Terapia celular na angina refratária (ReACT) envolvendo células tronco autólogas de medula óssea em pacientes sem disfunção ventricular esquerda: um possível papel dos monócitos
Data
2010-01-27
Tipo
Tese de doutorado
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Resumo
Background Autologous bone marrow mononuclear cell (BMMC) transplantation has emerged as a potential therapeutic option for refractory angina patients. Previous studies have shown conflicting myocardium reperfusion results. The present study evaluated safety and efficacy of CellPraxis Refractory Angina Cell Therapy Protocol (ReACT™), in which a specific BMMC formulation was administered as the sole therapy for these patients. Methods The Phase I/IIa Non-controlled, Open label, Clinical Trial, involved eight patients with refractory angina and viable ischemic myocardium, without left ventricular dysfunction and who were not suitable for conventional myocardial revascularization. ReACT™ is a surgical procedure involving a single series of multiple injections (40-90 injections, 0.2 ml each) into ischemic areas of the left ventricle. Primary endpoints were Canadian Cardiovascular Society Angina Classification (CCSAC) improvement at the 18 month follow-up and myocardium ischemic area reduction (assessed by scintigraphic analysis) at the 12 month followup, in correlation with a specific BMMC formulation. Findings Almost all patients presented progressive improvement in angina classification beginning 3 months (p=0.008) post procedure which was sustained at the eighteenth month follow-up (p=0.004), as well as objective myocardium ischemic area reduction at 12 months (decrease of 84.4%, p<0.004). A positive correlation was found between monocyte concentration and CCSAC improvement (r = -0.759, p < 0.05). Interpretation Improvement in Canadian Cardiovascular Society Angina Classification, followed by correlated reduction in scintigraphic myocardium ischemic area strongly suggests neoangiogenesis as the main stem cell action mechanism. The significant correlation between number of monocytes and improvement strongly supports a cell related effect of ReACT™. ReACT™ appeared safe and effective.
Introdução A terapia celular envolvendo o transplante de células tronco autólogas de medula óssea surgiu como uma opção terapêutica viável para o tratamento de pacientes com angina refratária. Estudos conduzidos até o momento obtiveram resultados controversos de reperfusão miocárdica. O presente estudo avaliou a segurança e eficácia do Protocolo de Terapia Celular para Angina Refratária (ReACT®), no qual uma formulação de células tronco autólogas de medula óssea foi administrada como único tratamento para estes pacientes. Métodos Este estudo clínico fase I/IIa, aberto, não controlado, envolveu 8 pacientes com angina refratária e presença de viabilidade miocárdica, sem disfunção ventricular esquerda, os quais não eram candidatos às técnicas de revascularização miocárdica convencionais. ReACT® consistiu em um procedimento operatório envolvendo uma única série de múltiplas injeções intramiocárdicas (40-90 injeções, 0,2 ml por punção), realizadas nas areas isquêmicas reversíveis do ventrículo esquerdo. Os desfechos primários foram a melhora na classificação de angina, segundo a Classificação de Angina da Sociedade Cardiovascular Canadense (CCSAC), ao final de 18 meses de seguimento pós-infusão, e a redução objetiva da area miocárdica isquêmica (avaliada por cintilografia miocárdica) após 12 meses; em correlação com a formulação de células tronco injetadas. Resultados Praticamente todos pacientes apresentaram melhora progressiva na classificação de angina, a qual iniciou-se aos 3 meses de seguimento (p=0,008) e manteve-se sustentada até 18 meses de pós-operatório (p=0,004); assim como redução objetiva da area miocárdica isquêmica aos 12 meses (diminuição de 84,4% da area isquêmica, p<0,004). Evidenciou-se também uma correlação significativamente positiva entre a concentração de monócitos no preparado celular injetado e melhora da CCSAC (r = -0,759, p < 0,05). Conclusão A melhora na Classificação de Angina da Sociedade Cardiovascular Canadense (CCSAC), concordante à redução cintilográfica da area miocárdica isquêmica sugere neoangiogênese como o principal mecanismo de ação da terapia celular deste protocolo. A correlação positiva significativa entre a concentração de monócitos e melhora clínica suporta fortemente um efeito celular do ReACT®. ReACT® pareceu ser seguro e eficaz.
Introdução A terapia celular envolvendo o transplante de células tronco autólogas de medula óssea surgiu como uma opção terapêutica viável para o tratamento de pacientes com angina refratária. Estudos conduzidos até o momento obtiveram resultados controversos de reperfusão miocárdica. O presente estudo avaliou a segurança e eficácia do Protocolo de Terapia Celular para Angina Refratária (ReACT®), no qual uma formulação de células tronco autólogas de medula óssea foi administrada como único tratamento para estes pacientes. Métodos Este estudo clínico fase I/IIa, aberto, não controlado, envolveu 8 pacientes com angina refratária e presença de viabilidade miocárdica, sem disfunção ventricular esquerda, os quais não eram candidatos às técnicas de revascularização miocárdica convencionais. ReACT® consistiu em um procedimento operatório envolvendo uma única série de múltiplas injeções intramiocárdicas (40-90 injeções, 0,2 ml por punção), realizadas nas areas isquêmicas reversíveis do ventrículo esquerdo. Os desfechos primários foram a melhora na classificação de angina, segundo a Classificação de Angina da Sociedade Cardiovascular Canadense (CCSAC), ao final de 18 meses de seguimento pós-infusão, e a redução objetiva da area miocárdica isquêmica (avaliada por cintilografia miocárdica) após 12 meses; em correlação com a formulação de células tronco injetadas. Resultados Praticamente todos pacientes apresentaram melhora progressiva na classificação de angina, a qual iniciou-se aos 3 meses de seguimento (p=0,008) e manteve-se sustentada até 18 meses de pós-operatório (p=0,004); assim como redução objetiva da area miocárdica isquêmica aos 12 meses (diminuição de 84,4% da area isquêmica, p<0,004). Evidenciou-se também uma correlação significativamente positiva entre a concentração de monócitos no preparado celular injetado e melhora da CCSAC (r = -0,759, p < 0,05). Conclusão A melhora na Classificação de Angina da Sociedade Cardiovascular Canadense (CCSAC), concordante à redução cintilográfica da area miocárdica isquêmica sugere neoangiogênese como o principal mecanismo de ação da terapia celular deste protocolo. A correlação positiva significativa entre a concentração de monócitos e melhora clínica suporta fortemente um efeito celular do ReACT®. ReACT® pareceu ser seguro e eficaz.
Descrição
Citação
HOSSNE JÚNIOR, Nelson Americo. Terapia celular na angina refratária(ReACT) envolvendo células tronco autólogas de medula óssea em pacientes sem disfunção ventricular esquerda: um possível papel dos monócitos. 2010. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, 2010.