Infarto agudo do miocárdio em pacientes da rede pública de saúde do estado de Alagoas: perfil clínico-epidemiológico e mortalidade hospitalar
Data
2013-01-30
Tipo
Dissertação de mestrado
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Resumo
O advento da terapêutica de reperfusão miocárdica com fibrinolíticos ou angioplastia primária, associada à correta utilização das medicações adjuvantes, trouxe significativo decréscimo nas taxas de mortalidade hospitalar por infarto agudo do miocárdio em todo o mundo. Persiste, entretanto, uma grande variabilidade de resultados de acordo com as características das regiões estudadas e mesmo nas diferentes populações de uma mesma região. Assim, faz-se necessário a verificação da situação no estado de Alagoas, até o momento sem dados referentes aos infartados tratados na rede pública de saúde. O presente estudo objetiva descrever as características clínicas e epidemiológicas, o tratamento realizado e a mortalidade hospitalar de pacientes atendidos na unidade de referência do SUS para o tratamento do IAM em Alagoas. Analisaram-se 100 pacientes consecutivos, em sua maioria do sexo masculino (62%), com idade média de 58,7 anos, sendo 51% considerados idosos. O tempo entre o início dos sintomas e a admissão hospitalar foi inferior a 12 horas em 90% dos pacientes, com mediana de 3 horas, sendo que 51% chegaram nas primeiras 3 horas. Predominou a classe I de Killip-Kimbal na maioria dos pacientes (72%), havendo 7% de classe funcional III e IV à admissão. Realizou-se trombólise química com estreptoquinase em 38% dos pacientes, e a medicação adjuvante foi utilizada com as frequências relatadas na literatura, excetuando-se as estatinas e o clopidogrel – não disponibilizados pela instituição. Cateterismo cardíaco e angioplastia primária também não estavam disponíveis, impossibilitando sua realização. A mortalidade hospitalar foi de 14% e relacionou-se unicamente com a classe funcional à admissão hospitalar. Assim, podemos concluir que no estado de Alagoas é alta a mortalidade por infarto agudo do miocárdio daqueles tratados na rede pública de saúde; os pacientes infartados conseguem acessar o hospital de referência e em tempo bastante razoável, em que pese a baixa escolaridade e a baixa classe econômica da da maioria, inclusive com a utilização de transporte público em metade dos casos, mas que, apesar disso,apresentam baixa taxa de reperfusão miocárdica, que é realizada unicamente com estreptoquinase endovenosa.
Descrição
Citação
CAVALCANTI, Ricardo Cesar. Infarto agudo do miocárdio em pacientes da rede pública de saúde do estado de Alagoas: perfil clínico-epidemiológico e mortalidade hospitalar. 2013. 68 f. Dissertação (Mestrado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2013.