Forma, função, produção: a publicidade da Unilabor e um projeto de modernidade
Data
2019-02-20
Tipo
Dissertação de mestrado
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Resumo
The Unilabor was a small industrial plant that intended to bring together a modern design in the production of furniture and a community experience of work, inspired by the movement Economics and Humanism. It functioned in São Paulo from 1954 to 1967. An icon of the relationship between the Religious Community activity with Modern Art, the factory was the result of a partnership between the plastic artist Geraldo de Barros, head of the furniture design, and the Dominican friar João Baptista Pereira dos Santos, who led the proposal of humanization and "sharing of management" work in the company. The Unilabor used different strategies and visual materials in their advertising, which, besides the main purpose of the ads was selling furniture, also communicated to potential consumers like ideas, dedicated to a project of Modernity for the household. This research tried to understand how this publicity was made, once Unilabor was looking to become a company non-aligned with tools of capitalist system and, therefore, we evaluated how the advertising resources of the factory were used in practice, highlighting contradictions, and then explaining how the operative management, seen by the idealizer Friar João Batista, as a third way, in praxis, was spread in a diffuse way in publicity. Throughout the analysis, we also identified how the consumption relationship of these images was constituted, focusing the clients and/or the workers.
Aliando um projeto de desenho moderno de mobiliário a uma experiência comunitária de trabalho, inspirada no movimento Economia e Humanismo, a fábrica de móveis Unilabor funcionou na cidade de São Paulo de 1954 a 1967. Ícone da relação entre a atividade comunitária religiosa com a Arte Moderna, a Fábrica resultou de uma parceria entre o artista plástico Geraldo de Barros, responsável pelo design dos móveis, e o frei dominicano João Baptista Pereira dos Santos, que liderava a proposta de humanização e a partilha da gestão do trabalho na empresa. A Unilabor utilizou diferentes estratégias e materiais visuais em sua publicidade, que, além do objetivo principal dos anúncios que era a venda de móveis, também comunicava aos potenciais consumidores ideias de gosto, voltadas a um projeto de modernidade para o espaço doméstico. Esta pesquisa procura compreender como essa publicidade foi produzida, uma vez que a Unilabor buscava ser uma empresa não alinhada com as ferramentas do sistema capitalista, e, portanto, avaliamos como foram usados na prática os recursos publicitários da fábrica, destacando suas contradições, e assim explicitar como a gestão operária, vista, pelo seu idealizador frei João Batista, como uma terceira via, na práxis, era divulgada de maneira difusa na publicidade. Por meio dessa análise, identificamos como se constituiu a relação de consumo dessas imagens, para com os clientes e para com os operários.
Aliando um projeto de desenho moderno de mobiliário a uma experiência comunitária de trabalho, inspirada no movimento Economia e Humanismo, a fábrica de móveis Unilabor funcionou na cidade de São Paulo de 1954 a 1967. Ícone da relação entre a atividade comunitária religiosa com a Arte Moderna, a Fábrica resultou de uma parceria entre o artista plástico Geraldo de Barros, responsável pelo design dos móveis, e o frei dominicano João Baptista Pereira dos Santos, que liderava a proposta de humanização e a partilha da gestão do trabalho na empresa. A Unilabor utilizou diferentes estratégias e materiais visuais em sua publicidade, que, além do objetivo principal dos anúncios que era a venda de móveis, também comunicava aos potenciais consumidores ideias de gosto, voltadas a um projeto de modernidade para o espaço doméstico. Esta pesquisa procura compreender como essa publicidade foi produzida, uma vez que a Unilabor buscava ser uma empresa não alinhada com as ferramentas do sistema capitalista, e, portanto, avaliamos como foram usados na prática os recursos publicitários da fábrica, destacando suas contradições, e assim explicitar como a gestão operária, vista, pelo seu idealizador frei João Batista, como uma terceira via, na práxis, era divulgada de maneira difusa na publicidade. Por meio dessa análise, identificamos como se constituiu a relação de consumo dessas imagens, para com os clientes e para com os operários.