravascular, não estão isentos de gerar complicações, destacandose neste estudo a flebite. Com o intuito de prevenir flebite, praticase, em grande parte das instituições de saúde, a remoção programada do CIP a cada 72 ou 96 horas. Objetivos: Verificar se a remoção do CIP mediante indicação clínica não é inferior à remoção programada a cada 96 horas quanto à ocorrência de flebite; comparar a gravidade da flebite, tempo de permanência do CIP e outras complicações de terapia intravenosa entre os grupos de estudo. Casuística e Método: Tratase de um estudo clínico, randômico, controlado e de não inferioridade, que recrutou pacientes com idade igual ou maior de dezoito anos, de dois hospitais do município de São Paulo, após a aprovação do mérito ético e registro do estudo clínico, de novembro de 2015 a agosto de 2016. Para o cálculo amostral, foram adotados: 5% de prevalência de flebite, nível de significância de 5%, poder do teste de 80% e margem de não inferioridade de 3%, sendo estimada amostra de 1.305 pacientes. A amostra final do estudo foi de 1.319 pacientes, sendo 672 (50,9%) pacientes com remoção do CIP mediante indicação clínica e 647 (49,1%) com CIP removidos a cada 96 horas. Variáveis demográficas, clínicas e da terapia intravenosa foram estudadas. Para a análise estatística de variáveis categóricas, foram aplicados os testes do Quiquadrado, Exato de Fisher e Generalização do Teste Exato de Fisher; para variáveis numéricas, MannWhitney ou KruskalWallis (p≤0,005). Para a análise de sobrevida, utilizouse a curva de KaplanMeier. Resultados: Quanto às variáveis demográficas, identificouse maioria de idosos, com cor da pele branca, proporção semelhante quanto ao sexo, e cerca de 55% apresentavam algum grau de sobrepeso ou obesidade, sem diferenças significantes entre os grupos, exceto quanto ao tipo de admissão que foi predominantemente clínica no grupo indicação clínica (p=0,025). Os 1.319 pacientes utilizaram 2.747 CIP de material vialon de vários tipos, sendo que 119 (9,0%) pacientes desenvolveram flebite em 134 (4,9%) CIP, com 89,6% de flebite Grau 1 e Grau 2. Não houve diferenças significantes quanto à ocorrência de flebite em pacientes (p=0,162) e CIP (p=0,324). A taxa de incidência de flebite/1000 CIPdia foi 14,9 no grupo indicação clínica e 23,8 no grupo remoção a cada 96 horas (p=0,006). A análise de sobrevida não evidenciou diferença significante (p=0,247) entre os grupos no que tange ao tempo para ocorrência do primeiro episódio de flebite. Quanto ao número de CIP inseridos, observouse que quase metade dos pacientes (46,6%) fez uso de um CIP e 42,2% utilizaram de dois a três CIP, sem diferenças entre os grupos (p=0,339). O grupo indicação clínica apresentou maior média (p<0,001) de tempo de permanência do CIP. Quanto às complicações relacionadas ao CIP, foram mais frequentes no grupo remoção por indicação clínica (p<0,001), destacandose a dor (p=0,004) e a infiltração (p=0,002). Conclusão: A hipótese do estudo foi aceita. A remoção do CIP segundo manifestações clínicas não foi inferior à remoção programada em 96 horas quanto à ocorrência de flebite. O tempo de permanência e a ocorrência de outras complicações, destacandose dor e infiltração, foram mais frequentes quando da retirada do CIP por indicação clínica.
IntroIntrodução: Cateteres intravenosos periféricos (CIP) são amplamente utilizados na prática clínica para a realização da terapia intravenosa. Apesar de apresentarem inúmeras vantagens em relação a outros tipos de acesso intravascular, não estão isentos de gerar complicações, destacandose neste estudo a flebite. Com o intuito de prevenir flebite, praticase, em grande parte das instituições de saúde, a remoção programada do CIP a cada 72 ou 96 horas. Objetivos: Verificar se a remoção do CIP mediante indicação clínica não é inferior à remoção programada a cada 96 horas quanto à ocorrência de flebite; comparar a gravidade da flebite, tempo de permanência do CIP e outras complicações de terapia intravenosa entre os grupos de estudo. Casuística e Método: Tratase de um estudo clínico, randômico, controlado e de não inferioridade, que recrutou pacientes com idade igual ou maior de dezoito anos, de dois hospitais do município de São Paulo, após a aprovação do mérito ético e registro do estudo clínico, de novembro de 2015 a agosto de 2016. Para o cálculo amostral, foram adotados: 5% de prevalência de flebite, nível de significância de 5%, poder do teste de 80% e margem de não inferioridade de 3%, sendo estimada amostra de 1.305 pacientes. A amostra final do estudo foi de 1.319 pacientes, sendo 672 (50,9%) pacientes com remoção do CIP mediante indicação clínica e 647 (49,1%) com CIP removidos a cada 96 horas. Variáveis demográficas, clínicas e da terapia intravenosa foram estudadas. Para a análise estatística de variáveis categóricas, foram aplicados os testes do Quiquadrado, Exato de Fisher e Generalização do Teste Exato de Fisher; para variáveis numéricas, MannWhitney ou KruskalWallis (p≤0,005). Para a análise de sobrevida, utilizouse a curva de KaplanMeier. Resultados: Quanto às variáveis demográficas, identificouse maioria de idosos, com cor da pele branca, proporção semelhante quanto ao sexo, e cerca de 55% apresentavam algum grau de sobrepeso ou obesidade, sem diferenças significantes entre os grupos, exceto quanto ao tipo de admissão que foi predominantemente clínica no grupo indicação clínica (p=0,025). Os 1.319 pacientes utilizaram 2.747 CIP de material vialon de vários tipos, sendo que 119 (9,0%) pacientes desenvolveram flebite em 134 (4,9%) CIP, com 89,6% de flebite Grau 1 e Grau 2. Não houve diferenças significantes quanto à ocorrência de flebite em pacientes (p=0,162) e CIP (p=0,324). A taxa de incidência de flebite/1000 CIPdia foi 14,9 no grupo indicação clínica e 23,8 no grupo remoção a cada 96 horas (p=0,006). A análise de sobrevida não evidenciou diferença significante (p=0,247) entre os grupos no que tange ao tempo para ocorrência do primeiro episódio de flebite. Quanto ao número de CIP inseridos, observouse que quase metade dos pacientes (46,6%) fez uso de um CIP e 42,2% utilizaram de dois a três CIP, sem diferenças entre os grupos (p=0,339). O grupo indicação clínica apresentou maior média (p<0,001) de tempo de permanência do CIP. Quanto às complicações relacionadas ao CIP, foram mais frequentes no grupo remoção por indicação clínica (p<0,001), destacandose a dor (p=0,004) e a infiltração (p=0,002). Conclusão: A hipótese do estudo foi aceita. A remoção do CIP segundo manifestações clínicas não foi inferior à remoção programada em 96 horas quanto à ocorrência de flebite. O tempo de permanência e a ocorrência de outras complicações, destacandose dor e infiltração, foram mais frequentes quando da retirada do CIP por indicação clínica.
Descrição
Citação
VENDRAMIM, Patricia. Remoção de cateteres intravenosos periféricos a cada 96 horas ou segundo indicação clínica: estudo clínico, randômico e de não inferioridade. 2018. 126 f. Tese (Doutorado) - Escola Paulista de Enfermagem, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2018.