Estudo da administração de soluções extrativas de Garcinia brasiliensis nos tumores de Ehrlich ascítico e sólido

Data
2023-11-11
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
Introdução: O câncer é uma das principais causas de morte no mundo. Embora exista evidências de progresso nas terapias antitumorigênicas ao longo dos anos, ainda há necessidade de explorar novas abordagens terapêuticas que possam efetivamente inibir a progressão do tumor, garantindo ao mesmo tempo a segurança. Nesse contexto, uma das espécies que tem chamado a atenção por suas propriedades fitoterápicas é a Garcinia brasiliensis, árvore nativa da América do Sul. Um modelo interessante para investigação é o tumor de Ehrlich, que se origina do adenocarcinoma mamário de camundongos fêmeas e compartilha características semelhantes aos tumores humanos. Objetivos: Investigar o efeito de soluções extrativas de folhas de Garcinia brasiliensis (G. brasiliensis) no desenvolvimento do tumor de Ehrlich ascítico e sólido. Materiais e métodos: O extrato bruto (crude extract – CE) e fração acetato de etila (ethil acetate fraction – EAF) foram obtidos de folhas de G. brasiliensis. HPLC foi empregado para identificar compostos bioativos. A pesquisa avaliou a atividade antioxidante por meio do ensaio 2,2-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) e a citotoxicidade por meio de testes de hemólise. O tumor de Ehrlich foi induzido em camundongos BALB/c na forma ascítica (EA) via injeção intraperitoneal e sólida (ES) via injeção subcutânea de 0,5mL (2 x 106 células/ml) de líquido ascítico. Camundongos BALB/c não induzidos a tumores foram tratados por 7 e 14 dias com 0,5mL de solução salina 0,9%, CE e EAF 10%, administrados por via intramuscular. Animais induzidos com tumor ascítico (EA) foram tratados com 0,5mL de CE e 10% EAF por 7 dias, enquanto animais induzidos com tumor sólido (ES) foram tratados com 0,5mL de CE e 10% EAF por 14 dias. A análise bioquímica dos parâmetros de aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT), gama glutamil transferase (Gama GT), creatinina, ureia, albumina, fosfatase alcalina, ácido úrico e níveis de glicose no sangue foi realizada para avaliação da citotoxicidade in vivo. Nos animais induzidos foram avaliados o peso corporal, o volume do tumor, a taxa de inibição do crescimento tumoral. Além disso, foi estudada a composição do líquido ascítico em EA e realizada a análise histopatológica em ES. Os níveis de citocinas IL- 6, IFN-y e TNF-a e as expressões da proteína Bax e da protease-6 de mastócitos (Mcpt6) também forma avaliados. Resultados: HPLC indicou presença de Fukugetina e Noratiriol nos extratos. CE e EAF apresentam, respectivamente, atividade antioxidante de 85,9% e 80,58% e baixa citotoxicidade. Em animais não induzidos ao tumor, o CE aumentou a ALT em 14 dias em relação ao controle. No tumor ascítico, o CE reduziu ALT, AST e Gamma GT, enquanto o EAF reduziu ALT em comparação ao grupo não tratado. No tumor sólido, o CE também promoveu a redução de AST e Gamma GT, enquanto o EAF reduziu Gamma GT em comparação ao grupo não tratado. Os tratamentos CE e EAF foram eficazes na inibição do crescimento tumoral nas formas ascítica e sólida do tumor de Ehrlich. No modelo ascítico, houve redução da circunferência abdominal, do volume total de líquido ascítico e do número de células tumorais. Além disso, o tratamento aumentou a expressão da citocina IL-6 e da proteína pró-apoptótica bax em comparação aos animais induzidos sem tratamento. No modelo de tumor sólido, houve redução do volume tumoral e dos diâmetros maiores e menores do tumor, bem como redução da expressão da protease-6 dos mastócitos (mcpt6). Ainda, o tratamento aumentou os níveis do fator de necrose TNF-α em comparação com animais não tratados. Conclusão: O estudo indica que tanto o CE quanto EAF de G. brasiliensis apresentam potenciais efeitos antitumorais e hepatoprotetores promissores.
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